Lionel Richie em São Paulo - Stephan Solon/Move Concerts/Divulgação

Dono de hits inesquecíveis, Lionel Richie levou o público a viagem nostálgica em São Paulo

Cantor privilegiou o lado romântico, mas também cantou músicas para dançar

Paulo Cavalcanti Publicado em 10/03/2016, às 09h15 - Atualizado às 12h21

Nesta segunda passagem pelo Brasil (a primeira foi em 2010), Lionel Richie novamente fez uma viagem nostálgica pelas décadas de 1970 e 1980. O cantor, compositor e pianista retornou ao país com a turnê All the Hits, All Night Long. Ele já havia tocado em Curitiba (dia 6, no Teatro Positivo) e no Rio de Janeiro (dia 8, no HSBC Arena). Na quarta feira, 9, foi a vez do público paulistano assisti-lo no Ginásio do Ibirapuera, onde ele já havia cantado em 2010. Aos 66 anos, Richie é dono de uma vitalidade e um entusiasmo que contagiam. Nem era necessário fechar os olhos para voltar no tempo: pela voz e pelo aspecto físico dele, que permanecem impecáveis, a impressão é de que no palco estava o Lionel Richie dos anos 1980, quando ele era um dos hitmakers supremos do planeta.

A azeitada máquina de sucessos dele começou a funcionar precisamente às 22h25. O ginásio estava lotado e houve uma intensa gritaria quando o telão exibiu o semblante do astro enquanto ecoava pelo sistema de som o bordão “Hello, is it me you’re looking for?” (Alô, sou eu a quem vocês estão procurando?”), frase do hit “Hello”. Mas a performance começou mesmo com a sequência de “Running With the Night”, que tem um pique de rock, e a mais calma “Penny Lover”. Nessa entrada, Richie agitou bastante. As canções foram bem recebidas, mas o primeiro grande momento de comoção da noite ocorreu quando o cantor sentou ao piano e executou o hit romântico “Easy”, do The Commodores. Ele ainda colocou um trecho de “My Love”, hit solo dele de 1983, no meio da música. “São Paulo, é demais estar aqui”, disse. “Vamos tocar um monte de sucessos a noite toda.”

“Eu sei que estas músicas que vou tocar agora significaram muito na vida amorosa de muita gente. Então, abrace sua namorada, sua esposa, ou seja lá quem for que estiver do seu lado e fale: ‘Isso não é demais? Se isso não der certo, não sei o que dará’.” Foi a deixa para Richie se posicionar ao piano e engatar mais baladas: “Ballerina Girl”, “You Are”, “Still” (do Commodores) e “Oh No”. Outra que agradou foi “Stuck on You”, aquela que muitos pensam se chamar “Guess I’m on My Way” – na verdade, este verso faz parte do refrão, que obviamente foi cantado com enorme entusiasmo pelos fãs.

Depois de tantas digressões pelos caminhos mais suaves da carreira, Richie colocou um pouco de fogo no Ibirapuera ao lembrar seu lado mais funk, da época em que estava à frente do Commodores nos anos 1970. O intenso groove de “Brick House” incendiou o lugar. Ele ainda entremeou a canção com “Fire”, do Ohio Players. O cantor seguiu recordando a banda que o tornou famoso, mas depois de bastante balanço, voltou ao açúcar. Foi a hora de “Three Times a Lady”, hit de 1978 que acelerou muitos romances e casamentos na época do lançamento. O público reagiu a contento. Os suspiros foram intensos.

A reflexiva “Sail On” e a mais agitada “Lady (You Bring Me Up)” continuaram com o momento Commodores. “Convidei Diana Ross para vir aqui e cantar essa música. Mas ela falou ‘não’. Sem problema! Eu tenho mais de duas mil Dianas Ross aqui!”, brincou Richie. Ele então pediu ajuda da plateia para cantar com ele “Endless Love” (1981), tema do filme Amor sem Fim. Richie então interpretou a faixa com enorme envolvimento, marcando outro grande momento do show. Enquanto as pessoas ainda aplaudiam de pé, ele veio com “Say You, Say Me”, outro hit gigantesco dos anos 1980. A atmosfera mudou novamente com a sacolejante “Dancing on the Ceiling” – o público, que passou boa parte do tempo sentado, entrou então no clima para dançar. Em seguida, o cantor apresentou a banda.

A esperada balada romântica “Hello”, marca registrada do cantor, foi recebida com lágrimas nos olhos por muita gente. Depois disso, ele anunciou: “Vocês vão dançar a noite toda”. Claro, era hora de “All Night Long (All Night)”, que transformou o Ibirapuera em um bailão. Mas não tinha acabado. Ele ainda voltaria para o bis com a emblemática “We Are the World”, que escreveu em 1985 com Michael Jackson para o projeto USA for Africa. “Essa ainda é a música mais significativa que escrevi”, disse. Richie nem precisou se esforçar: regeu um verdadeiro coral de fãs, que sabiam a letra de cor. Foi o encerramento de uma hora e meia de hits, nostalgia e muitas emoções.

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