Primeiro dia do evento ainda contou com Sandrá de Sá, Tony Tornado, O Baile do Simonal e Farufyno
Por Stella Rodrigues Publicado em 25/07/2011, às 11h48
O Black na Cena já chegou grandioso. Com mais de 20 atrações e artistas como George Clinton, Public Enemy, Lee "Scratch" Perry, Mad Professor e Pato Banton, o evento quer celebrar a black music (e suas vertentes: hip hop, R&B, entre outras), levando ao palco o que ela tem de melhor. O primeiro dia do festival , na última sexta, 22,fez um bom trabalho nesse quesito.
O line-up foi composto por Farufyno, Tony Tornado, O Baile do Simonal, Sandra de Sá, Seu Jorge (leia sobre essas apresentações clicando nas fotos, na galeria ao lado) e, para encerrar, a atração internacional George Clinton, do alto de seus 70 anos de idade, com roupas brilhantes e a indefectível barba. Apesar de um atraso de quase meia hora para começar, o festival se mostrou bem organizado, de forma geral, com uma boa estrutura para receber o público ao longo dos três dias. Além de dois palcos, posicionados lado a lado, conta com uma exposição de carros vintage, um mural de grafite e lanchonetes variadas. O grande ponto negativo é que, em pleno inverno, shows ao ar livre que vão até 4h exigem casacos, muitos casacos, ainda mais com a garoa fina que caiu persistentemente na Arena Anhembi, casa do Black na Cena. Por outro lado, o groove e o suingue característicos dos estilos e atrações ajudaram a esquentar, já que mesmo a pessoa mais tímida acabava dançando.
Em especial, quando subiu ao palco George Clinton, que de "tiozinho" não tem absolutamente nada, embora completasse 70 anos, na data. A apresentação já começou surpreendente. No horário previsto para o início, 2h30, o rapper Thaíde, que fez as vezes de MC da noite, anunciou a presença de Chuck D e Flavor Flav, integrantes do Public Enemy, que integra o line-up do Black na Cena neste sábado, 23. Flav, com seu jeito peculiar, anunciou a entrada de Clinton, a quem se referia como "tio George". Quando ele e sua banda com mais de 20 integrantes se apresentaram para tocar, outra surpresa: Flav não foi embora. Passou o show todo ali, ora assumindo os microfones, ora apenas dançando, ou então somente passeando pelo palco ou sentado ao fundo, assistindo. Logo no começo, participou de uma performance incrível da canção "Flash Light".
Foi pouco depois da execução dessa faixa que o lendário ícone da música negra e fundador do coletivo Parliament-Funkadelic chamou ao palco a neta para mandar as rimas de "Something Stank". Ele fez gesto de fumar e foi prontamente atendido por uma fã, que chegou até à beira do palco e ofereceu ao músico um cigarro de maconha e um isqueiro. Ele acendeu, deu um trago e repassou ao resto da banda. Em seguida, fez o gesto de novo e os seguranças que cuidavam da plateia pareciam um pouco confusos em relação ao que fazer, mas não interromperam a entrega do "presente de aniversário" do público para o artista.
A celebração dos 70 anos de Clinton seguiu sem ter uma ordem muito clara das coisas. Ele parecia orquestrar sua gigantesca banda ao vivo, de improviso, anunciando na hora o que deveriam tocar. Era atendido por uma banda em total prontidão para tocar o que fosse. Fizeram parte da apresentação, ainda, os grandes sucessos "P. Funk", "Freak of the Week" e "Free Your Mind and Your Ass Will Follow", tudo com um George empolgado, sempre se comunicando com o público de forma carinhosa.
Essas animaram, como já era esperado, a madrugada gelada, mas não tiveram o coro que uma das músicas mais executadas do mundo teve, já quase no final da apresentação. Flavor Flav puxou o "Parabéns a Você", que George argumentou que teria que ser em português. Flav protestou que não saberia cantar em português e uma mistura das duas línguas se seguiu, em um parabéns que pareceu alegrar o coração do músico. Um bolo branco chegou ao palco e Clinton atacou com as mãos, fazendo sujeira na própria barba e lambuzando o rosto de Flav e de seus músicos, dando o toque final no tom descontraído da apresentação.
A banda que acompanha Clinton, tão lendária quanto ele, foi essencial na composição do show. O artista assumiu o banco do passageiro, em alguns momentos e deixou suas backing vocals (vestindo tão pouca roupa que chegava a dar pena) comandar os vocais. E, em certo momento, o guitarrista Michael Hampton comandou o baile sozinho, com um longo solo de guitarra, acompanhado apenas pelo teclado e a bateria. O músico impressionou por suas habilidades, mas dado o adiantado da hora e o frio que fazia, muitas pessoas deixaram a Arena Anhembi nesse momento (já quase o fim do show).
Jorge Ben Jor, Pato Banton, Mad Professor, entre outros, se apresentam neste sábado. No domingo, é a vez de nomes como Method Man, Naughty By Nature e Racionais MC's. Ainda há ingressos à venda.
Alfa Anderson, vocalista principal do Chic, morre aos 78 anos
Blake Lively se pronuncia sobre acusação de assédio contra Justin Baldoni
Luigi Mangione enfrenta acusações federais de assassinato e perseguição
Prince e The Clash receberão o Grammy pelo conjunto da obra na edição de 2025
Música de Robbie Williams é desqualificada do Oscar por supostas semelhanças com outras canções
Detonautas divulga agenda de shows de 2025; veja