A cantora britânica escreveu uma carta aberta à Netflix para criticar a decisão de lançar o filme: "Irresponsável"
Redação Publicado em 03/07/2020, às 09h30
365 Dias se tornou um dos filmes de maiores destaques da Netflix. A produção estreou no dia 7 de junho, e recebeu muitas críticas por romantizar relações abusivas, e foi acusada de glamorizar a síndrome de Estocolmo, estado psicológico no qual uma pessoa passa a ter simpatia, amizade ou amor pelo agressor, via Mirror.
Duffy, a cantora britânica, em fevereiro deste ano, compartilhou com o público que passou por uma situação em que foi sequestrada e estuprada. Como no filme a protagonista vive uma circunstância semelhante de abuso, a artista escreveu uma carta aberta à Netflix para criticar 365 dias. De acordo com ela, o filme "glamoriza a realidade brutal do tráfico sexual, do sequestro e do estupro", via Universa UOL.
O filme polonês categorizado pelo streaming como “drama erótico” apresenta a história de uma jovem que é sequestrada na Itália por um homem que dá um ano para ela se apaixonar por ele - por isso o nome em inglês “365 dias”.
Direcionada ao CEO do serviço de streaming, Reed Hastings, Duffy afirmou na carta que lançar o filme foi uma decisão “irresponsável”. Além disso, fez referência à experiência vivida por ela: "Não queria ter que escrever para você, mas a 'virtude' do meu sofrimento me obriga a fazê-lo."
A cantora escreveu: "'365 dni' glamoriza a realidade brutal do tráfico sexual, do sequestro e do estupro. Não deveria ser a ideia de entretenimento para ninguém, nem ser descrito como tal ou comercializado desta maneira. Enquanto escrevo essas palavras, cerca de 25 milhões de pessoas são vítimas de tráfico [sexual] em todo o mundo. Por favor, tire um momento para pensar neste número, equivalente a quase metade da população da Inglaterra."
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"Todos sabemos que a Netflix não reproduziria um material que glamorizasse pedofilia, racismo, homofobia, genocídio ou qualquer outro crime contra a humanidade. O mundo corretamente se levantaria e gritaria. Tragicamente, as vítimas de tráfico e sequestro são invisíveis e, em '365 dni', seu sofrimento é transformado em um 'drama erótico', como descreve a Netflix", completou.
Por fim, a artista também convidou ao público que assistiu à produção e gostou para refletir sobre o sequestro, tráfico e exploração sexual, e anexou links com informações sobre essa realidade. Ainda, indicou entidades que buscam lutar com essa questão, como a Coalition Against Trafficking in Women e a Hope for Justice, por exemplo, via Universa UOL.
"Vocês não se deram conta de como '365 dni' levou sofrimento àqueles que passaram pela dor e o horror que esse filme glamoriza pelo entretenimento e por dólares. O que eu e outros que conhecemos essas injustiças precisamos é exatamente o oposto — uma narrativa da verdade, da esperança e que dê voz", escreveu.
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