Ex-baterista dos Beatles falou com a Rolling Stone Brasil sobre as apresentações que fará no Brasil, na semana que vem
Paulo Terron Publicado em 25/10/2013, às 13h32 - Atualizado em 28/10/2013, às 20h45
A semana de Ringo Starr não foi fácil. Ele participou de eventos de divulgação do livro de fotografias Photograph e do recomeço da atual turnê, que será retomada no Brasil, com apresentações em São Paulo (dia 29 de outubro) e Curitiba (31). Ainda assim, ele está animado e com a língua afiada de sempre. “Tenho 3 minutos e meio para você”, provoca, ligando de Los Angeles para falar dos shows brasileiros que fará ao lado da All-Starr Band.
É apenas a segunda vez que o músico vem ao país, em mais de 50 anos de carreira – e ele traz novidades. Três integrantes novos ajudam a chacoalhar o repertório da banda de Ringo: o guitarrista Steve Lukather (do Toto), o tecladista Gregg Rolie (que tocou com Santana, Journey e outros) e a lenda Todd Rundgren. A estratégia das apresentações continua a mesma, misturando sucessos dos Beatles (“With a Little Help From My Friends”, “Yellow Submarine”), faixas da carreira solo do baterista (“Photograph”, “Back Off Bugaloo”) e hits de cada integrante da All-Starr Band.
Na breve conversa – que na verdade durou precisos 5 minutos -, o ex-beatle falou sobre fazer compras em São Paulo e o motivo de gostar de dividir o palco com outros artistas, em vez de fazer shows realmente solo.
Crítica: Em São Paulo, Ringo Starr junta astros do rock no palco e na plateia.
Boa noite, Ringo.
[Em português] Olá.
Como você está?
Olá. Muito bem, obrigado.
Obrigado por esta entrevista, parece que você está tendo uma semana bastante agitada.
Estou mesmo. Estou ensaiando para o recomeço dos shows e fazendo a divulgação desta nova parte da turnê, e também do livro que acabei de lançar [Photograph, de fotos que ele tirou dos Beatles ao longo dos anos]. É uma semana bem ocupada, mas tenho 3 minutos e meio para você. [risos]
A All-Starr Band tem alguns integrantes diferentes em relação à vez anterior que você veio ao Brasil.
Sim. Tenho certeza de que você conhece o Toto. Steve Lukather está tocando conosco, ele é incrível. Gregg Rolie ex-Santana e Journey, que tocou com um monte de gente...Você nos viu da última vez que tocamos aí?
Sim.
Naquela vez, nossas músicas estavam um pouco mais nos anos 70. Acho que desta vez chegamos mais aos 80. É maravilhoso para nós.
E o Todd Rundgren, ainda toca com você?
Sim, ele está conosco. É a terceira vez do Todd na All-Starr Band e é muito legal tê-lo de volta, no palco.
É a primeira vez dele no Brasil, o que gera certa ansiedade.
Não fique ansioso. Vou te dizer: ele não está ansioso, está amando a idéia de tocar aí! Só está feliz mesmo.
Seu último disco, Ringo 2012, tem uma música que poderia ser relacionada ao Brasil: “Samba”. Como ela foi escrita?
Eu a escrevi pensando exclusivamente no Brasil. [risos] Fiz essa com o Van Dyke Parks, que é um compositor incrível, e a música veio de uma frase: “você sempre será samba para mim”, que foi algo que eu disse, começou assim. Foi uma brincadeira, nasceu de uma risada.
Na última vez que você veio ao Brasil, trouxe a sua esposa [a atriz Barbara Bach]. Tiveram tempo de conhecer algo do país?
Não, é muito difícil quando estou em turnê. Se tentamos sair, todo mundo sabe que estamos por aí. O assédio é complicado. Demos umas voltas em São Paulo e fizemos compras – sabe como é, se você está com a mulher tem de fazer compras. Mas seria mais fácil voltar ao Brasil em, tipo, janeiro para viajar e conhecer o país. Porque aí eu poderia andar tranquilamente, passar despercebido.
Você acha que em um futuro próximo pode vir a fazer uma turnê só com músicas suas, não como faz na All-Starr Band? Muitas das músicas preferidas dos fãs não entram no seu repertório atual: “Wrack My Brain”, “Drowning in the Sea of Love”, “Weight of the World”.
[Pausa] É, bem, não. [Gargalha] O lance de que gosto da All-Starr Band é que ela tira o peso de mim, divide isso. Posso tocar apenas bateria em algumas músicas, não preciso cantar o tempo todo. Podemos tocar muitas músicas que são facilmente reconhecíveis. Você acha que as pessoas sairiam mesmo de casa para ouvir “Wrack My Brain”?
Possivelmente. Se alguém tem fãs dedicados, é você.
É. Sabe, não estou dizendo nunca, mas no momento – pelos próximos dois anos – não devo fazer isso, não.
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