YHLQMDLG recebeu uma indicação ao Grammy, além de figurar listas de Melhores do Ano em 2020
Amanda Marques | @tropicanasounds Publicado em 08/01/2021, às 12h37
Benito Antonio Martinez Ocasio poderia ser só mais um trabalhador inconformado de Vega Baja, no Porto Rico. Mas enquanto empacotava produtos em um supermercado, Benito sonhava alto - e trabalhava duro para iniciar a trajetória dele como Bad Bunny.
Bad Bunny começou a carreira através das redes sociais, como muitos artistas em ascensão atualmente, e foi descoberto através do perfil no Soundcloud. Em 2017 ganhou notoriedade emplacando parcerias de sucesso como "Ahora Me Llama", com Karol G, "Mayores", com Becky G e "Sensualidad", com Prince Royce e J Balvin. O último representa, juntamente com Bunny, a nova geração do reggaeton - ambos colaboram frequentemente.
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O reconhecimento internacional veio em 2018, com "I Like It". A música de Cardi B, J Balvin e Bad Bunny chegou ao topo das paradas e rendeu ao artista a primeira indicação ao Grammy: nada menos do que Gravação do Ano. Em 2018 Bunny também lançou o primeiro disco de estúdio, X 100pre, e ascendeu rapidamente, dominando paradas musicais com hits chiclete.
Mas foi com o segundo disco, YHLQMDL, abreviação de Yo hago lo que me da la gana (eu faço o que tenho vontade, em português), que Bunny mostrou versatilidade e visão. Os últimos anos marcaram o retorno do reggaeton à popularidade, porém muitos artistas do gênero caem em um rápido esquecimento pela falta de capacidade em se reinventar. Bad Bunny recusou o destino e fez história em 2020.
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Bad Bunny recebeu duas indicações ao Grammy 2021: Melhor Performance Pop em Duo/Grupo por "Un Dia", juntamente com J Balvin, Dua Lipa, e o produtor Tainy; e Melhor Álbum Latino Pop ou Urbano com YHLQMDL.
Ouça "Un Dia":
YHLQMDLG foi lançado em 29 de Fevereiro de 2020, tornando-se o álbum com mais streams ao redor do mundo (em 2020) no Spotify. Ao alcançar tal feito, Bad Bunny foi o primeiro artista de outra língua que não o inglês, a alcançar a posição de mais streamings em um ano.
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Em YHLQMDLG Bunny voltou o processo criativo para o passado, analisando as raízes do reggaeton e colocando o toque pessoal dele na produção. O resultado é um álbum que não só homenageia artistas que vieram antes dele, mas também celebra o futuro de um gênero muitas vezes visto com certo preconceito.
O disco foi o primeiro lançamento do ano por Bad Bunny, seguido por Las que no iban a salir (Aquelas que não irão sair), uma compilação de faixas lançada sem qualquer aviso prévio, e El Último Tour Del Mundo (A última turnê do mundo), segundo álbum de estúdio do artista no ano - e o primeiro disco completamente em espanhol a alcançar o primeiro lugar na US Billboard 200.
YHLQMDLG é caótico e ao mesmo tempo, extremamente coeso: da versão 8 bit de "Garota de Ipanema" em "Si Veo a Tu Mamá" aos cinco diferentes flows de rap em "Safaera", o disco resgata um elemento fundamental do reggaeton - a mistura de diferentes gêneros. Outro ponto alto são as colaborações de peso, que contam com nomes como Daddy Yankee, Ñengo Flow, Jowell & Randy, e outras lendas do reggaeton.
Ouça "Safaera":
Ainda que uma homenagem, YHLQMDLG passa longe de qualquer plágio por conter a essência do caminho percorrido por Bad Bunny em cada faixa: a ousadia da experimentação. Como o próprio artista já comentou: “Se amanhã eu quiser lançar um álbum de rock ou bachata, ninguém pode me impedir. Por que eu não poderia? Nós temos que tentar unir audiências, países, juntar gostos musicais, unir pessoas.”
Além de render à Bad Bunny uma indicação ao Grammy - a outra é pela participação do artista no single "Un Dia" - YHLQMDLG figurou a lista de melhores discos do ano de 2020 em grandes veículos especializados como Rolling Stone, Esquire, Pitchfork e Consequence of Sound.
De empacotador à fenômeno musical, Benito é prova de que experimentar com o passado pode gerar um futuro brilhante.
Ouça YHLQMDLG:
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