Cantora faz apresentação explosiva e transforma o Marco Zero em uma grande festa
Pedro Antunes, do Recife Publicado em 13/02/2013, às 19h49 - Atualizado às 21h30
Elba Ramalho passou pelo backstage, nos bastidores do Marco Zero, na noite desta terça, 12, no Recife, orgulhosa do vestido cravado de dez mil pedras Swarovski. Causou frisson e subiu ao palco. Mas a intensidade da performance foi tamanha que a roupa não aguentou passar pela primeira faixa, uma versão festeira de “Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás”, de Raul Seixas.
Um rombo se abriu na lateral esquerda do vestido, que havia sido assinada pela carnavalesca Michele X, da escola de samba carioca Grande Rio, mas ela não perdeu o compasso, seguiu dançando e rodando. “Posso ficar assim?”, perguntou ela ao público.
Ainda que Alceu Valença seja uma unanimidade no carnaval do Recife, Elba fez a mais explosiva apresentação da noite que encerrava a folia na cidade. A cada refrão, um calor quente subia do chão, impulsionado pela multidão que pulava e festejava ao som de clássicos do cancioneiro dela e outros tipicamente carnavalescos.
Ela, aos 61 anos, exibe fôlego invejável: pula, dança, rodopia. Experiente, Elba sabe jogar o público a seu favor. Logo na segunda música, cantou “Leão do Norte”, quase um hino informal de Pernambuco, uma ode à força do povo da região. “Voltei, Recife” também é carta que deve estar na manga de todo o cantor que irá enfrentar a maratona carnavalesca daqui.
Depois de passar por mais alguns frevos, como “Me Segura Se Não Eu Caio”, Elba precisou trocar de roupa. Deixou o público com sua banda, formada por duas cantoras adicionais, trio de metais, guitarra, bateria, baixo e dois percussionistas.
Voltou toda de branco, e seguiu com a ebulição até pedir uma homenagem ao amigo e parceiro Dominguinhos, com “De Volta Pro Aconchego”, em outro belo momento da noite. Ela encerrou com “Frevo Mulher”, já executada por Elba na sexta, 8, na abertura das festividades – que agora parece estar há meses de distância.
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