In Through the Out Door nasceu depois de muita turbulência para Robert Plant, Jimmy Page e John Bonham - e foi apresentado em dois shows na Inglaterra
Angie Martoccio / Rolling Stone EUA Publicado em 16/08/2019, às 18h53
Feliz aniversário de 40 anos para o In Through the Out Door do Led Zeppelin, a última palavra da banda que só começou a ser apreciada recentemente. Sem surpresa, a Rolling Stone EUA bateu tanto no LP na época que suas articulações quase soltaram: “se por acaso Robert Plant conhecer alguém que não lhe der um pé, ele deve evitar chamá-la de ‘menina dos meus olhos’ ou ela provavelmente vai o rejeitar,” escreveu Charles M. Young em uma edição antiga da revista. “Do mesmo jeito que eu rejeito ‘I’m Gonna Crawl,’ na qual ele canta esse cliché como se significasse algo.” Quarenta anos depois, a música melada virou doce, e os sons continuam indo em frente.
O disco marcou o retorno de um hiato de dois anos que a banda tirou no meio de agitação e problemas. Robert Plant se machucou bastante em um acidente de carro em 1975; dois anos depois, seu filho de cinco anos Karac morreu com um vírus. Jimmy Page sofria de um sério vício em heroína, enquanto John Bonham lutava contra o alcoolismo (o que eventualmente levou à sua morte em 1980).
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Como consequência, John Paul Jones, normalmente o primeiro a chegar aos estúdios Abba’s Polar em Estocolmo durante as sessões de gravação do LP, reinava. Acho que você poderia dizer que In Through the Out Door é um disco meu, da mesma maneira que Presence é do Jimmy,” ele disse ao Ritchie Yorke em 1991.
O disco começa com “In the Evening,” faixa inspirada pelo envolvimento de Page na trilha sonora do filme de Kenneth Anger Lucifer Rising, e tinha efeitos de guitarra alcançados com ajuda de um Gizmotron. Desde o início, ficou evidente que essa seria a gravação mais experimental de todas. Com músicas como a quase samba “Fool in the Rain” e a ambiciosa “Carouselambra” que tem dez minutos, a banda oficialmente explorava o território arte-rock. “All My Love,” ode de Plant a Karac, tinha uma melodia vinda do fundo do coração e terminou na trilha rockabilly de “Hot Dog.”
Supostamente, o primeiro nome do disco seria Look, mas mudou para In Through the Out Door como uma alusão à superação da banda. (“Foi a maneira mais difícil de voltar,” disse Page). Hipgnosis - companhia de design inglês de Aubrey Powell e Storm Thorgerson - desenhos seis capas diferentes para o álbum, cada uma com uma cena em sepsia em um bar inspirado em Nova Orleans. As cópias foram, de modo famoso agora, embrulhadas em papel pardo, escondendo qual arte foi comprada. Mesmo com esse chamariz estranho, o disco vendeu 2 milhões de cópias nos 10 primeiros dias. Com as vendas de discos perigosamente baixas, o sucesso deste trabalho ajudou a reviver a indústria.
No lugar de embarcar em uma turnê, o Led Zeppelin decidiu retornar aos palcos com dois shows ao ar livre no festival inglês Knebworth, nos dias 4 e 11 de agosto de 1979 - a primeira vez em que tocavam nos EUA em quatro anos. No vídeo abaixo, eles tocam “In the Evening” com Bonham liderando, batendo na bateria de modo intenso.
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Com uma plateia enorme e números de abertura que incluiam Todd Rundgren and Utopia, Southside Johnny and the Asbury Jukes, Marshall Tucker Band, e os New Barbarians com Keith Richards, Ron Wood e Ian McLagan, Led Zeppelin estava sob pressão enorme para voltar aos holofotes. “Eu estava bem tenso,” relembrou Plant. “Tinha tanta expectativa e a última coisa que estávamos era confiantes o suficiente. A gente deu vida ao monstro mas não o matou. Foi bom, mas só porque todo o mundo fez disso bom.
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