Abaixo-assinado para condecorar os esforços humanitários do cantor conta com mais de 16 mil assinaturas eletrônicas; eis o problema: o comitê do prêmio não aceita indicações póstumas
Da redação Publicado em 28/07/2009, às 11h42
Já são mais de 16 mil assinaturas na petição online que propõe a entrega do Nobel da Paz para Michael Jackson. De acordo com o jornal britânico The Guardian, a indicação foi primeiramente sugerida pela fã norueguesa Ola Hunnestad, em abril de 2007. Com a morte do cantor, em 25 de junho, aos 50 anos, a iniciativa ganhou fôlego.
A proposta de Ola Hunnestad já colheu 11,4 mil adesões. Cerca de outras 5 mil pessoas também aderiram à causa, dessa vez apoiando uma carta aberta enviada por Anneliese Nichole Brown ao comitê responsável pelo prêmio, situada em Oslo, capital norueguesa. "A mensagem de Michael à humanidade sempre foi enraizada em compaixão e bondade", escreveu a estudante de Los Angeles, há duas semanas.
Brown listou alguns atos para sublinhar o potencial do candidato. Um deles foi a queimadura sofrida em 1984, quando o astro gravava um comercial para a Pepsi. "Michael ganhou US$ 1,5 mi em um acordo judicial e doou [a quantia] ao Centro de Queimaduras Michael Jackson."
Também ganharam destaque os US$ 60 milhões gerados pelo single We Are the World, organizado e coescrito por Jackson com o objetivo de arrecadar fundos para o combate à fome na África. A faixa contou com mais de 40 artistas, entre eles Harry Belafonte (autor da ideia), Lionel Richie, Bob Dylan, Diana Ross, Cyndi Lauper e Stevie Wonder.
A contribuição global mais impressionante, segundo Brown, foi a criação, em 1992, da Fundação Heal the World ("cure o mundo", em português), "responsável por educar crianças a respeito do perigo de drogas e álcool". Para a fã, a instituição merece crédito ainda por ter doado "milhões de dólares para suprir necessidades de crianças pobres", além de transportar 46 toneladas de suprimentos a Sarajevo, que, naquele ano, foi devastada por uma guerra entre bósnios e sérvios.
O fato de ter tirado do bolso US$ 120 mil para bancar um transplante de fígado para Bela Farkas, criança húngara abandonada, também transforma Michael num candidato nato para o Nobel da Paz, defendeu Brown. "Esse é o tipo de caridade que fez com que seu nome entrasse no tópico de 'artistas que mais apoiam obras de caridades' no Guinness Book de 2000." Jackson também consta nesta lista de artistas que foram ao socorro financeiro das vítimas do 11 de setembro e do furacão Katrina
Hunnestad está na campanha há mais tempo. Em 2006, a norueguesa escreveu a autoridades como o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, o ex-presidente norte-americano Jimmy Carter e o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan. "Infelizmente, não tivemos êxito, mas Kofi Annan e a ONU foram gentis o bastante para mandar uma resposta simpática."
Bono e Bob Dylan já foram indicados, respectivamente, para o Nobel da Paz e da Literatura. Nenhum deles ganhou.
Mas o problema, no caso de Jackson, não é só o status de azarão que os músicos têm na premiação. As regras do comitê até permitem Nobel póstumo - mas a pessoa precisa receber a indicação ainda em vida.
Quer aderir à causa - ou, quem sabe, lançar novo abaixo-assinado, pedindo a alteração das normas? Clique aqui para conferir a iniciativa de Hunnestad e Brown.
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