Após a famosa polêmica dos anos 1980, Roger Waters e David Gilmour concordaram em se apresentar no Live 8 "para combater a pobreza"
Redação Publicado em 03/12/2019, às 08h41
Em 1985, o Pink Floyd entrou em declínio quando o baixista e vocalista Roger Waters abandonou a banda e processou o trio remanescente - David Gilmour, Richard Wright e Nick Mason - por continuar usando o nome que eles haviam construído juntos. Quando ele perdeu a batalha legal, contudo, a hostilidade permaneceu.
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Em 2005, o ex-vocalista e líder do The Boomtown Rats, Bob Geldof, decidiu que queria o Pink Floyd como headliner do Live 8 - uma série de shows beneficentes para combater a pobreza mundial.
Durante uma entrevista para o portal Louder Sound em 2015, os companheiros de banda explicaram como Geldof os convenceu a se apresentar no Hyde Park, em Londres, em julho de 2005.
O guitarrista e vocalista do Pink Floyd, David Gilmour, revelou: "Geldof me ligou e não mencionou Roger, só perguntou se eu toparia fazer o Live 8 com o Pink Floyd."
"E eu disse que não, pois estava no meio do meu álbum solo", ele continuou. "Geldof dizia: 'Vou visitar vocês', e entrou no trem. Eu pensava 'Não, não, não'. Quando eu liguei para o celular dele, ele estava em East Croydon. Eu disse: 'Bob, não faz sentido, saia do trem.' E ele disse: 'Eu estou indo mesmo assim'."
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Enquanto isso, Geldof tentou convencer os outros membros da banda, e o baterista Nick Mason imediatamente respondeu que seria uma "ótima ideia".
Waters, a figura mais controversa do Pink Floyd, também concordou com a ideia e prontamente ligou para Gilmour - uma virada surpreendente do destino após a famosa polêmica dos anos 1980.
Os dois se entenderam e, depois de bastante insistência, Gilmour se juntou à banda para uma reunião. Assim, ele telefonou para Tim Renwick e lhe contou o que estava acontecendo.
"Eu fiquei completamente chocado, como nunca antes", disse Renwick. "Eu sempre pensei que Roger estava errado ao sair da banda e que eles nunca mais tocariam juntos."
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Segundo Gilmour, a causa positiva por trás do show o fez abraçar a ideia de Geldof, pois ele tentaria de "tudo para convencer os líderes do G-8 a assumirem compromissos para o alívio da pobreza."
"Quaisquer brigas que tenhamos tido no passado são irrelevantes neste contexto", ele acrescentou. "Se chamarmos a atenção para o movimento, então terá valido a pena."
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Durante os ensaios, Roger Waters foi um pouco perturbante, se atrasando todos os dias e "fazendo sugestões loucas sobre reorganizar as coisas", contou Renwick.
No palco, contudo, o músico fez um anúncio positivo e entusiasmado, dando a entender que as disputas haviam sido deixadas para trás: “É realmente muito emocionante ficar de pé aqui com esses caras depois de tantos anos."
Ao fim do Live 8, Gilmour concluiu: "O ódio e a amargura são sentimentos muito negativos. Foi muito bom colocar tudo em perspectiva e encerrar as coisas bem. E é isso - o Live 8 foi ótimo, mas foi um encerramento. Como dormir com uma ex-esposa. Não há futuro para o Pink Floyd."
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