Cantora se mostrou extremamente contente na primeira apresentação do Florence + the Machine no Brasil
Bruna Veloso Publicado em 24/01/2012, às 23h43 - Atualizado em 25/01/2012, às 10h30
Florence Welch grita. E grita muito. Os agudos da cantora, em seu primeiro show no Brasil, chegaram a machucar os ouvidos em uma ou outra hora - mas nada que ofuscasse o poder que a britânica parece ter sobre o público, formado, na pista vip, por uma parte de fãs,uma parte de jovens que estavam apenas esperando pelo show de Bruno Mars, o headliner do Summer Soul, em São Paulo, nesta terça, 24.
Embora estridente, a "gritaria" de Florence nem de longe abalou o brilho da cantora. Se uma porção de quem não conhece os discos da britânica se assustou com o volume, os que a admiram se renderam à simpatia e à potência vocal dela. Em seus clipes, Florence aparece a maior parte do tempo séria, mas em São Paulo ela sorriu (um sorriso aberto, feliz) muitas vezes.
O começo, pontualmente às 21h, trouxe a cantora simpática ("E aí, Brasil?"), mas ainda com o rosto sem muitas expressões. Sob um vestido amarelo e laranja esvoaçante, ela entrou no palco cantando "Only if for a Night", de seu mais recente disco, Ceremonials (2011). No início, ela manteve a aura teatral, de estátua grega, queixo marcado e olhar perdido. Mas, no decorrer da apresentação, como acontece em muitos de seus shows, Florence pulou de um lado pro outro, rodopiou e agradeceu.
A apresentação durou cerca de 70 minutos, com músicas do primeiro disco - "Cosmic Love" (no final, ela disse "estou feliz de estar aqui", fez um coração com a mão e o beijou), "You've Got the Love" (apontando, enquanto cantava a frase título, para diversas pessoas na plateia, e tendo um coro em resposta) -, e até uma cover de Etta James. "Cantei essa música, bêbada, para o meu manager [quando ele a descobriu]. Essa é para Etta, a razão para eu estar aqui", ela disse antes de cantar uma versão de "Something's Got a Hold on Me" (especialmente aguda, sendo cantada à capella). Ceremonials esteve outras vezes presente, inclusive com a mórbida "What the Water Gave Me", que lembra o suicídio de Virginia Woolf ("Lay me down/ Let the only sound/ Be the overflow/ Pockets full of stones" - "Deite-me/ Deixe que o único som/ Seja o da enchente/ Bolsos cheios de pedras") e "Never Let Me Go" ("vocês parecem ondas", disse Florence, em referênica ao movimento dos braços da plateia).
Mas, é claro, nada se comparou a "Dog Days Are Over". Florence se surpreendeu com as palmas e aproveitou uma pausa para girar com a bandeira brasileira nos braços (em seguida, errando o tom por um segundo ao microfone, mas se corrigindo logo após).
No final, onze músicas depois, em "No Light, No Light", Florence sorriu ao ouvir o público cantar, e mais uma vez agradeceu. Carismática e parecendo sempre muito feliz com a recepção paulistana, Florence fez um bom show, amparada por sete músicos: backing vocal, harpista, um baixista/percussionista (que se reveza muito bem entre os dois instrumentos), dois tecladistas, baterista e guitarrista. Embora ótimas canções, como "Kiss with a Fist", tenham ficado de fora, a cantora cumpriu a missão com os fãs, e certamente arrebatou novos admiradores.
Entrevista: "Aquilo nunca tinha acontecido", diz Florence Welch sobre assédio dos paparazzi no Rio de Janeiro. Abaixo, veja um trecho do bate-papo:
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