Como Axl, Slash e companhia se tornaram a maior banda do mundo ao levar ao pé da letra o lema "sexo, drogas e rock and roll"
Brian Hiatt, Rolling Stone EUA* Publicado em 22/07/2019, às 14h12
Axl Rose estava deitado, nu, dentro da cabine escura de um estúdio em Manhattan [Nova York], trabalhando em alguns overdubs nada ortodoxos e feitos de última hora. A fita rodava, e ele sabia que alguma coisa não estava bem. Embaixo dele havia uma stripper de 19 anos, Adriana Smith, que por acaso era a namorada do baterista da banda.
"Vamos lá, Adriana, tem que ser de verdade", Rose vociferou, com uma pausa no meio do sexo: "Para de fingir!". Naquela noite quente de fim de semana, na primavera de 1987, o técnico Vic Deyglio tinha montado um microfone vocal de última geração para capturar os sons de Rose e Smith transando - e, a certa altura, ele precisou entrar na cabine correndo para ajustar o equipamento enquanto os dois estavam lá.
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"Parecia o set de um filme do Ron Jeremy [ator pornô] ", lembra Deyglio. Adriana Smith queria se vingar do baterista do Guns N' Roses, Steven Adler, por tê-la traído. Mas no final das contas, ela sempre gostou mais do vocalista.
"Eu faria qualquer coisa que o Axl me pedisse", conta. "Ele é mágico, porra." Apesar de estar bêbada e tendo ataques de riso naquele dia, Smith acabou entregando a Rose o que ele queria. Seus gemidos orgásticos - que acabaram bem altos na mixagem da última faixa de Appetite for Destruction, "Rocket Queen" - são de verdade.
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Mas quando Adler descobriu o que tinha sido gravado para o álbum de sua banda, o baterista "teve um chilique da porra", recorda Smith. Aquela sessão de gravação a assombrou durante anos: "Acabei bebendo e usando drogas durante um tempão. Sentia uma vergonha extrema, culpa e tal".
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E as coisas eram assim: mais um dia depravado no mundo do Guns N' Roses. Antes mesmo de terem terminado seu primeiro álbum, a vida dos cinco integrantes da banda tinha se tornado uma caricatura sombria de sexo indiscriminado, danos à propriedades, bebidas e drogas pesadas. "Era só diversão hardcore", dispara Slash.
Mas o Guns conseguiu transmutar toda a loucura em música duradoura: um rock pesado, feroz e sensual que encontrava pontos de intersecção entre o Aerosmith e o Sex Pistols, o Lynyrd Skynyrd e o New York Dolls.
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Lançado no dia 21 de julho de 1987, Appetite for Destruction vendeu 15 milhões de cópias só nos Estados Unidos - transformando-se em um dos álbuns de estréia de maior venda da história.
O disco parecia tanto avançado quanto retrógrado: a crueza punk do som e a elaboração rebuscada das letras o transformavam em ponte entre o rock comercial dos anos 1980 e a música alternativa da década seguinte. Mas Appetite também foi um dos últimos álbuns a ser masterizado com o vinil, a ser editado com uma lâmina de barbear aplicada sobre fita de 5 centímetros e mixado por cinco pessoas ajustando botões em uma mesa de mixagem não-automatizada.
"Usamos instrumentos e amplificadores clássicos", explica o produtor e técnico de som do álbum, Mike Clink. "Nossa abordagem era parecida com coisas que se faziam nos anos 1960 e no início dos 1970", completa o técnico-assistente de mixagem Deyglio.
"Quase pode ser considerado o último remanescente desse tipo de disco, de Layla (Derek and the Dominos, 1970) a Abbey Road (Beatles, 1969). Appetite for Destruction poderia ser visto como o último grande álbum de rock feito a mão."
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O Guns se via como uma banda que retomava o espírito rebelde do rock que tinha desaparecido. "Eu, Axl e Slash, sabíamos o que queríamos desde os 11 anos", explica Steven Adler. "E agarramos aquilo com unhas e dentes. Não existia nada, nem ninguém que pudesse ficar no nosso caminho. Eu queria ser o porra do Roger Taylor, do Queen. A gente queria ser igual ao Aerosmith, ao Kiss, ao Led Zeppelin - bandas assim."
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Em 1986, nuvens de spray de cabelo embaçavam a visão em Sunset Strip [Los Angeles], com grupos como Motley Crue, Ratt e Poison ganhando discos e mais discos de platina, combinando uma versão exagerada do estilo glam rock dos anos 1970 com levadas pop e uma queda à la Zeppelin pelo mau comportamento.
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Quando o final daquele ano chegou, o Guns N' Roses ainda não tinha feito nenhum show em estádio, nem gravado videoclipes. Mas a banda já era capaz de criar um espetáculo e tanto: sem dinheiro nenhum, perdidos nas drogas e raivosos pelo lento progresso em direção ao álbum de estréia, eles soltaram todos os cachorros em uma casa alugada que foi propriedade do diretor de cinema Cecil B. DeMille. O locatário, apavorado, chamou Tom Zutaut e o empresário da época, Arnold Stiefel, até a propriedade destruída. "Quase desmaiei", lembra Stiefel, cujo nome estava no contrato de aluguel.
