Lançado em 1979, o álbum comemora 40 anos neste ano
RYAN REED, Rolling Stone EUA Publicado em 11/10/2019, às 20h34
O 12º disco do Fleetwood Mac é ao mesmo tempo demente e afável, bem como familiar e estrangeiro. O LP duplo, como White Album dos Beatles, se divertia com a própria bagunça ao misturar o trabalho de três compositores distintos.
A vocalista Stevie Nicks e a tecladista Christine McVie carregaram o peso comercial de Tusk tocando pop groove e rocks tempestuosos. Eles tocam no mesmo ponto ideal do disco anterior, a obra-prima Rumours (1977).
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No entanto, Lindsey Buckingham não estava disposto a se repetir. Explorando o som moderno do New Wave e do punk, o cantor e guitarrista se preparou para marchar pelo desconhecido - seja com o interesse ou não dos colegas de banda nessa jornada. Essa fricção define Tusk, a fraturada obra de arte do grupo.
“A explosão do movimento punk mudou o cenário musical e a concepção popular era que bandas como a nossa, Led Zeppelin, The Stones, Elton John e todo mundo da nossa época, eram dinossauros que perderam contato com o mundo real”, comentou o baterista Mick Fleetwood na autobiografia Then Play On (2004).
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“Isso não era verdade, óbvio - estávamos em contato e atentos com todas as mudanças na cultura, principalmente o Lindsey. Ele estava intrigado com as bandas de punk, como the Clash e muitos artistas do New Wave, como Talking Heads e Laurie Anderson. E ele queria seguir essa criatividade. O problema para ele era se conseguiria ou não fazer isso com o resto de nós”, continuou Fleetwood.
Eles fizeram, é claro, da maneira mais Fleetwood Mac possível: com muito drama e muita cocaína. E eles terminaram com 20 músicas que mostravam cada faceta do estilo deles - da mania vibrante e galopante de “That’s Enough for Me” até o caos brusco e percussivo da faixa-título.
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“Acho que Tusk é uma gravação espectacular. Estávamos todos cansados, mas Lindsey estava realmente tentando torná-la mais estranha e mais pesada do que qualquer um de nós era capaz de compreender. Mas nós fomos junto. Nós o seguimos até o topo da montanha!”, disse Fleetwood nas notas principais da reedição de 2015 do disco.
Em comemoração aos 40 anos do aniversário de Tusk, separamos 10 curiosidades sobre o álbum de Fleetwood Mac. Confira:
O Fleetwood Mac gravou a maior parte de Tusk dentro do Village Recorder de Los Angeles. A banda construiu o espaço Studio D usando alguns dos próprios royalties antecipados. Eles acabaram acumulando mais de US $ 1 milhão em custos, o primeiro LP a cruzar esse limite.
Buckingham fazia gravações experimentais de várias músicas em casa antes de mostrá-las para a banda. Quando chegou ao estúdio, fez lobby por - e recebeu - uma réplica do próprio banheiro para conseguir capturar o "som incrível" que estava produzindo.
Mesmo quando ele entrou no estúdio, Buckingham experimentou incansavelmente técnicas de gravação - muitas vezes para aborrecimento dos outros.
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"Eu estava me perdendo bastante. Meu pensamento era: vamos subverter a norma. Vamos desacelerar a máquina de fita, ou acelerar, ou colocar o microfone no chão do banheiro e cantar e bater em uma caixa de lenços de papel! Minha mente estava disparada”, disse Buckingham ao site norte-americano Mojo.
Stevie Nick compôs “Sara”. A música foi em parte inspirada pelo aborto que sofreu durante o relacionamento com Don Henley, dos Eagles.
O núcleo rítmico do maníaco "Tusk" se originou de uma banda de metais que Fleetwood ouviu na França.
Peter Green, co-fundador e compositor principal de Fleetwood Mac no início do blues, contribuiu com uma breve participação de guitarra na balada arejada de Christine McVie, "Brown Eyes".
Buckingham supostamente consultou as gravações do álbum Smile - até hoje não lançadas -, do Beach Boys, para "fins de pesquisa" durante as sessões. No entanto, o músico que já adorava Brian Wilson, elevou a obsessão pelo fundador do Beach Boys a um novo nível.
O álbum Tusk foi uma decepção comercial se comparado com o sucesso de Rumour. E, embora o excesso de músicas experimentais tenha contribuído para esse retrocesso, as estranhas ideias promocionais da gravadora Warner Brothers não ajudaram.
Dependendo da fonte, o nome foi inspirado na fotografia de natureza africana de Peter Beard - que trabalhou nas colagens surreais que enfeitam a embalagem interna do álbum. Outras teorias sugerem que Tusk era o apelido de Fleetwood para o próprio pênis ou para genitais em geral.
Mick Fleetwood regravou a faixa de Buckingham “Walk a Thin Line”. A nova versão da música contou com a participação especial de George Harrison - ex-cunhado de Fleetwood. Quando finalizada, a canção entrou para o disco The Visitor (1981).
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