Músico norte-americano vem a São Paulo para duas apresentações com ingressos esgotados com o novo projeto, The Dust, no qual o violão é a base das canções
Pedro Antunes Publicado em 19/07/2013, às 19h09 - Atualizado às 19h09
Thurston Moore, Kim Gordon, Lee Ranaldo e Steve Shelley estiveram juntos em um palco pela última vez em 14 de novembro de 2011. Uma chuvosa e cinzenta tarde de primavera de Paulínia, interior de São Paulo, no festival SWU. Da plateia, um mar de capas de chuva coloridas, era possível perceber que as coisas não estavam bem. Um mês antes, Kim e Thurston anunciaram o fim do casamento de 27 anos. Com isso, uma das mais sólidas e consistentes bandas do indie rock mundial também adormeceu sem previsão para despertar novamente.
“Foi um pouco estranho”, diz Lee Ranaldo, guitarrista e responsável por alguns backing vocals na banda nova-iorquina. Antes de responder, ele parou por alguns segundos para refletir sobre aquele que, despretensiosamente, se tornou o último show do grupo. Na naquela tarde de 2011, aliás, Thurston inclusive agradeceu ao público e prometeu um novo encontro. “É um grande prazer estar aqui e espero vê-los novamente em breve”, disse ele, ao fim de uma distorcida versão de “Teenage Riot”.
Lee não foi pego completamente de surpresa pelo anúncio de que as atividades da ex-banda seriam interrompidas por tempo indeterminado. Thurston e Kim já não se falavam, não dividiam o mesmo quarto. “Nos shows... Os shows foram normais, entende?”, completa o músico.
O palco é um lugar sagrado para Lee Ranaldo. Quase um sessentão, afinal, ele completou 57 anos em fevereiro, estar diante de uma plateia ainda motiva esse guitar hero indie. Ele segue com aquela sede de experimentações sonoras que marcaram o trabalho dele na antiga banda.
Foi assim que nasceu o disco Between the Times and the Tides, mais novo trabalho solo – o nono da carreira dele, mas o primeiro sem ele fazer parte do Sonic Youth. É com este disco, lançado em 2012, e acompanhado pela banda The Dust, que ele vem a São Paulo para duas apresentações, com ingressos esgotados, nesta sexta, 19, e sábado, 20, no Sesc Pompeia.
O projeto começou em maio de 2010, quando Ranaldo foi convidado para um show solo acústico no sul da França. Foi aí que veio a balada “Lost (Planet Nice)”, uma canção que trata da indecisão. Premonitória para o que viria a acontecer com o Youth? “Às vezes, encontramos pessoas que parecem não saber o que fazer. Elas estão seguindo a vida delas, mas perdidas e sem direcionamento. Vão andando pelo caminho que lhes parece mais fácil, mas, na verdade, estão confusas e perdidas”, divaga o guitarrista.
"O futuro do Sonic Youth está em aberto", disse Lee Ranaldo em abril de 2012.
Mesmo que seja conhecido pelas poderosas experimentações na guitarra, Ranaldo compôs músicas para o Sonic Youth com o violão. Com “Lost”, contudo, ele percebeu que havia muito a ser explorado no território acústico. Ao compor sobre a indecisão, ele havia encontrado um novo caminho.
“Adorei o fato de finalmente ter conseguido fazer um disco como esse”, conta Ranaldo. “Ele foi importante para mim. Especialmente depois do que acabou acontecendo com Thruston e Kim.” O guitarrista se viu sem a banda que lhe acompanhou por mais da metade da vida dele, mas com um projeto novo adiante.
O trabalho, que era para ser um projeto solo, ganhou força no trabalho em equipe. No último ano, depois de lançar Between the Times and the Tides, Ranaldo esteve ao lado dos outros integrantes da Dust – formada pelo antigo conhecido Steve Shelley (baterista, também do Sonic Youth), Alan Licht (guitarra) e Tim Luntzel (baixo) – para trabalhar no segundo álbum. A previsão é que o disco seja lançado em outubro de 2013.
“A intenção desse trabalho nunca foi chocar”, afirma ele, pelo fato de todas as canções nascerem do violão – nos shows no Brasil, ele usará uma guitarra. “Queria explorar sonoridades diferentes. O instrumento acústico é fascinante.”
O segundo trabalho do The Dust, de acordo com o guitarrista, é uma progressão natural daquilo que foi ouvido e será visto nos shows no Sesc Pompeia. “Acho que a grande diferença é que, agora, trabalhamos mais como uma banda. No outro disco, cheguei com tudo pronto”, revela Ranaldo.
Meio que sem querer, o guitarrista se viu de novo como integrante de uma banda que prima por experimentar sonoridades e afinações. Ranaldo não vê um futuro próximo que envolva o Sonic Youth, e cita que Thurston acabou de lançar um disco com a nova banda, Chelsea Light Moving. “O Sonic Youth é uma parte de nós”, diz ele. “É o início de um novo capítulo para mim.”
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