Público conferiu ainda performances de Fresno, Cine, Bob Burnquist e Sandro Dias em mais de 12 horas de evento
Por Adriana Douglas Publicado em 31/08/2009, às 19h54
Skate de um lado, graffiti de outro e rock no meio. Assim o cardápio foi servido para o público da terceira edição do GAS Festival, neste sábado, 29. A maratona de 12 horas de esportes radicais e shows atraiu cerca de 12 mil pessoas à Chácara do Jockey, em São Paulo.
A primeira opção de divertimento começou em cima da pista street. Enquanto alguns suavam a camiseta, outros impressionavam a plateia com apresentações de breakdance, na tenda B-Boys. E o festival estava apenas no início.
Uma longa rampa levava até o próximo nível de atividades. De cara, os espectadores podiam escolher entre uma partida de videogame ou uma visita à exposição com fotos do documentário Vida Sobre Rodas. O público era variado: crianças de colo, garotos carregando um skate maior que a própria estatura, pré-adolescentes ainda encantados com a "independência" de estarem sozinhos, jovens de 20 e poucos anos e um ou outro dos 30 em diante.
Por volta das 15h30, a programação musical foi iniciada com a banda Marauê. Os vencedores do quadro "Olha a Minha Banda", do programa Caldeirão do Huck, subiram ao palco pouco antes do horário marcado e deram uma pitada de reggae ao festival.
O palco GAS recebeu na sequência o trio Voltz. O grupo, revelação na edição de 2007 do festival, marcou a terceira passagem pelo evento com plateia maior e covers bem-sucedidos de "Pet Cemetery", dos Ramones, e "Times Like These", do Foo Fighters. O show ainda rendeu algumas filmagens para o primeiro videoclipe da banda, com a música "Olhos Teus". O aquecimento teve também a apresentação dos baianos do Vivendo do Ócio. Os novos queridinhos da MTV, que concorrem ao prêmio de artista revelação do VMB 2009, ainda dividiam as atenções do público com a Super Bowl - uma pista em formato de piscina, trazida da Califórnia, colocada ao lado do palco principal.
Enquanto a banda gaúcha Fresno se preparava para entrar no palco, muitos espectadores se reuniram nas arquibancadas do Super Bowl para presenciar uma Batalha de Duplas ao vivo. Os skatistas Sandro Dias, Bob Burnquist, Lincoln Ueda e Cristiano Mateus foram amplamente aclamados pela habilidade sobre as rodas. O quarteto arrancou aplausos dos admiradores como se fossem verdadeiros rockstars - ainda mais ao som de clássicos como "Born to Be Wild", do Steppenwolf, e "Man in the Box", do Alice in Chains, entre outros.
Sem constar na programação inicial, a banda paulistana Cine surgiu diante de todos no palco principal, com boa parte das música já na ponta da língua da plateia.
Às 19h45 foi a vez dos gaúchos do Fresno darem as caras. Faixas como "Quebre as Correntes" e "Desde Quando Você se Foi" renderam as primeiras rodas de bate-cabeça do evento. O grupo ainda fez uma pausa com o cover de "Radio Gaga", do Queen, com o vocalista Lucas Silveira no teclado, antes de emendar "Alguém que Te Faz Sorrir".
Enquanto isso, o espetáculo no Super Bowl foi encerrado, dando lugar exclusivo para a música. Nem o frio afastou o público, ainda sedento por mais - afinal, Chorão e sua trupe estavam para chegar. O vocalista abriu uma garrafa de champanhe logo no início da apresentação para celebrar o show e o lançamento do novo disco, batizado de Camisa 10 Joga Bola Até na Chuva, previsto para sair nos próximos meses. "Skate por toda a vida! Rock 'n' Roll!", exclamou, antes de mostrar a nova canção de trabalho, "Me Encontra".
Ao mesmo tempo em que colocavam todos para pular, os músicos faziam a trilha sonora de uma singela competição de graffiti. Dois artistas davam vida a paineis brancos, posicionados em cada lado do palco. Entre um sucesso e outro, Chorão ainda declarou amor a São Paulo e engatou um cover de "Break on Through", do The Doors. O artista ainda recebeu Sandro Dias, o Mineirinho, no half em cima do palco e pediu para a plateia cantar enquanto ele mesmo andava de skate.
Perto do fim, o cantor avisou o público que alguns equipamentos haviam quebrado, o que não foi suficiente para atrapalhar a performance. Na hora dos agradecimentos, nem os montadores das estruturas do festival ficaram de fora. E para encerrar, uma boa versão de "Proibida". Depois de saírem do palco, um apresentador anunciou o vencedor da disputa artística - Flip foi eleito pela plateia como o autor da melhor obra sobre "qual é o segredo da fórmula" da bebida patrocinadora do evento.
O relógio marcava 23h10 quando o grupo californiano Face to Face surgiu. Os veteranos do hardcore, que estiveram no Brasil pela última vez em dezembro de 2008, foram ovacionados pelos fãs a todo momento, ganhando muitas rodas de pogo ao estilo das apresentações em sua terra natal.
Trever Keith, frontman do grupo, notou o cansaço da maioria e estava convencido a consumir até a última gota de energia de todos. O repertório de faixas eletrizantes "das antigas" incluiu sucessos como "Blind" e "Disconnected", e conseguiu manter o público de pé, levando até alguns corajosos a subir ao palco - contra a vontade dos seguranças. "Acho que vou me mudar para São Paulo. Vocês são incríveis", disse o vocalista.
Se não bastasse o agrado, Keith brincou que gostaria de voltar ao país como banda de abertura de um show do Iron Maiden. A essa altura, o êxtase dava lugar ao sonho de uma ducha quente e uma cama confortável, suficientes para repor a energia de mais de 12 horas de GAS - mas ainda valeu um curto bis do grupo antes de pegar a estrada de volta para casa.
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