Em participação no programa Conversa do Bial, o ex-presidente Fernando Henrique comentou sobre as eleições de 2022 e a polarização entre Lula e Bolsonaro
Redação Publicado em 19/05/2021, às 09h34
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse na terça, 18, que errou ao não ligar para declarações de Jair Bolsonaro (sem partido). Durante o programa da Globo Conversa do Bial, Cardoso também explicou que nunca encontrou pessoalmente o atual chefe do Executivo durante período no qual participou da política. As informações são do UOL.
Durante o programa, transmitido na terça, 18, Fernando Henrique comentou: "Ele falava mal de mim, uma vez disse que ia me fuzilar, com não sei quantos mais. Eu não ligava para isso, porque ele não existia. Erro meu, porque ele existe. Foi presidente, foi eleito, e corre o risco de ser reeleito. Depende da capacidade que nos tenhamos de oferecer uma alternativa capaz de enfrentá-lo."
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O episódio citado por FHC aconteceu em 1999, quando Bolsonaro participou do programa Câmara Aberta. Na ocasião, o atual presidente do Brasil explicou que apenas uma guerra civil consertaria o país, pois haveria a necessidade de fazer o "trabalho que o regime militar não fez. Matando 30 mil, e começando por FHC."
Fernando Henrique também comentou sobre a corrida presidencial de 2022, e alertou para a necessidade de um nome que evite a vitória de “quem está ganhando” nas pesquisas - referência a Lula e Bolsonaro. O ex-presidente também comentou sobre a importância de "um caminho mais aberto, mais democrático", para escapar da "polarização".
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"Nunca votei no Bolsonaro, e dessa vez quero poder votar com tranquilidade. Mas se não puder votar com tranquilidade eu vou fazer uma escolha, porque nós sabemos o que significa o Bolsonaro", disse FHC.
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Nesta quarta, 5 de maio, Jair Bolsonaro (sem partido) comentou sobre a CPI da Covid, que investiga a atuação do governo federal durante a pandemia. Durante declaração, o presidente chamou de “canalha” quem não concorda com o tratamento precoce contra a doença e não "apresenta alternativa". As informações são do G1.
Um dos pontos de investigação da CPI da Covid é a promoção governamental de medidas sem eficácia comprovada contra a doença, como o tratamento precoce. Bolsonaro é um dos defensores do uso desses medicamentos, como hidroxicloroquina, e afirma que se curou da Covid-19 graças ao remédio.
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No Palácio do Planalto nesta quarta, 5, Bolsonaro disse: "Canalha é aquele que é contra o tratamento precoce e não apresenta alternativa. Esse é um canalha. O que eu tomei [para tratar a Covid], todo mundo sabe. Ouso dizer que milhões de pessoas fizeram esse tratamento. Por que é contra?"
Segundo o G1, o presidente também disse esperar que a investigação da CPI também seja feita em relação ao resultado do uso de hidroxicloroquina em Manaus no início de 2021: "Espero que a experiência de Manaus com doses cavalares de hidroxicloroquina seja completamente desnudada pelos senadores. Por que não se investe em remédio? Por que é barato demais? É lucrativo para empresas farmacêuticas ou para laboratórios investir no que é caro? Nós conhecemos isso."
Durante o discurso, Bolsonaro sugeriu aos senadores integrantes da CPI que ouçam profissionais defensores do tratamento precoce: "Essa CPI, eu tenho certeza, parlamentares, senadores, em especial, vai ser excepcional no final da linha. Que vai mostrar sim o que alguns fizeram erradamente com os bilhões entregues pelo governo para os seus respectivos estados e municípios. Junto àqueles que são isentos e apoiam a verdade, senadores, estamos sugerindo que seja convocado ou convidado autoridades que venham falar do tratamento precoce."
Além de não prevenir contra a Covid-19, o chamado tratamento precoce pode ter diversos efeitos colaterais. Muitas vezes, os medicamentos são usados em altas dosagens e sem acompanhamento médico, o que pode causar hemorragias, doenças no fígado e insuficiência renal.
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Também chamado de “kit-covid”, o tratamento com remédios sem eficácia pode ter diversas complicações no organismo, além de atrasar a busca por atendimento após o diagnóstico de Covid-19.
Em entrevista ao Estadão, o médico Valmir Crestani Filho explicou: “Em um dos últimos plantões, atendi um paciente que estava tomando cloroquina e usando oxigênio em casa. Ele chegou azul. Tive de intubar na hora.”
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Além de defender o tratamento precoce, Bolsonaro também insinuou que o vírus foi criado em “laboratório.” Sem mencionar a China, o presidente questionou se a pandemia seria, de fato, uma “guerra química”.
"É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu o seu PIB? Não vou dizer para vocês," disse.
A hipótese já foi descartada pela OMS, conforme noticiado pelo G1. A organização realizou um estudo que indicou ser "extremamente improvável" que o vírus tenha sido criado devido a um incidente em laboratório.
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