Cantor diz à plateia do Conservatório da Nova Inglaterra que escreveu novas músicas com Bacharach e que pode lançar demos de Paul McCartney
JAMES SULLIVAN Publicado em 01/11/2013, às 13h50 - Atualizado às 13h59
Não bastasse ele já ter provado inúmeras vezes, com sua precisão cirúrgica ao escrever letras e o poder de cura do seu dom para melodias, Elvis Costello pode agora ser chamado de doutor em música. O músico foi a Boston, nos Estados Unidos, para receber uma gradação honorária do Conservatório da Nova Inglaterra, se juntando a um pequeno e ilustre grupo – Miles David, Aretha Franklin e Quincy Jones – que estão no Hall da Fama do Rock e que foram homenageados pela escola de música mais antiga do país.
Depois de aceitar o diploma, Costello brincou que era apropriado, vindo do Conservatório da Nova Inglaterra: a antiga Inglaterra tem tentado expulsá-lo de tempo em tempos.
Relaxado e espirituoso, o cantor sentou-se no palco para uma retrospectiva de 90 minutos de sua carreira no histórico e acusticamente bem-conservado Jordan Hall, com um imenso órgão como pano de fundo. Ouvindo um trecho de “God Give me Strength” sua elegante colaboração com Burt Bacharach de 1996, ele disse à plateia que, recentemente, escreveu 12 músicas em “um piano um pouco maior do que de costume” com o compositor pop de 85 anos.
Ele ainda disse à crítica do Boston Globe, Sarah Rodman, que ele espera que um dia possa lançar todas as demos de suas colaborações periódicas com Paul McCartney. Quando questionado se já havia parado para pensar no fato de que estava escrevendo músicas com um Beatle, Costello lembrou que havia se juntado ao fã clube dos Beatles quando tinha 11 anos.
A discussão foi desde o quanto ele pentalhava seu mentor Nick Lowe, na juventude, até seu trabalho com o Brodsky Quartet (com quem planeja fazer um show para o marcar o aniversário de 25 anos do álbum The Juliet Letters) e seu último álbum, com o Roots, Wise Up Ghost. Lembrado de como sua faixa agridoce sobre amor perdido “Alison” é tocada em casamentos, ele comentou “Parece um escolha estranha, não?” (uma atriz conhecida contou a ele que achava a fúnebre e psicótica “I Want You” a música mais romântica do mundo, ele relevou).
Reconhecendo a insaciável curiosidade de McCartney e a sua própria, ele disse acreditar que essa é a maneira certa de encarar a música: “Tenha todas as experiências, não só uma”.
“Nem tudo que você escreve é para sair na American Bandstand", disse o cantor, que vestia uma jaqueta jeans, um colete e, sua marca registrada, um chapéu. A certa altura, ele segurou um iPod e comentou sobre os prós e contras da nova tecnologia. Você pode levar consigo a obra completa de Ralph Vaughan Williams no bolso, ele apontou; antigamente, “imagina o quão grandes teriam que ser suas calças para fazer isso”.
Costello também falou sobre ser um músico de terceira geração. Seu pai, Ross MacManus, foi um cantor contratado para cantar as faixas populares da época. "E se o pai de Costello tivesse sido, digamos, um leiteiro?", perguntou Sarah. “Minha mãe teria que dar algumas satisfações”, brincou de volta. Ele também revelou como só descobriu recentemente que sua mãe, Lílian, tinha participado de uma “pequena quadrilha de contrabando”. Com a escassez de gravações na Inglaterra pós-Segunda Guerra, ele combinou com marinheiros mercantes que trouxessem discos de jazz norte-americanos para clientes dela.
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