Fato ou mera invenção? Ex-editor-chefe da Rolling Stone Brasil investiga minuciosamente lendas urbanas em 52 Mitos da Cultura Pop: Mentiras e Verdades nos boatos do Mundo do Entretenimento
Gabriel Nunes Publicado em 03/06/2016, às 14h27 - Atualizado em 07/06/2016, às 17h11
Han Solo atirou primeiro, em Star Wars: Uma Nova Esperança? J.K. Rowling, a autora da saga Harry Potter, é uma farsa criada por um grupo de escritores anônimos? Os Simpsons é capaz de prever o futuro? Quentin Tarantino planejou interligar os filmes dele antes mesmo de se tornar diretor? A lista de perguntas que cercam essa explosão de cores e imagens que chamamos de cultura pop só cresce. Por aproximadamente um ano e meio, o jornalista Pablo Miyazawa (editor-chefe da Rolling Stone Brasil de 2010 a 2014 e, atualmente, editor do portal IGN Brasil) imergiu no nebuloso universo dos boatos que permeiam o mundo do entretenimento. Desse mergulho nasceu o livro 52 Mitos da Cultura Pop: Mentiras e Verdades nos boatos do Mundo do Entretenimento, que o jornalista lançou pelo selo Paralela da editora Companhia das Letras.
Segundo Miyazawa, o ponto de partida do livro remete aos primórdios da internet no Brasil, em 1999, quando ele dava os primeiros passos da carreira na extinta revista Herói. Após ter recebido um e-mail alegando a existência de um final alternativo – e um tanto quanto mórbido – do icônico desenho Caverna do Dragão, decidiu investigar o “furo” que tinha em mãos. “Não existia nenhuma fonte de informação disponível para saber se isso era verdade. Além disso, era uma época em que acreditávamos em tudo o que aparecia na internet”, afirma. “Muita gente com quem eu conversava dizia ter visto o episódio, sendo que ele nunca foi rodado. Isso só prova que as lendas urbanas existem porque as pessoas querem acreditar que elas são possíveis.”
Extensas pesquisas na internet foram as principais fontes de Miyazawa para escrever 52 Mitos da Cultura Pop (ainda que com certas ressalvas). “Hoje em dia a internet é a fonte de tudo. Mas é preciso ter muita cautela para separar a informação reproduzida da real", diz. "E pelo fato do livro tratar sobre teoria da conspiração e lendas urbanas, torna-se muito difícil esse processo de apuração. Não é porque está na internet que é verdade.”
O jornalista ainda vasculhou os antigos almanaques de entretenimento e revistas do acervo pessoal dele, compilando em um livro apenas metade dos mitos que investigou. “Decidi agrupar apenas aqueles que renderiam mais história e com soluções não tão definitivas”, ele explica.
Independentemente de serem fatos ou lendas, Miyazawa acredita que essas histórias são interessantes justamente por não terem respostas evidentes. "As entrelinhas da cultura pop chamam muito a atenção das pessoas. Você pode ler e acreditar ou ler e duvidar de tudo aquilo. A graça é essa: procurar histórias com duplo sentido.” Ele mesmo declara ter um mito de predileção - aquele que seria "a mãe" de todas as conspirações e que há mais de quatro décadas fomenta rumores e instiga o imaginário popular: o célebre cineasta Stanley Kubrick teria filmado o pouso do homem na Lua em 1969 (o que faria do evento mais marcante da história da ciência uma grande mentira)? "Se fosse provado que a missão Apollo 11 jamais chegou à Lua, muitas outras coisas cairiam por terra", diz Miyazawa. "As consequências seriam inimagináveis. Eu adoraria que ela fosse verdadeira, mas hoje é impossível conseguir provar qualquer coisa.”
52 Mitos da Cultura Pop: Mentiras e Verdades nos boatos do Mundo do Entretenimento
Pablo Miyazawa
Companhia das Letras - Editora Paralela
R$ 34,90 (R$ 23,90 versão digital para eBook)
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