“Agora eu posso trabalhar sem pressão, sem comparação com algo de onze anos atrás”, afirma o cantor, referindo-se ao vocalista André Matos
Lucas Reginato Publicado em 29/05/2012, às 11h18 - Atualizado às 11h32
Após mais de dez anos comandando os vocais do Angra, o cantor Edu Falaschi anunciou a saída da banda na última semana, em comunicado publicado no seu site oficial. O motivo da decisão não estava claro, mas Falaschi explica à Rolling Stone Brasil que resolveu deixar os integrantes para poupar a voz e se dedicar exclusivamente ao grupo Almah.
Em setembro do ano passado, ele já havia admitido problemas na voz ao explicar uma criticada apresentação no Rock in Rio. Recuperado após tratamento, Falaschi agora quer manter-se saudável limitando-se a cantar aquilo que está naturalmente ao seu alcance. “O Angra exigia muito de mim e não gostaria de manchar aquilo que construímos durante tanto tempo e do que eu me orgulho muito”, afirma. “Agora eu posso trabalhar sem pressão, sem comparação com algo de 11 anos atrás, mas que os fãs ainda lembram”, diz, referindo-se ao vocalista anterior do Angra, André Matos.
“Eu tive que pensar em mim e assumir que o Almah é aquilo que hoje me dá mais possibilidade de continuar cantando bem, porque lá as notas estão ao meu alcance. Eu não tenho que cantar músicas muito agudas como aquelas dos tempos do André”, explica Falaschi, que afirma já ter diversos planos para o futuro do Almah. “Estamos fazendo shows em todo o mundo, vamos gravar o DVD da nossa turnê atual e já tenho 18 músicas prontas para um próximo álbum.” A agenda cheia do que era até então projeto paralelo foi outra motivação para sua saída. “O Kiko [Loureiro, guitarrista do Angra] me disse certa vez que o Almah estava ‘canibalizando’ o Angra.”
Por outro lado, a separação teve um lado negativo para o Almah: o baixista Felipe Andreoli, que também tocava nas duas bandas, ficará exclusivamente com o Angra, porque “uma hora as agendas vão bater”, segundo conta Falaschi. Isso se a banda, com a saída do cantor, decidir continuar tocando, já que ainda não há notícias sobre um novo vocalista. Já o baixo que vai acompanhar os próximos projetos de Falaschi ainda não tem dono. “Estamos estudando, porque não quero tomar nenhuma decisão precipitada”, ele afirma.
Caso o Angra, uma das mais bem sucedidas bandas brasileiras de metal, continue em atividade, Falaschi não nega a possibilidade de voltarem a trabalhar juntos: “Ainda tenho coisas marcadas com o [guitarrista] Rafael Bittencourt e nada impede que façamos daqui um tempo algum show ou algo assim”.
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