Cantora Rhiannon Giddens comanda a faixa com influência caribenha que estará em Lost On the River: The New Basement Tapes
Rolling Stone EUA Publicado em 14/10/2014, às 15h13 - Atualizado às 18h20
The New Basement Tapes é um supergrupo formado por Elvis Costello, Jim James (My Morning Jacket) e Marcus Mumford (Mumford and Sons), entre outros, com a responsabilidade de musicar letras recentemente descobertas – e inéditas – de Bob Dylan da época de The Basement Tapes. Já foram divulgadas as faixas “Nothing to It” (ouça aqui), “Married to My Hack” (aqui) e “When I Get My Hands on You”. E, agora, a banda revela “Spanish Mary” em um vídeo animado (abaixo), com vocais da integrante Rhiannon Giddens (Carolina Chocolate Drops). O clipe traz as letras com grafia do próprio Dylan.
“De todas as letras que eu analisei para projeto New Basement Tapes, a de ‘Spanish Mary’ foi a que me atraiu primeiro – nela, tínhamos uma balada e eu entendo de baladas”, diz Rhiannon em comunicado. “Ela também se passa no Caribe, então senti que o profundo som do banjo africano (de 1856) era apropriado. Foi absolutamente emocionante colocar músicas nas letras de Dylan, que oportunidade! Este projeto é marcado pela generosidade proferida por todos os envolvidos”. A música evoca a época Desire, de Dylan, com um som de guitarra mais sujo.
Bob Dylan através das décadas - 17 capas da Rolling Stone EUA estampadas por ele.
Taylor Goldsmith (do Dawes) e até mesmo Johnny Depp contribuíram com o álbum Lost On the River: The New Basement Tapes, produzido por T Bone Burnett, que chega às lojas em 10 de novembro. O disco será acompanhado por um documentário do canal de TV Showtime, chamado Lost Songs: The Basement Tapes Continued, que vai ao ar em 21 de novembro. Uma semana antes de New Basement Tapes chegar às lojas, o próprio Dylan irá lançar a íntegra, com 138 canções em seis discos – The Basement Tapes Complete –, das lendárias sessões de estúdio dele com a The Band em 1967 (mais informações abaixo).
Ouça “Spanish Mary” abaixo.
Mais sobre o relançamento de The Basement Tapes Complete
Algumas das músicas foram liberadas ao longo dos anos – no álbum duplo de 1975 The Basement Tapes e em bootlegs pelos quais os fãs são obcecados. Mas, no dia 4 de novembro, Bob Dylan vai, finalmente, lançar as lendárias sessões de estúdio de The Basement Tapes por completo: 138 faixas em seis discos, incluindo 30 canções que são inéditas, até para os fãs mais aficionados.
Galeria: as oito maiores canções de Bob Dylan.
Entre elas estão a épica “Wild Wolf”; um esboço de “I Shall Be Released” com letras levemente diferentes; e versões com pegada country de “Blowin' in the Wind”, “It Ain't Me Babe” e “One Too Many Mornings”, com o tecladista da The Band Richard Manuel conduzindo os vocais principais no primeiro verso. “O material inédito justifica, em todos os aspectos, todo o hype e misticismo que cercam essas fitas” diz o músico folk e escritor Sid Griffin, que fez as notas com explicações para a nova coletânea. “Parte deste material é espantoso.”
Nas fitas, Dylan e a The Band vão do country ao ritmo caribenho calipso, passando pelo jazz, folk, rock e até pela música espanhola. “Sempre as ouvi como uma versão de Anthology of American Folk Music, de Harry Smith”, diz Greil Marcus, um dos editores fundadores da Rolling Stone EUA, cujo livro Invisible Republic (1997) trata de Basement Tapes.
As sessões de The Basement Tapes tiveram início no meio de 1967. Dylan havia se retirado no entorno de Woodstock com a jovem família dele. A The Band (posteriormente conhecida como The Crackers) o acompanhou até lá depois de uma turnê de Blonde on Blonde ter sido cancelada por conta de um acidente de moto sofrido por Dylan.
Ao fim da temporada, Dylan enviou uma fita com 14 faixas para várias bandas e editoras: Manfred Mann transformou “Quinn the Eskimo” em um hit que alcançou o Top 10, o The Byrds gravou “You Ain’t Goin’ Nowhere” e Peter, Paul and Mary fizeram uma cover de “Too Much of Nothing”. Mas as pessoas demoraram para ouvir as versões de Dylan.
Marcus lembra-se de receber uma ligação de um estranho no começo de 1968, pedindo para encontrar-se com ele em uma esquina específica da cidade de Berkeley, na Califórnia, nos EUA, às 2h da manhã. “Foi um acordo idiota”, ele diz. “Ele me deu uma fita cassete que ele conseguiu quando trabalhava para os Rolling Stones. Eu convidei 15 amigos para ouvi-las. As pessoas ficaram malucas e choraram. Elas ficaram chocadas.”
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