Rudolf Schenker comenta os planos da banda, que faz dois shows em São Paulo
Paulo Cavalcanti Publicado em 20/09/2012, às 12h36 - Atualizado às 12h57
O Scorpions excursiona pelo mundo com a Final Sting Tour, a propalada turnê de despedida da banda, há dois anos, e está de volta ao Brasil. A veterana banda alemã de hard rock se apresenta no Credicard Hall, em São Paulo, nesta quinta-feira, 20, e sexta, 21.
O guitarrista Rudolf Schenker fundou o Scorpions em 1965, quando tinha 17 anos, e conta, por telefone, que a hora de pendurar as chuteiras está chegando – mas não tão rápido. “Sim, eu sei que essa é uma turnê de despedida longa, mas não podemos fazer nada. Existe uma demanda por parte do público e dos promotores”, afirma. “Por enquanto, não podemos deixar o pessoal na mão. A ordem é: enquanto tivermos saúde, vamos seguir em frente.”
Hoje, Schenker e o vocalista Klaus Meine têm 64 anos. A idade é um fator que pesa, como explica o músico. “Pense bem: vamos terminar estas apresentações e então dar uma pausa. Se voltarmos para mais uma turnê, daqui a alguns anos, vamos estar já perto dos 70 anos. Aí, eu garanto que não poderemos mais poder fazer como antes. Queremos ser lembrados por nosso pique e energia. Claro, poderemos tocar em ocasiões especiais e certamente vamos trabalhar juntos em projetos especiais, mas nada de viajar constantemente.”
Mas enquanto o grupo ainda tem fôlego, o grupo continua na estrada. Os brasileiros sabem bem disso: por mais de 25 anos o Brasil tem recebido o Scorpions com incrível regularidade. “O Brasil sempre vai ser um lugar muito especial para a gente. Nós estivemos aí pela primeira vez em 1985, para tocar no primeiro Rock In Rio”, relembra Schenker. “Foi incrível: ‘Still Loving You’ era um hit mundial e o Brasil vivia uma época de novos tempos políticos e sociais. Foi um tempo muito importante para o país de vocês e também para nós, alemães – logo, o Muro de Berlim iria cair.”
Em 1990, o grupo celebrou a unificação da Alemanha Ocidental e Oriental com o mega-hit “Wind of Change”. Schenker recorda a fonte de inspiração: “A minha geração cresceu sob a sombra da guerra. Nas décadas de 60 e 70 resolvemos abraçar outros ideais, como a paz, o amor, a justiça e a música. ‘Wind Of Change’ fala justamente disso. Mudanças sempre acontecem, são necessárias”, acredita o músico. E por falar em mudanças, ele comenta um possível projeto pessoal. “Tenho vontade de tocar novamente com meu irmão, Michael [Schenker]. Nada ainda certo, mas seria muito legal.“ Pelo menos dá para prever que, se o Scorpions realmente parar, Schenker deverá se manter em atividade.
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