Noel Gallagher - Reprodução/vídeo

Em coletiva, Noel Gallagher fala sobre futebol, Oasis, idolatria e de seu ódio por vocalistas

“Os shows no Brasil sempre foram muito bons, não sei se era o clima, as pessoas... espero que estes sejam ótimos, ou cabeças vão rolar”, brincou o músico, que se apresenta nesta quarta, 2, em São Paulo

Stella Rodrigues Publicado em 02/05/2012, às 19h01 - Atualizado em 03/05/2012, às 16h56

Um Noel Gallagher espirituoso e cheio de ironias (como sempre) recepcionou os jornalistas para uma coletiva de imprensa realizada em São Paulo nesta quarta, 2. O músico, que faz show da carreira solo no Espaço das Américas esta noite e se apresenta no Vivo Rio (Rio de Janeiro) na quinta, 3, conversou por meia hora com os jornalistas. “Os shows no Brasil sempre foram muito bons, não sei se era o clima, as pessoas... espero que estes sejam ótimos, ou cabeças vão rolar”, brincou. Dentre os outros assuntos estavam o lançamento nacional da edição de luxo de Noel Gallagher’s High Flying Birds (sobre a qual ele pareceu saber bem pouco), futebol, Oasis, idolatria e seus pensamentos nada amáveis a respeito de vocalistas. Embora o assunto estivesse implícito nesse último tópico, o britânico só não estava mesmo disposto a falar da complicada relação com Liam, seu irmão e ex-companheiro de Oasis.

"Não fazia sentido. Não depois de passar mais de 15 anos no Oasis, uma das maiores bandas que já existiu", disse ele sobre a opção de não montar outra banda, mas sim seguir uma carreira solo com músicos de apoio. Embora tenha admitido que há vantagens de se estar em um grupo, quando questionado, pareceu bastante confortável na atual posição, de líder. “Estar sozinho é mais fácil. Você só tem a você mesmo para agradar. Componho para eu mesmo cantar, então não tenho que explicar as composições para ninguém. Tenho mais controle sobre tudo.” Além disso, existe a opinião de Noel a respeito de cantores em geral, que ele fez questão de destacar: “São todos idiotas. É melhor eu mesmo fazer isso, porque eu não sou um idiota”. Quando alguém pergunta se até Tom Jones está nesse balaio ele diminui a agressividade. “Ele é ok. Mas todos os outros são um bando de idiotas.”

Ele não foi mais carinhoso quando o assunto em pauta era idolatria, algo que ele afirma simplesmente não entender. “Quero ser um ídolo para meus filhos, minha esposa. Vocalistas é que pensam nisso, porque são imbecis. Mas já que as pessoas têm que idolatrar alguém, melhor que seja eu, eu sou bom”, brincou em um tom de arrogância light dentro do esperado por parte de um Gallagher.

Conforme Noel contou, a turnê de promoção do disco se alongou até 5 de novembro, sendo que a ideia inicial era que ela fosse bem mais curta. Desta forma, o projeto de gravações junto ao Amorphous Androgynous, que ainda nem começou a ser mixado, assim como um eventual novo trabalho de inéditas, pertence ao futuro distante. “O único plano é terminar essa turnê e tirar longas férias”, garante.

Voltando ao assunto de shows, Noel comentou a escolha de repertório do Oasis selecionado para integrar a turnê do disco solo. Com apenas dez faixas em High Flying Birds, ele optou por incrementar as performances com alguns sucessos da antiga banda, como “Don’t Look Back in Anger”, mas também com lados B antigos e menos populares, como “Talk Tonight”. A explicação é simples: “São faixas que soam bem quando eu canto. As pessoas esperam que eu cante as antigas do Oasis e eu gosto de dar a elas um pouco do que elas querem. O que é mais interessante é o quanto a relação das pessoas com essas músicas cresceu daquela época para cá”.

O assunto que mais o animou, contudo, foi futebol. Perguntaram a ele se ele achava irônico seu time amado, o Manchester City, estar próximo de vencer o campeonato inglês justamente agora que o Oasis, banda que o popularizou, não existe mais. “O que acho irônico e irritante é que quando o City tem a chance de ganhar o campeonato, eu estou na América do Sul vendo pela TV, e não lá”, riu. “Mas ainda temos que vencer dois jogos, não está ganho ainda. Ainda assim, é nossa melhor chance e eu só volto para a Inglaterra no dia seguinte do final da temporada, então, perderei tudo”, se lamentou. “Se eu soubesse que tudo que precisava fazer para o City ganhar é acabar com o Oasis, teria feito isso há muito tempo, assim que tivesse ganho uns US$ 20 milhões”, emendou.

Sobre a Copa de 2014, que acontece no Brasil, ele disse: “Demorou para a Copa ser no Brasil. Espero trazer meu dois filhos para ver a final, pelo menos. Acho que o Brasil vai ganhar. A melhor final seria Brasil e Espanha. A Inglaterra acho que não ganharia, a melhor chance do time seria em uma Copa realizada na própria Inglaterra. Tem uma faísca no Brasil, Alemanha, Holanda e França que simplesmente não tem na Inglaterra”.

Veja abaixo um trecho da entrevista.

Noel Gallagher no Brasil

São Paulo

2 de maio

Espaço das Américas - R. Tagipuru, 795 - Barra Funda

R$ 340 (pista premium - ESGOTADO) ou R$ 180 (pista) – há meia entrada

Vendas: www.livepass.com.br

Rio de Janeiro

3 de maio

Vivo RIO – Av. Infante Dom Henrique, 85 - Parque do Flamengo

R$ 300 (pista Premium e camarote A), R$ 280 (camarote B), R$ 200 (pista) ou R$ 140 (frisa) – há meia entrada

Vendas: www.ingressorapido.com.br

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