Giulia Be, entre a música, cinema e um romance global: “muitas Giulias diferentes”

Giulia Be chega acompanhada para o ensaio da Rolling Stone Brasil. Traz consigo Conor Kennedy, o sobrinho-neto do ex-presidente John F. Kennedy dos Estados Unidos, ao lado de quem escolheu posar para a capa digital da revista. São três anos desde a faixa “Menina Solta”, de 2019, que rendeu projeção inédita a Giulia. Hoje, é uma artista convicta, com trajetória ascendente, pessoal e profissionalmente. Menos menina solta, mais mulher e dona de si.

Em 2022 Giulia acumula uma indicação ao Grammy Latino como Artista Revelação, além de 2 milhões de ouvintes mensais no Spotify. Gravou músicas em inglês e espanhol, dirigiu seus clipes. Seu primeiro álbum sai ainda este ano. Estreia ainda como atriz nesta quinta (27), com o filme Depois do Universo, produzido pela Netflix. Tudo isso enquanto vive um romance internacional com o jovem americano de 27 anos, com quem tem aparecido, inclusive, em compromissos políticos - note-se, um encontro com o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva durante a campanha eleitoral de 2022.

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É um bom momento para a cantora carioca de 23 anos que viu sua vida mudar e sua arte ganhar validações importantes de público e crítica.

“Eu não esperava que tudo isso fosse acontecer. No passado já tive momentos de incerteza e agora vejo meu coração invadido por paz e vejo minha carreira crescer e me levar para âmbitos onde eu posso contar histórias que me movem”, diz Giulia.

Estreia na TV

Uma das histórias que Giulia conta neste ano é a de Nina, sua personagem em Depois do Universo. Escalada sem experiência em atuação, Giulia diz que “não se esconde de nenhum desafio”. Após vê-la em uma apresentação no Encontro, programa da Rede Globo, o diretor do filme entrou em contato com ela, que fez o teste e acabou escolhida para o papel. 

Em sua estreia como atriz, Giulia vive Nina, uma jovem pianista que vê seus sonhos se perderem entre sessões de hemodiálise e a espera por um transplante de rim. 

“Eu sabia que não sabia nada, então foi importante que eu me preparasse. É de extrema importância você buscar aprendizado no que você escolher fazer, eu nunca quis ser atriz, mas sempre tive muito respeito pela profissão."

Na preparação para o filme, Giulia fez laboratório com pacientes de uma clínica de hemodiálise, conversou com elas e ouviu suas histórias. Uma delas chamou sua atenção, a de uma mulher que saiu da fila do transplante ao descobrir que estava grávida. 

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“A cada conversa eu falava ‘pode ter certeza que um pedaço de você vai estar na Nina’ e isso é a mais pura verdade. Lógico que elas não são a Nina, mas a Nina representa várias mulheres em uma só dentro deste universo fictício. Essa busca contínua por esperança. Como é viver a vida nessa linha.”

Durante a produção, Giulia também produziu a música-tema do filme em inglês e em português. Além disso, ela mesma optou por dublar a própria personagem em inglês para o lançamento da produção - uma janela global para seu talento e seu trabalho, e, coincidentemente, um movimento que ela mesma atravessa na vida pessoal, com um namoro além-mar.

Amor sem fronteiras

Conor Kennedy é formado em História, Literatura, Energia e Meio Ambiente pela Universidade de Harvard. No passado, chegou a ganhar atenção por um namoro juvenil com outra cantora, a americana Taylor Swift. Aos 27 anos, porém, ele volta sua atenção para questões globais. Dedicado aos projetos de filantropia de sua família, ele esteve recentemente na Ucrânia como voluntário na guerra contra a Rússia. Não contou para ninguém sobre a viagem. Giulia era das únicas pessoas que sabia. 

“Por muito tempo Giulia era a única que sabia que eu estava lá. Minha família descobriu por acaso, e Giulia era minha conexão com o mundo fora da guerra.. Eu ainda sinto que não é real estar aqui com ela, ela é a minha pessoa favorita no mundo,”, conta Conor.

