Mark Foster - AP

Segundo álbum do Foster the People “não é o disco que as pessoas esperam”

"É definitivamente uma evolução para nós, é um disco que vai polarizar as opiniões", diz o frontman Mark Foster

Steve Baltin Publicado em 20/11/2013, às 10h31 - Atualizado em 02/01/2014, às 12h58

Depois de estourar em 2011 com “Pumped Up Kicks”, a banda Foster the People desacelerou consideravelmente este ano. Eles fizeram apenas um show, e Mark Foster se tornou o que ele descreve como “rato de estúdio”, que é onde ele tem estado para trabalhar no sucessor de Torches. Ele também conseguiu sua primeira oportunidade de fazer a trilha de um filme. Mas 2014 deve ver o ressurgimento de Foster the People, começando em janeiro, se tudo der certo. A Rolling Stone EUA recentemente falou com Mark Foster no backstage do festival Hard Day of the Dead, em Los Angeles, e ele deu alguns detalhes sobre o novo álbum, o filme e mais.

Como foi sua experiência de fazer um filme pela primeira vez?

Chama-se Little Boy. Vai sair no ano que vem. É um filme de época e a primeira trilha que fiz. Esse cara, Alejandro Monteverde, dirigiu um filme chamado Bella que ganhou o Festival internacional de Cinema de Toronto, e este é o próximo filme dele. É com Tom Wilkinson e Emily Watson, muito bons atores. É um bom filme, mas tem muita música. Acho que havia nove minutos no filme nos quais não havia música. Então foram, tipo, nove meses de trabalho. Mas foi legal – eu fui para Praga e gravei com a orquestra as coisas clássicas. Foi definitivamente uma experiência, mas eu estou mesmo animado com o novo álbum do Foster the People. É carregado de guitarras. Havia tempo que não tocava tanta guitarra, então vai ser muito divertido tocar ao vivo, porque é muito mais orgânico e parecido com Pixies, The Clash e tal.

A gravação da trilha de Little Boy influenciou o disco do Foster?

Para mim, eles vivem em dois mundos diferentes. Acho que gravar a trilha vai influenciar o nosso terceiro álbum porque meio que me trouxe de volta para a música clássica, que eu cresci ouvindo. Andei pensando muito a respeito do terceiro álbum, apesar do segundo nem ter saído ainda, o que é engraçado de dizer em voz alta. Acho que o próximo será mais orquestral. Definitivamente, trabalhar no filme, ir a Praga e gravar com a orquestra, coisa que eu nunca tinha feito – eu nunca tinha tido a oportunidade de compor algo e presenciar 50 músicos dando vida àquilo – foi uma das coisas mais poderosas das quais já fiz parte, ver uma orquestra construindo uma música inédita. Eu quero fazer isso de novo. Foi divertido.

Existe uma previsão para o lançamento do álbum?

Começo do ano que vem. Teremos uma música nas rádios em janeiro.

Já tem um single?

Eu não deveria contar. Essa é a primeira entrevista que eu dou sobre o próximo álbum e revelei um monte de coisa. Entreguei o ouro.

O que você quer que as pessoas tirem desse álbum?

Vai ser interessante. Não é o álbum que as pessoas esperam que lancemos como segundo. É definitivamente uma evolução para nós, é mais um disco que vai polarizar as opiniões, para nós, então estou ansioso para ver como ele será recebido, para bem ou para mal.

Houve um momento no qual você percebeu que não precisava fazer outro “Don’t Stop” ou “Pumped Up Kicks”?

Eu sou sempre assim. Depois que componho algo, tento nunca escrever algo naquele mesmo estilo novamente, porque eu me torno muito esquizofrênico musicalmente. Esse disco, eu entrei nele querendo algo mais orgânico e humano, porque o primeiro álbum era tão eletrônico e sintético – de um jeito legal, não estou depreciando, mas era o que ele era. Então, neste álbum, queria fazer algo mais humano e deixar as músicas respirarem e crescerem e tomarem caminhos e não voltarem se elas não quisessem. Então é um disco corajoso. Começou no Marrocos. Fizemos a maior parte em Los Angeles e terminamos em Londres. Eu peguei minhas viagens ao Oriente Médio, África e todo o ano e coloquei essa perspectiva no álbum, então é um mix interessante de coisas. Estou ansioso para tocar ao vivo. É um disco que vai ganhar vida nos palcos.

Pulando para a primeira noite da turnê – que faixas do novo álbum você está mais ansioso para tocar?

Tem uma faixa chamada "Beginners Guide to Destroying the Moon" que, para mim, é o meu momento favorito do disco em termos de letra, e provavelmente a música mais pesada do álbum. Então essa é, definitivamente, uma delas. Tem uma faixa chamada "Are You What You Wanna Be", e é outra das minhas favoritas porque entra nesse compasso 6/8, tem um ritmo africano no verso – é influenciado pelo norte e oeste da África, então tem uma batida que parte da música ocidental não conhece. E tem uma música chamada “Nevermind” que é tipo o meu coração. Se o álbum tem um coração, “Nevermind” é o coração.

Que compositores têm te inspirado ultimamente?

Tem alguns compositores em bandas com quem me identifico que escrevem música alegre, porque muitos artistas não escrevem sobre alegria. É algo que só algumas pessoas fazem. Eu estava em Detroit trabalhando com Gregg Alexander, o vocalista do New Radicals, e acabamos fazendo uma faixa Motown em Detroit. Ainda não está pronta – foi há, literalmente, cinco dias. Nós queríamos escrever uma música juntos e não planejamos fazer uma faixa Motown e acabou sendo assim. Senti que, estando em Detroit, a bateria soava como Motown. Ele é outro, como Jeff Lynne, que escreve coisas alegres.

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