A Entrevista - Reprodução

Estados Unidos afirma que Coreia do Norte está “envolvida de forma central” no ataque à Sony

Casa Branca está decidindo se vai ou não acusar publicamente o país de ciberterrorismo

Rolling Stone EUA Publicado em 18/12/2014, às 10h30 - Atualizado às 13h36

Oficiais de inteligência dos Estados Unidos estão afirmando que o governo da Coreia do Norte esteve “envolvido de forma central” no ataque hacker aos computadores da Sony Pictures. A Casa Branca ainda está decidindo se vai ou não acusar publicamente o país de ciberterrorismo, de acordo com o The New York Times.

10 estrelas da música que cantaram para ditadores.

A descoberta coincide com a decisão da Sony de cancelar a estreia nos cinemas de A Entrevista – filme sobre jornalistas que recebem a missão de assassinar o ditador norte-coreano Kim Jong-un – que aconteceria em 25 de dezembro nos Estados Unidos, após ameaças terroristas.

O NY Times informa que o ataque hacker, que levou ao vazamento de filmes inéditos e informações das contas de e-mail de executivos, foi taxado como patrocinado. Ele foi, também, o ataque mais destrutivo já visto em solo norte-americano.

Para Coreia do Norte, novo filme de Seth Rogen representa um “ato de terrorismo.”

Pesquisadores forenses da Sony estão investigando se os ataques tiveram ou não ajuda interna. “É claro que eles já tinham acesso à rede da Sony antes do ataque”, disse Jaime Blasco, um pesquisador de segurança na AlienVault, à publicação.

Os oficiais norte-americanos ainda irão revelar como eles concluíram a origem do ataque. Mas já está sendo divulgado que os hackers deixaram pistas. Eles utilizaram programas comercialmente disponíveis para tirar dados da rede da Sony e usaram técnicas que se assemelham às dos ataques anteriores, na Arábia Saudita e na Coreia do Sul.

Première de A Entrevista é cancelada após ameaça de atentado terrorista.

Uma fonte identificada como oficial de inteligência dos Estados Unidos disse ao NY Times: “Isto foi de uma sofisticação que, se tivesse acontecido anos atrás, diríamos que estaria abaixo da capacidade da Coreia do Norte.”

Intercessão da ONU

Em julho deste ano, a Coreia do Norte fez uma reclamação formal à Organização das Nações Unidas (ONU) a respeito do filme. “Permitir a produção e distribuição de um filme sobre um chefe de Estado soberano deve ser considerado como um incentivo ao terrorismo, bem como um ato de guerra”, afirma o texto assinado pelo embaixador da Coreia do Norte na ONU, Ja Song Nam.

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“As autoridades dos Estados Unidos deveriam tomar ações imediatas e apropriadas para banir a produção e distribuição do filme, caso contrário serão totalmente responsáveis por encorajar e patrocinar o terrorismo”, acrescenta.

Em um comunicado divulgado em junho pela agência KCNA, o governo da Coreia do Norte prometeu uma “retaliação impiedosa” contra os Estados Unidos se o filme for lançado. Seth Rogen, por sua vez, fez piada com o ocorrido. “As pessoas geralmente não querem me matar por conta dos meus filmes antes de gastar US$ 12 para assisti-los”, escreveu ele no Twitter.

Veja o trailer de A Entrevista:

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