Os dois começaram a conversar pelo Instagram e foram apresentados por amigos em comum. Giulia conta que escreveu a faixa "Matching Tattoos," [Tatuagens iguais] sobre o desejo de se apaixonar e dedicou a música para ele.

Com a música, vieram as tatuagens, dessa vez para valer. O símbolo no pulso veio do escapulário que Giulia deu a Conor pouco antes da viagem à Ucrânia. A imagem é um coração que representa proteção e amor incondicional.

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“Nós estamos muito apaixonados, eu tenho uma conexão com ele que nunca tive com ninguém na minha vida,” conta Giulia.

Depois da viagem de Conor para a Ucrânia, o casal se encontrou em Paris, “um lugar incrivelmente romântico,” segundo Giulia, mas o relacionamento à distância não foi fácil.

“Ele não me contou por meses [sobre a viagem], eu não sabia onde exatamente ele estava. Eu esperava que isso fosse acontecer porque sempre esteve envolvido com esse tipo de causa”, conta Giulia.

Após a viagem, Conor e Giulia fizeram uma reunião com a equipe do SOS Mata Atlântica e lutam pela preservação do meio ambiente. 

“Nós temos tanta sorte de podermos usar nossa voz pra falar sobre as coisas que importam e fazermos pelo nosso futuro e tudo que acreditamos,” conta Giulia

Conor: “Eu estive envolvido com algumas causas a minha vida inteira. A Amazônia é muito importante para o mundo todo, espalhar a mensagem é um privilégio.

Mulher de fases

Com letras sensíveis, sinceras e que criam uma conexão com o público, Giulia usa suas músicas para falar de assuntos que acredita. Em “Não era Amor”, a artista conta que escreveu para o ex-namorado de uma amiga e que a “empatia” é um sentimento presente em suas composições.

“Eu escrevo porque quero entender e traduzir um sentimento. Na época em que escrevi ‘“Não era amor’”, eu não sabia se minha amiga já havia superado aquele relacionamento, mas eu queria ajudá-la a dar essa confiança.”

Giulia conta que frequentemente recebe comentários de fãs que se identificam com suas letras, mesmo quando são sobre situações pessoais e, para ela, essa é a melhor parte.

“Outras meninas já me enviaram mensagem dizendo que ‘Não era amor’ também as ajudou a superar um relacionamento, e aí você percebe que somos todos iguais.” 

A artista demonstra que a companhia de suas amigas é de extrema importância, principalmente quando viveu um relacionamento tóxico.

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“Eu não percebia o quanto tóxico era aquele relacionamento até eu perceber que eu era grande demais pra caber ali. Eu não tinha o carinho que eu merecia e o cuidado que eu precisava.”

 “A união feminina é muito importante, nada brilha mais que as mulheres juntas,” 

Seu trabalho acompanha o amadurecimento. Até o momento, Giulia não lançou um álbum completo, somente singles e um EP. Entre as faixas estão “Amor de Verão,”e “Se a minha vida fosse um filme.” 

No universo de Giulia

Giulia se prepara para lançar seu primeiro álbum intitulado como DISCO VOADOR, que segundo ela, será para "voar" e tem a ver com a viagem por um universo onde ela expõe suas diferentes fases. "Matching Tattos" estará no disco. 

“Esse álbum virá com músicas que estou escrevendo há um tempo, tem muitas ‘Giulias’ diferentes nesse disco. Momentos em que eu estava com o coração partido e momentos em que meu coração tava cheio.”

Texto: Fernanda Decaris (@ferdecaris)
Fotos: Higor Bastos (@higorbastos)
Design de capa: Felipe Fiuza (@felipepontofiuza)
Styling: Anita Rodrigues (@notanitta)
Beleza: Mario Marques (@mariomarcs)
Assistentes de Styling: Ana Cecilia Rodrigues (@anaceciliarp) e Rafael Kadi (@airkadi)
Assistente de Foto: Will Horas (@willhoras)
Assistente de Beleza: Julio Cardim (@juliocardim_beauty)
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Camareira: Maria Aparecida da Silva
Produção Executiva: Cirlene Alves (@cirlenealvest)
Assessoria de Imprensa: Melina Tavares Comunicação (@melinatavarescomunicacao)