Ator retoma trabalho com o diretor Wes Anderson em O Grande Hotel Budapeste
Mariane Morisawa Publicado em 09/05/2014, às 13h02 - Atualizado às 13h07
O cineasta Wes Anderson e o ator Bill Murray formam uma das mais sólidas parcerias do cinema – O Grande Hotel Budapeste, sétimo filme que fizeram juntos, já estreou lá fora e deve chegar aos cinemas no Brasil em junho. O longa levou o Grande Prêmio do Júri no último Festival de Berlim e, na capital alemã, Murray deu um susto nos assessores de imprensa ao sumir por cerca de uma hora no dia das entrevistas. Ele é famoso por não se prender ao sistema, recusando-se, por exemplo, a ter um agente. Mas, da mesma forma que desapareceu, o ator ressurgiu, bem-humorado e atencioso, para falar sobre o novo trabalho e as mudanças pelas quais passou na carreira.
Como foram as filmagens deste longa-metragem?
Ficamos todos em um pequeno hotel em Görlitz, na Alemanha. O restaurante era só nosso. Do outro lado do lobby, era a sala de maquiagem. A gente descia de chinelo e roupão. Willem Dafoe brincou que era o asilo dos artistas. Também havia um bar ali perto. A qualquer momento do dia, tinha alguém do filme lá bebendo.
Parece uma aventura.
Sim, com certeza. Quando rodamos Viagem a Darjeeling, na Índia, foi assim também. Estávamos do outro lado do mundo, todos vivíamos na mesma casa de verão de um ricaço. Era bem divertido.
Você costuma ficar amigo dos diretores?
De alguns, sim. Wes é meu amigo. A primeira relação que tenho com qualquer cineasta é profissional. Se não trabalhamos bem juntos, não vamos ser amigos. Nunca.
Qual é a principal qualidade de Anderson?
Ele é capaz de ver, de ver o mundo. Tem um modo único de enxergar o mundo.
Ele escreve roteiros detalhados e precisos. Não há espaço para improvisar.
Não tenho problema com isso. Ele sabe exatamente o que quer. E sempre há espaço para improvisação, mas, se o roteiro for realmente bom, não há necessidade de improvisar. Você improvisa muito quando faz William Shakespeare? Hum, nem tanto. Deixa eu jogar umas coisinhas aí, falar umas coisas sobre ser ou não ser [risos]. A improvisação não é tão importante. Normalmente, a gente improvisa para consertar alguma coisa.
Dá para dizer que sua carreira mudou de trajetória há um tempo, não?
Não foi uma mudança intencional, apesar de eu ter desejado fazer um filme como Encontros e Desencontros. É que surgiu uma nova geração de cineastas, como Sofia Coppola e Wes.
Você às vezes revê trabalhos antigos e pensa que podia ter mudado de rota mais cedo?
Não, eu gosto de todos os trabalhos que fiz. E também nunca tive um plano de me tornar um “ator sério”. Sempre fui um ator sério, só que fazia comédias. Sou um profissional sério. Gosto do meu trabalho e o levo a sério, o que significa que preciso relaxar e me divertir. Isso é estranho, mas é verdade. Só se divertindo você pode realizar o melhor trabalho.
O que mais na sua vida faz com que esteja relaxado e se divirta?
Eu mesmo. Mas estou no meu melhor quando estou trabalhando. Na sua vida você pode se enganar dizendo que tal momento não é importante. Mas no trabalho sei que alguém está me registrando, dizendo se eu estava presente ou não. Então, preciso estar vivo e acordado. Quando estou vivo e acordado, tudo vai muito bem. E a vida é ou muito difícil ou muito empolgante. Se você tem consciência dessas duas coisas, fica mais fácil estar presente.
Por que você não tem mais um agente?
Quando tinha um, recebia muitos roteiros ruins, que eram escritos por gente da própria agência. Como agora não tenho agente, eu só recebo bons roteiros. Eu vi que a agência não me conseguia nenhum trabalho – eram as minhas performances que me conseguiam trabalho. Não precisava de tanto ruído na minha vida.
E como te encontram? Você tem telefone?
Não é problema meu [risos]. Se você não consegue nem me achar, não quero trabalhar contigo, certo? [risos]
Você fica tranquilo se os roteiros certos não aparecem? Porque parece que atores são inerentemente inseguros.
Bem, acho que as pessoas são inerentemente inseguras. Mas não faço projetos dos quais não gosto. Acho que por isso durei tanto tempo. Não trabalho por dinheiro ou porque fui forçado.
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