Cantora se apresentou para 50 mil pessoas nesta primeira passagem pela capital paulista
Bruna Veloso Publicado em 12/11/2012, às 02h45 - Atualizado às 19h55
Nenhuma estrela pop da atualidade parece devotar-se tanto aos fãs quanto Lady Gaga. Neste domingo, 11, em São Paulo, a cantora mostrou, como nas demais datas da turnê Born This Way Ball, que faz parte de seu show pensar na interação com os “monstrinhos”, como ela chama seu séquito – e isso, é claro, é uma das razões pelas quais um sem número de jovens idolatram a artista norte-americana, de 26 anos. No entanto, é também um dos aspectos que deixam, muitas vezes, a apresentação um tanto arrastada, com alguns momentos anticlimáticos.
Ainda assim, é preciso destacar: Lady Gaga concebeu um espetáculo cheio de nuances, digno de estádios – como foi o caso na capital paulista, onde ela cantou no Morumbi – e de entrar para o hall das grandes turnês do pop, misturando efeitos visuais, dança e um quê de teatro. Embora o enredo seja confuso (exemplo: Lady Gaga surge de dentro de uma vagina inflável em um momento; em outro, “nasce” de um ovo), a dinâmica no palco é impecável. O castelo medieval que serve de cenário muda de configuração diversas vezes ao longo da noite e, iluminado por diferentes jogos de luz, promove um bonito efeito visual. Os dançarinos fazem um belo trabalho e entretêm enquanto Gaga troca de roupa – quase vinte vezes, em uma rapidez surpreendente.
O segundo show da cantora em solo brasileiro começou pouco depois das 21h, quando a chuva em São Paulo parou. Segundo números oficiais, 50 mil pessoas estiveram no Morumbi – embora, nos últimos dias, a baixa venda de ingressos tenha sido motivo de piada na internet. Gaga não deve ter ficado sabendo: como na apresentação no Rio de Janeiro, agradeceu aos fãs por terem comprado entradas, e se disse privilegiada por poder colocar tanta gente em um estádio com apenas quatro anos de carreira (“A maioria dos artistas espera dez anos por algo assim”).
“Born This Way”, o inicial grande momento da noite, trouxe Gaga enaltecendo, pela primeira de muitas vezes, o Brasil (“Vocês são o futuro”). Na última semana, ela quis provar essa admiração instantânea de uma forma inusitada: tatuando a palavra “Rio” na nuca. Em “Bloody Mary”, ela voltou a chamar a atenção para o país, pedindo “uma grande salva de palmas para Jesus Cristo, brasileiro”.
“Bad Romance” (com ela bradando “Gaga galera, Gaga galera”) foi muito cantada pelo público, mas não tanto quanto “Just Dance”, o primeiro hit global de Gaga. “Nunca vou me esquecer de quando disseram que essa música era número um no Brasil”, ela disse. “Telephone”, parceria com Beyoncé, manteve a atmosfera em alta voltagem, antes de Gaga surgir no palco em uma moto para cantar “Heavy Metal Lover”.
O primeiro momento de interação com os fãs veio em seguida, quando a cantora se sentou à beira do palco para abrir presentes. Entre eles, estava uma carta com um colar, cujo pingente era o símbolo do infinito com a inscrição “Quando você estiver solitária, eu também estarei”. Os admiradores que deram o agrado foram chamados ao palco, e logo depois alguém jogou algo na cabeça da cantora (provavelmente, outro presente). Ela pediu que as vaias que chegaram cessassem, dizendo que estava bem. Logo em seguida, antes de cantar uma poderosa versão de “Hair” (Gaga mostra por diversas vezes a grande potência do gogó) sobre a motocicleta, que tem um teclado acoplado, ela pacientemente abraçou os fãs, que choravam e incomodamente agarravam a estrela. Mais tarde, ao fim do show, quando outras pessoas da plateia subiram ao palco, uma garota tascou a mão no seio de Gaga – que nem chegou a remover a mão da menina do seu corpo. Se, por um lado, milhares de pessoas ali sonhavam com uma participação como essa, outras milhares ficaram entediadas com o falatório de Gaga e com a insistência dos monstrinhos, que não se contentavam em estar ao lado da estrela, parecendo querer levar consigo um pedaço dela.
O discurso de tolerância, uma das bandeiras de Gaga, se fez presente, como não poderia deixar de ser. Mas, novamente, Gaga parecia querer registrar o quanto tem apreciado essa estreia em solo nacional. “Desde que eu vim para o Brasil, estou bebendo, fumando, fazendo música, rindo. Uma das coisas que amo aqui é que vocês não têm medo de mostrar suas emoções”, afirmou. “Acho que posso escrever um milhão de canções sobre o Brasil.”
Sendo um espetáculo cheio de coreografias e trocas de roupa cronometradas, o improviso não é uma constante. Mas também não é inexistente. Em São Paulo, Gaga incluiu duas músicas que não fazem parte do set list da Born This Way Ball: a pedido dos fãs, cantou a nova “Princess Die” e “The Queen”, faixa-bônus da edição de luxo de Born This Way. Mas, nestas 2h30 de show, algumas músicas não fariam falta ao set list, tais como “Americano” e “Scheibe”. Esta última encerrou a primeira parte do show, antes de Gaga voltar para cantar “Edge of Glory” (muito celebrada pelo público) e “Marry the Night”.
Sorridente, carismática e sempre polêmica, Lady Gaga não continuará sendo assunto apenas por conta das vendas de ingressos no país. Certamente, quem assistiu ao show da cantora deverá se lembrar da apresentação durante muito tempo.
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