“Há maneiras diferentes de se fazer a cirurgia, das mais básicas às mais e mais cheias de opções. É como um carro”, disse o filho da cantora Cher
Erik Hedegaard Publicado em 06/01/2012, às 14h23 - Atualizado às 15h49
O texto abaixo é um trecho da matéria publicada na edição de janeiro da Rolling Stone EUA.
Como você sabe, Chaz Bono, de 42 anos, passou por algumas mudanças ultimamente. Ele começou como uma menina chamada Chastity, única filha dos cantores Cher e Sonny Bono; aparecia no programa de TV deles na década de 70 como uma menininha bonitinha de cabelos cacheados, acenando para a plateia; assumiu ser gay em 1995; reconsiderou sua identidade sexual alguns anos depois; começou a passar por tratamentos com testosterona para se tornar um homem; passou por uma mastectomia para remover seus seios; começou a levantar peso; atualmente, consegue erguer mais de 11 quilos com cada mão; passou a andar sem camisa sempre que possível, só porque agora era um homem e finalmente podia fazer isso; entrou para o elenco de Dancing With the Stars; foi chamado de coisas como bola de basquete, pinguim e Ewok; foi eliminado após seis semanas; continuou sendo notícia depois que o filho transexual de Warren Beatty o chamou de misógino e depois de ter pedido Jennifer Elia, sua namorada de 36 anos, em casamento, no topo do Seattle Space Needle, e ter terminado com ela em dezembro. É o suficiente para fazer sua cabeça girar. O que geralmente não se sabe, contudo, é que desde o fim de Dancing With the Stars, tem estudado suas finanças, somando os créditos e os débitos, e tem bastante certeza de que em pouco tempo finalmente poderá comprar um pênis para ele mesmo.
Ele diz que nunca se sentiu melhor. Ele não se amortece mais com analgésicos e bebida, por exemplo, e não se perde mais por dias a fio jogando videogame, apesar de ainda gostar de jogar. Parou de fumar, também; foi bem difícil, até que soube de uma possibilidade bastante assustadora se ele continuasse.
"A forma como fiz a minha cirurgia da parte de cima", ele explica, "é assim: eles retiram os mamilos, e, a partir deles, constroem mamilos masculinos. Eles redesenham tudo, digamos, e depois o reinserem. Então, é um enxerto e enxertos nem sempre cicatrizam. Um transexual que minha namorada conheceu disse que conhecia gente que fumava e os mamilos deles caíram. Quando ela me contou isso, foi todo o incentivo do qual estava precisando. Parei de uma vez só."
E agora, para combinar mais integralmente sua aparência com a forma como ele sempre se sentiu, está guardando dinheiro de maneira empenhada para comprar um pênis. Ele nunca falou muito sobre esse assunto antes. Quando alguém traz o tópico à tona, ele geralmente ri e diz "gostaria de manter
minhas partes privadas realmente privadas." Mas agora, por que não?
"Eu poderia fazer uma faloplastia, que coloca um falo doado no seu corpo", ele diz sem rodeios. "Mas estou tendendo mais a querer fazer uma metoidioplastia. É um procedimento que usa o que você já tem lá na região" – ele quer dizer o clitóris dele – "que acabou crescendo por causa da testosterona. Você fica, no fim das contas, com um pênis menor do que teria com a faloplastia, mas funciona perfeitamente, fica ereto e permite ter toda a sensação."
Ele já sabe o quão grande será?
Ele faz uma careta. "Sabe, eu não sei, na verdade. Quer dizer, nunca vi um ereto, então é bem difícil dizer. Mas, sabe, sem estar ereto, dá provavelmente umas três polegadas (7,2 cm), e cresce consideravelmente. Eu não sei qual é a média de diferença de tamanho, mas quando estou fazendo sexo, provavelmente consigo fazer aumentar em três ou quatro vezes." Ele pausa. "Eu já estive em uma relação heterossexual bastante típica, o que fez com que alguns membros militantes da comunidade gay pensassem que estou reforçando estereótipos, ou sei lá. Enfim, eu acho que Jen gostaria que eu não fizesse a cirurgia da parte de baixo, mas ela entendeu minha necessidade de fazer isso." Ele dá da ombro. “Mas você tem que entender que para mim a transformação de vida já aconteceu."
Quanto vai custar?
“Depende. Existem maneiras diferentes de fazer a cirurgia, das mais básicas às mais e mais cheias de opções. É como um carro."
Como um carro?
"É, bem, para exemplificar, a cirurgia que eu gostaria de fazer, eu teria que fazer implante de testículos e tudo mais e gostaria de poder urinar com ele. Quer dizer, não é um problema tão grande ter que sentar, mas alguns dos assentos de privada em banheiros masculinos são nojentos. O médico que gostaria de usar está em Belgrado. Será um pouco mais barato lá. Provavelmente US$ 25 mil, talvez US$ 45 mil, eu realmente não sei."
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