A cantora, que sempre foi uma ativista dos direitos LGBT, fala sobre esse assunto e, ainda, de seu reality show no canal VH1, da atual turnê e dos planos para um novo disco
Stella Rodrigues Publicado em 05/07/2013, às 18h21 - Atualizado às 19h05
“É como querer curar alguém porque é branco ou negro”, interrompe Cyndi Lauper. A cantora e ícone do pop é reconhecida há anos como uma das grandes ativistas, dentro da classe artística, dos direitos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais). Antes mesmo do fim da pergunta – citando o projeto de lei do deputado Anderson Ferreira (PR-PE) que previa a revogação das resoluções do Conselho Federal de Psicologia que proibiam os profissionais de “tratar” a homossexualidade de pacientes como se fosse doença – ela já começou a responder. O uso do termo cura indica que, possivelmente, a cantora já estava ciente do caso e conhecia a lei pelo seu nome popular de “cura gay” (o apelido não foi mencionado na pergunta). O fato é que assim que capta qual era o assunto em questão, Cyndi já dispara: “Se ele pesquisasse e se educasse, perceberia que não é uma escolha. Quem raios escolheria sofrer ostracismo, ter gente fazendo você se sentir mal sobre quem você é? Ninguém pede para nascer diferente, mas se você nasce diferente, foi assim que nasceu. Não é uma escolha. O fato de que ele quer curar as pessoas é muito interessante. Os alemães também tinham essa ideia, na Segunda Guerra Mundial. Você precisa ser cuidadoso”, complementa em um só fôlego.
Cyndi Lauper é uma mulher muito apaixonada por tudo que faz e acredita. E olha que anda fazendo muita coisa. Está no ar atualmente, no Brasil, a primeira temporada do reality show Cindy Lauper: Fora do Comum (Still So Unusual, no original, uma referência ao nome do primeiro disco da cantora). O programa mostra justamente a vida atribulada da cantora como mãe, artista, ativista e sensação da Broadway – sua mais nova função.
“Eu gosto de TV, da mecânica da coisa. Tive um grande ano e queria documentar isso. Você não tem isso sempre na vida: um musical abrindo e indo tão bem. Estou muito empolgada, queria que as pessoas vissem o que estava fazendo, então, foi uma ótima oportunidade”, diz ela, comparando suas muitas atividades com um malabarismo: “O importante é não desistir”.
Quando ela declara seu musical da Broadway um sucesso, está sendo modesta. O trabalho superou todas as expectativas. Kinky Boots, com letra e música assinadas por ela, que era uma novata na Broadway, ganhou seis prêmios Tony, incluindo os de Melhor Musical, Melhor Ator Principal e Melhor Trilha Original. A produção tinha o maior número de indicações do ano, 13 no total. “Foi um sonho!”, diz. “Não vejo meu Tony desde que o recebi, porque saí em turnê no dia seguinte. Não deu para aproveitá-lo. Mas você nunca supera isso”, afirma. Ela, especificamente, ficou com o troféu de Melhor Trilha Original, que se soma aos prêmios Grammy e ao Emmy que já tem na prateleira. Fica faltando somente o Oscar para ela completar a coleção e ser dona de um EGOT (sigla para Emmy, Grammy, Oscar e Tony, os quatro grandes prêmios da indústria de entretenimento norte-americana e uma espécie de sonho de consumo de artistas que atuam em várias áreas).
A dona de hits como "True Colors", "Time After Time" e "Girls Just Want to Have Fun" está atualmente comemorando os 30 anos do lançamento de seu disco de debute, She's So Unusual (1983) – o álbum inclui dois dos três hits citados, além de alguns outros, e é tocado na íntegra no show atual da cantora. Por ser uma turnê especial, Cyndi conta que tenta não inventar no arranjo das músicas, manter o que está no registro, especialmente com “Girls Just Wanna Have Fun”. “As pessoas amam a música, virou um hino. Passou de uma geração para outra, isso é algo ótimo de se fazer parte, porque todas as mulheres merecem saber que elas têm o direito a ter essa experiência de diversão.”
Em meio aos shows, Cyndi já pensa no que quer para o próximo disco, mas afirma que precisa de tempo para pensar. “Lancei o livro de memórias, gravei o reality, fiz o musical, tudo isso com shows no meio. Acho que preciso de pelo menos um mês depois da turnê pare juntar as ideias, passar um tempo com a família”, ela avalia.
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