- Ennio Morricone (Foto: Getty Images / Clemens Bilan / Correspondente)

Ennio Morricone se tornou mestre das trilhas sonoras, apesar de esnobado pelo Oscar

O compositor morreu aos 91 anos nesta segunda-feira, 6

Redação Publicado em 06/07/2020, às 09h10

Ennio Morricone morreu aos 91 anos nesta segunda-feira, 6, devido complicações de uma fratura no fêmur, segundo informações da APF e Reuters. O compositor italiano se tornou um dos grandes nomes do cinema mundial com trilhas sonoras lendárias feitas para os mais diversos gêneros cinematográficos.

Bernardo Bertolucci, Sergio Leone, Roman Polanski e Quentin Tarantino são alguns dos diretores com quem Morricone trabalhou ao longo da carreira, a qual inclui cerca de 400 composições, segundo as agências de notícias. 

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Apesar de ter sido uma figura fundamental para a história do cinema norte-americano, o compositor foi reconhecido uma única vez com um Oscar de Melhor Trilha Sonora Original pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

Para relembrar o legado do músico, a Rolling Stone Brasil listou os momentos e as obras mais marcantes da carreira de Ennio Morricone. Confira: 

Três Homens em Conflito - Sergio Leone (1968)

Nascido em 1928, em Roma, Morricone começou a carreira na década de 1950 e, dez anos depois, já havia sido consagrado com um dos grandes nomes das produções de faroeste italianas.

Sergio Leone foi um dos grandes parceiros do compositor. Foi ao lado do diretor italiano que o músico criou o som dos filmes de bang-bang, também conhecidos como spaghetti western.

Sim, aquela famosa música de velho oeste em que dois inimigos se encaram em uma paisagem aberta, a qual já foi reproduzida inúmeras vezes em filmes e séries da cultura pop, foi composta por Morricone

Outros filmes do gênero cinematográfico também assinados pelo músico são: Por um Punhado de Dólares (1964), Por uns Dólares a Mais (1965), Era uma Vez no Oeste (1958) e Uma Vez na América (1984).

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Cinzas no Paraíso - Terrence Malick (1978)

Com Cinzas no Paraíso, Morricone ganhou a primeira indicação para a categoria de Melhor Trilha Sonora Original do Oscar. Na edição de 1979, o compositor não levou a estatueta para casa e começou uma história de idas e vindas com a Academia.

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A Missão - Roland Joffé (1986)

A Missão é outro grande sucesso da carreira do músico. O longa-metragem de Roland Joffé recebeu sete indicações indicações no Oscar, incluindo a de Melhor Trilha Sonora Original. Mas, apesar de ter levado o prêmio de Melhor Fotografia, o longa não recebeu uma  estatueta pelo trabalho de Morricone

Em entrevista à BBC UK, o artista confessou que esperava ser reconhecido pelas composições. “Aquela trilha sonora realmente merecia um Oscar e todos pensavam que conseguiria”, disse o compositor em 2001. 

Ele completou: “A música para aquele filme realmente representa tudo o que eu sou - tanto no nível técnico quanto no espiritual”

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Oscar honorário

Em 2007, Morricone recebeu o Oscar Honorário pelas conquistas na carreira. Eclético, o compositor criou partituras para filmes dos mais diversos estilos, desde faroeste até drama, como Lolita, de Adrian Lyne.

Na edição em que recebeu a estatueta, o músico já tinha sido perdido mais três vezes o prêmio de Melhor Trilha Sonora Original por Os Intocáveis (1988), Bugsy (1992) e Malèna (2001).


Os Oito Odiados - Quentin Tarantino (2015)

Finalmente, em 2016, Morricone levou o Oscar pela trilha sonora de Os Oito Odiados, de Quentin Tarantino. Aos 87 anos de idade, o compositor recebeu a estatueta emocionado de Pharrell Williams e o lendário produtor Quincy Jones

Segundo o G1, o músico exigiu para que Tarantino lhe desse liberdade total para romper com o “estilo dos filmes ocidentais”. E no discurso de agradecimento, o compositor não deixou de elogiar os outros indicados, principalmente John Williams, compositor da trilha de Star Wars

Mesmo que tenha sido um dos grandes “esnobados” do Oscar ao longo de décadas, Morricone ganhou inúmeros prêmios em outras cerimônias de prestígio, como o Grammy Bafta e Globo de Ouro. 

Conhecido como Maestro, o compositor foi responsável por criar o som de grandes obras do cinema mundial. E de acordo com o Uol, até os últimos dias de vida, Morricone foi reconhecido ao lado de Williams com o prêmio Princesa das Astúrias das Artes na Espanha.


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