Longa dirigido por Vicente Amorim (Corações Sujos) tem Bianca Comparato e Regina Braga no papel da protagonista
Ana Luiza Ponciano Publicado em 21/11/2014, às 13h03 - Atualizado às 13h27
Uma boa história de herói precisa de dificuldades, superação, um personagem forte e, se possível, uma cena de salvamento em um ônibus pegando fogo. Todos esses elementos estão presentes em Irmã Dulce, a cinebiografia sobre a freira mais pop de Salvador, que estreia nos cinemas de todo o Brasil na próxima quinta, 27.
Cinebiografias musicais que valem a pena.
A história de irmã Dulce é mostrada sob direção de Vicente Amorim (Corações Sujos, Rio, Eu te Amo), roteiro de Anna Muylaert e L.G. Bayão, e traz desde a infância até o encontro dela com o Papa, em 1980, no auge de sua popularidade. O longa, entretanto, é uma ficção baseada em uma história real, segundo o diretor. “Os fatos mostrados lá são representações do que ela passou na vida. O João [personagem que ela salva da pobreza e que a adota como mãe], por exemplo, é a junção de várias histórias que ouvimos sobre ela”, explica Amorim.
Filmado em Salvador, o filme traz duas atrizes no papel principal: Bianca Comparato (dos 20 aos 45 anos) e Regina Braga (45 anos em diante). As duas contam que trabalharam juntas o tempo todo para criar uma personagem única. “Pensamos muito no modo dela falar, principalmente. A irmã Dulce tinha um problema respiratório que fazia com ela falasse de uma forma muito peculiar”, conta Bianca. “Para mim, o mais difícil foi esconder a minha voz. Vim de teatro, onde a ideia é quase sempre expandir a voz, e aqui precisei esconder, ficar sem fôlego”, analisa Regina.
As diferenças físicas entre Bianca e Regina são indiscutíveis. Bianca é carioca, morena de cabelos castanhos. Regina é paulista, loira de olhos azuis. Profissionalmente, também há algumas diferenças: Bianca fez alguns papéis no cinema, como em Somos Tão Jovens e Como Esquecer, apesar de também ter atuado em séries e novelas. Já Regina Braga é uma atriz de televisão e teatro, tinha feito apenas um filme em toda a carreira. Viu Irmã Dulce, contudo, um modo de se aproximar de novos projetos. “O cinema nunca foi um ambiente em que caminhei muito, mas me apaixonei pela personagem e quis tentar essa experiência. Agora pretendo continuar no meio, mas talvez dirigindo”, conta Regina.
O recorte escolhido pelo diretor foi bem abrangente. Ele narra praticamente a vida inteira da freira, mas a partir de suas principais relações pessoais e suas ações humanitárias. A freira, que morreu em 1992, aos 77 anos, está em processo de canonização e foi até indicada ao Prêmio Nobel da Paz. Uma das maiores características da freira era a forma como ela desafiou a igreja, especialmente descumprindo as regras de clausura.
O método escolhido pelo diretor para sincronizar os atores àquela época foi mergulhar na história de Irmã Dulce. Toda a equipe foi para Salvador cinco semanas antes das filmagens. A ideia principal era que o elenco conhecesse a cidade, já que ela respira essa história e demonstra resultados das obras da freira até hoje. O hospital Santo Antônio é um dos exemplos. O que era um galinheiro virou, nas mãos de irmã Dulce, um dos maiores hospitais da Bahia, que atualmente realiza 4 milhões de atendimentos por ano. O filme vale não apenas por contar uma história forte e cativante, mas especialmente por explicar a história dessa mulher que faz parte da memória emocional do Brasil e salvou milhares de pessoas da fome e da morte.
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