Capa do disco de estreia do rapper Rico Dalasam, <i>Orgunga</i> (2016) - Reprodução

Exclusivo: baixe o disco de estreia do rapper Rico Dalasam, Orgunga

Em oito faixas autorais, expoente do queer rap mescla hip-hop, timbres indianos, flautas e percussões brasileiras

Redação Publicado em 03/06/2016, às 13h18 - Atualizado às 18h05

Orgunga, o disco de estreia do rapper paulista Rico Dalasam, só chega às lojas e aos serviços de streaming na semana que vem. Mas, nesta sexta, 3, ele libera o material, com exclusividade no site da Rolling Stone Brasil, para download gratuito (neste link).

Primeiro álbum cheio de Dalasam, Orgunga traz oito faixas autorais e dá sucessão ao EP que lançou o rapper ao mundo, Modo Diverso, de 2015. O disco chegará às plataformas de streaming e também sairá, com lançamento independente, em formato físico.

“Eu mesmo, para ouvir as músicas que gosto, já me vi dentro de três plataformas diferentes”, explica ele. “Isso ainda não torna a música democrática. Achamos incrível estar em todos os lugares da música e procuramos também outras formas de ganhar dinheiro. Neste momento, meu coração me manda colocar as músicas para download gratuito. Se eu quero que chegue para todo mundo, tenho que deixar do jeito mais fácil para que isso aconteça.”

A expressão que dá nome ao disco de estreia de Dalasam foi criada por ele mesmo e sintetiza as palavras “orgulho, negro e gay”. “Negros, gays, rappers: quantos no Brasil? Deve haver vários tantos”, canta ele na faixa “Dalasam”, que abre Orgunga. O cantor de Taboão da Serra é um dos expoentes do subgênero chamado queer rap.

“O EP tinha muita coisa de R&B, funk e eletrônico. No disco, a gente troca isso por timbres indianos e flautas e percussões bem brasileiras [gravadas por Mahal Pita, do BaianaSystem]”, disse ele, em entrevista recente à RS Brasil. Dalasam também comentou que teve a preocupação de que o álbum não bata nas teclas do “sambou”, “lacrou” ou outras gírias gay que ele não costuma usar.

“Dá para buscar seu próprio modo de contar”, disse o rapper. “Vai enriquecer muito se cada menino desses achar seu jeito de contar. Traduzir a história é diferente para cada um, mas a narrativa é global. Se você conseguir transmitir [através da música] seu comportamento, isso, sim, é universal.”

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