Baixista fala sobre os planos para o próximo álbum e sobre o filme Metallica Through the Never, que acaba de ser lançado em DVD e Blu-ray
Bruna Veloso Publicado em 03/04/2014, às 15h14 - Atualizado às 15h19
A experiência traumática que o Metallica teve durante as gravações do documentário Some Kind of Monster (2004) não impediu que os integrantes investissem em outra jornada cinematográfica: o filme Metallica Through the Never, que acaba de ser lançado no Brasil em DVD e Blu-ray duplos. São dois projetos completamente diferentes (o primeiro, um documentário que expôs os conflitos internos da banda; o segundo, uma arriscada superprodução), mas ambos mostram a dedicação constante de James Hetfield, Lars Ulrich, Kirk Hammett e Robert Trujillo em investir em atividades fora do estúdio.
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Trujillo, baixista da banda desde 2003, conta que colocar em prática a ideia de Through the Never, que teve direção de Nimród Antal, foi bem mais difícil do que eles imaginavam. “Foi um desafio. No Metallica, sempre gostamos de desafios. Esse foi provavelmente o maior deles”, ele diz por telefone, enquanto estava a caminho do Estádio do Morumbi, em São Paulo, onde a banda se apresentou no dia 22 de março. “Foi um longo processo, e teve muita ‘tentativa e erro’. Se algo não funcionava, a gente voltava e fazia de novo.”
Through the Never mistura cenas de um megashow do Metallica a uma história fictícia protagonizada por Dane DeHaan (O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro), que interpreta um roadie da banda, Trip. Em meio aos preparativos para a apresentação, Trip tem a missão de encontrar uma bolsa, cujo conteúdo é indispensável para o grupo. No caminho, há uma espécie de revolução na cidade, algo que interfere na missão do rapaz.
As cenas de DeHaan – que não tem falas no longa – se mesclam ao show, o mais pirotécnico já realizado pelo Metallica. O chão do palco, centralizado em um ginásio de Vancouver, Canadá, é feito de telas de alta definição; há “caixões” pendurados do teto, cruzes que surgem do chão, a estátua da deusa romana Iustitia (ou Lady Justice, em inglês), que já havia aparecido na turnê Sick of the Studio '07 (2007), lasers e, como é de praxe, muito fogo.
“Foi um longo processo. Houve muitas questões técnicas, tinha muita coisa e muita gente envolvida”, diz Trujillo. Para garantir que na hora de gravar o show no Canadá, em 2012 – tarefa na qual foram utilizadas mais de 20 câmeras 3D –, não ocorressem problemas, a banda fez uma série de apresentações de “ensaio” na Cidade do México, com o mesmo palco. Para Trujillo, que nasceu na Califórnia, mas é descendente de mexicanos, melhor seria se tudo tivesse sido registrado lá. “Para ser honesto com você, o público era muito melhor do o que do Canadá”, ele declara. “Não quero ser desrespeitoso, os canadenses são ótimos, mas é que no México havia muita paixão dos fãs. E também é sempre assim no Brasil.”
Metallica Through the Never vale mais pela megalomania do show do que pela história de Trip em si. E não espere que o mistério deixado no ar ao final do filme seja revelado pelos integrantes. “É aberto a interpretações”, desconversa Trujillo. “Muitas das letras do Metallica são dessa forma. [No caso do filme], invente algo inteligente, e é melhor para você.”
Novo disco
O último álbum de estúdio do Metallica, Death Magnetic, foi lançado em setembro de 2008. Com tantas turnês (nesse meio tempo, só no Brasil a banda tocou em 2010, 2011 e 2013), um festival organizado pelos integrantes (o Orion Music + More, realizado em 2012 e 2013, nos Estados Unidos) e o filme, os planos para um disco de inéditas acabaram sendo postergados. Mas, agora, o quarteto já trabalha em novas composições.
“Estamos nos preparando para começar a gravar”, revela o baixista. “Nos últimos meses, temos trabalhado em centenas de ideias. Se tudo correr bem, em mais ou menos um ano os fãs terão um novo disco do Metallica.” Uma música desta safra, “Lords of Summer”, tem sido mostrada na atual turnê, Metallica by Request, e foi tocada em São Paulo. No entanto, ela não deve fazer parte do próximo trabalho, o segundo do qual Trujillo fará parte (ele é creditado em St. Anger, de 2003, mas não tocou nas faixas da versão standard do disco).
O músico está ansioso para entrar em estúdio, mas enquanto isso não acontece, faz um balanço desses últimos 11 anos com o Metallica. “Me sinto abençoado, tenho podido trabalhar com meus heróis”, afirma. “Comecei com o Suicidal Tendencies, e isso foi uma grande coisa para mim. Depois, trabalhei com o Ozzy Osbourne por sete anos, fiquei amigo dos integrantes do Black Sabbath... Hoje, poder criar música com o Metallica é uma honra.”
Além dos shows, das novas músicas e dos planos para o próximo álbum da banda, Trujillo trabalha em mais um projeto para as telonas – ele é produtor do documentário Jaco, sobre o lendário baixista Jaco Pastorius (1951-1987). “Esse é outro belo desafio. Enquanto estamos conversando, o filme está sendo editado em Los Angeles”, ele conta. “E no Record Store Day, em 19 de abril, vamos lançar gravações demo dele, de 1974. Então, tem muita coisa boa acontecendo para o Jaco. Sou muito feliz por tê-lo visto ao vivo quatro vezes quando era mais jovem.”
O Metallica segue na estrada com a turnê By Request até julho, pelo menos.
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