“Tem que ter coragem, senão fica enlatado”, diz Chuck Hipolitho sobre novo disco do Vespas Mandarinas

Agora um duo – completado por Thadeu Meneghini –, banda paulistana lança Daqui Pro Futuro, álbum recheado de participações e novidades

Lucas Brêda

Publicado em 15/03/2017, às 18h49 - Atualizado em 16/03/2017, às 12h36
COMPARTILHE
Vespas Mandarinas - Divulgação

“Esse disco eu toquei para minha mãe, uma pessoa ‘desintoxicada’ das coisas que temos como padrão de qualidade musical”, conta Chuck Hipolitho, metade da banda paulistana Vespas Mandarinas, sobre o próximo LP do grupo, Daqui Pro Futuro, recém-lançado. “Ela falou: ‘Que legal, parece que eu já conhecia as músicas. É o melhor disco que você já gravou.’ Mostrei para o meu irmão, um punk de 20 e poucos anos, e ele também gostou. Para conseguir conversar com essas duas pessoas, você tem que ter coragem, senão acaba ficando enlatado.”

Não é de hoje que o Vespas Mandarinas explora uma vertente acessível do rock (álbum antecessor, Animal Nacional, de 2013, até teve alguns de seus singles tocados em estações de rádio pelo país) e o novo trabalho chega mantendo o apelo, mas agora muito mais abrangente e com abordagem renovada. Daqui Pro Futuro traz uma vasta gama de colaboradores – são mais de 30 – e sonoridades, com teclados, sopros e cordas, entre outros, incrementando o núcleo das canções, o rock direto da dupla.

Para Thadeu Meneghini, a outra metade do Vespas, o duo (André Dea e Flavio Guarnieri, baterista e baixista, respectivamente, deixaram o grupo entre os dois discos) estava “aberto às possibilidades que o universo ofereceu”. “Não queríamos que fosse aquela coisa quadrada”, explica. “A gente trabalha com canção, então o diferencial não foi a composição, mas sim a instrumentação, o arranjo, em como traduzir aquela canção.”

Meneghini define a produção como um “buraco negro” pelo caráter aglutinador, tanto de ideias quanto de pessoas. Todo mundo entre Edgard Scandurra, do Ira!, e Tagore, passando por PJ (Jota Quest), Leoni, Jajá Cardoso (Vivendo do Ócio), Marcelo Yuka, Samuel Rosa (Skank), Lino Krizz (atual backing vocal dos Racionais) e Nevilton deu algum tipo de colaboração, como cocompositor ou acrescentando algum instrumento. “Levamos esse disco sem restrições criativas”, diz Chuck. “Essas pessoas colocaram a marca deles, às vezes nem foi questão de técnica, foi a vibe mesmo.”

Menos ortodoxo e com mais ideias, o Vespas Mandarinas admite que Daqui Pro Futuro deve gerar reações das mais diversas entre fãs e crítica, tendo em vista a recepção da faixa-título e primeiro single (cujo clipe foi produzido pelo magnata do funk no YouTube, KondZilla). “Essa coisa de ser uma banda de rock popular está no nosso DNA”, reforça Thadeu. “É assim: se o Faustão chamar para fazer playback, a gente vai.”

Ouça Daqui Pro Futuro abaixo.

TAGS: música, entrevista, Pop, novo álbum, formação, kondzilla, duo, segundo disco, quarteto, resenha, 2017, Vespas, andre dea, flavio gu, animal nacional, lp2, thadeu meneghini, daqui pro futuro, vespas mandarinas, mandarinas, eduardo benedito, chuck hipolitho