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Que Horas Ela Volta? será representante do Brasil na disputa pelo Oscar

Dirigido por Anna Muylaert, longa traz Regina Casé como a empregada doméstica Val

Redação Publicado em 10/09/2015, às 16h19 - Atualizado às 17h36

O Ministério da Cultura anunciou nesta quinta-feira, 10, que o filme Que Horas Ela Volta? irá representar o Brasil na disputa pelo Oscar. O longa entra na briga por uma vaga na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira na premiação de 2016.

Edição 108 – Delicado, Que Horas Ela Volta? expõe realidade incômoda das relações de poder.

Celebrado pela crítica, Que Horas Ela Volta? já tem na bagagem prêmios dos festivais de Sundance e Berlim. O filme, que estreou em circuito comercial no último dia 27 de agosto, é dirigido por Anna Muylaert e tem como protagonista a atriz Regina Casé, que dá vida a Val, uma empregada doméstica.

Na trama, Val é uma nordestina que deixa a filha em Pernambuco para trabalhar como babá numa família de classe alta em São Paulo. Treze anos mais tarde, ela tornou-se uma segunda mãe para o menino Fabinho. O enredo do longa se inicia no momento em que Jéssica, filha da protagonista, vai para São Paulo prestar vestibular.

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Em 2015, o Brasil teve como representante Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, de Daniel Ribeiro. Porém, o último filme nacional que chegou a concorrer ao Oscar nessa categoria foi Central do Brasil, em 1999. Que Horas Ela Volta? bateu A História da Eternidade, Casa Grande, Entrando Numa Roubada, Estranhos, Estrada 47, Alguém Qualquer e Campo de Jogo, entre outros concorrentes a pleitear uma vaga na lista de indicados ao Oscar do ano que vem.

Segundo Anna Muylaert, o roteiro demorou cerca de duas décadas para ficar pronto, e ela afirma que a ideia surgiu em 1995, com o nascimento do primeiro filho: “O chamado para maternidade para mim foi muito forte. Eu senti que o trabalho da mãe não era apenas muito importante, era sagrado. Mas ao mesmo tempo senti que esse era um trabalho desvalorizado na nossa cultura.”

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“No meu âmbito social o costume era entregar o cuidado diário dos filhos para babás, cujos salários eram baixos. E muitas vezes essas mulheres eram obrigadas a deixar seus filhos com outras pessoas para poder trabalhar. Senti que na figura da babá estavam contidos vários paradoxos”, afirma a diretora em comunicado oficial sobre o filme.

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