"Era pior do que O Planeta dos Macacos (1968). Era pior do que O Vale das Bonecas (1967). Era pior do que qualquer coisa que se pode imaginar. Não conseguia parar de rir."
A banda tinha arrancado as privadas do chão e jogado os vasos pelas janelas. "O pessoal defecava nas pias. Os buracos no chão - de onde as privadas tinham sido arrancadas - estavam cheios de urina. Havia sanduíches pela metade, mofados, ainda nas embalagens. Eles simplesmente entravam na loucura das drogas e detonavam tudo", conta Zutaut. Os danos somaram US$ 22 mil; Stiefel e seu sócio Randy Phillips apresentaram a conta à gravadora Geffen e então deixaram de atender o Guns N' Roses.
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Dentro da casa, um quarto permaneceu intocado. "E lá estava Axl, naquele quarto perfeito, imaculado. Essa era a dicotomia do Guns n' Roses", Zutaut recorda. Axl Rose estava menos interessado em drogas e álcool do que seus companheiros de banda - mas tinha seus próprios problemas. Foi diagnosticado como maníaco-depressivo e as pessoas que conviviam com o vocalista, às vezes, se perguntavam se Axl não sofria de desordem de personalidades múltiplas.
"Ele parece um menino adorável e, de repente, vira o cachorro-demônio dos infernos", diz Vicky Hamilton, um dos primeiros empresários. "A cor dos olhos dele muda quando ele entra nessa pessoa diferente."
Não era fácil encontrar empresários ou produtores dispostos a lidar com esse grupo - e vice-versa. Um produtor rejeitado, o guitarrista do Kiss, Paul Stanley, viu em primeira mão como a banda era difícil.
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Um dia, ele apareceu em um apartamento que a gravadora tinha alugado para a banda no Sunset Boulevard e encontrou Stradlin e Slash dormindo no sofá. Quando acordaram, tocaram algumas demos para ele, inclusive a de "Nightrain". Stanley gostou, mas sugeriu que o refrão precisava de mais um gancho.
Depois disso, Axl Rose nunca mais voltou a falar com Stanley, recusando-se até mesmo a olhar para ele. E Stanley ouviu dizer que Slash estava espalhando boatos de que ele era gay - e que "se vestia de um jeito estranho". "Sempre achei isso engraçado", conta Stanley. "Porque o vocalista deles estava no palco com um macacão feminino de vinil vermelho, com capacete e maquiagem."
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No coração do Guns N' Roses havia duas duplas de amigos de infância arruaceiros. Adler e Slash largaram, juntos, a escola no ensino médio, em Los Angeles, enquanto Stradlin e Rose aprontavam de tudo no fim de mundo de Lafayette, em Indiana. Duff McKagan era um garotinho esperto de Seattle com credenciais no punk rock - ele conheceu Joe Strummer no início da adolescência e tinha sido o baterista original dos Fastbacks enquanto ainda estava na escola. McKagan saiu de Seattle para fugir da cena pesada de heroína, mas foi morar na casa em frente à de Stradlin - que, além de usar a droga, também a vendia.
Os músicos passaram muito tempo se esbarrando no circuito de Hollywood. Slash e Adler tocaram com McKagan em uma banda chamada Road Crew e tiveram passagens pelo grupo de Axl Rose, o Hollywood Rose. O Guns N' Roses tirou o nome de uma breve junção entre Hollywood Rose e L.A. Guns, banda liderada pelo guitarrista Tracii Guns, que tinha dividido casa com Rose e Stradlin. A banda expulsou Tracii para abrir espaço para Slash - mas ficou com o nome dele. "Ah, é só um nome de banda", Stradlin explicou.
A formação clássica do Guns N' Roses se reuniu para o primeiro ensaio em um estúdio em Silverlake, na Califórnia, em maio de 1985. "No momento em que a gente detonou o primeiro acorde, uma coisa aconteceu, e todos nós sabíamos disso", dispara McKagan. "A gente sentia o seguinte: 'Esta é a banda certa. É isto que nós estávamos procurando'." Antes do ensaio, McKagan e Stradlin tinham ajudado a dar forma ao som da banda ao esconder todas as partes extras da bateria de Adler, levando-o de um excesso de pop-metal para a simplicidade do punk-rock.
Àquela altura, Rose e Stradlin já tinham concluído algumas das músicas futuras do Guns N' Roses, inclusive faixas menores de Appetite, como "Anything Goes" e "Think About You", juntamente com "Back Off Bitch" e "Don't Cry", que a banda só lançaria em 1991. Mas o resto das músicas de Appetite tomaram forma ao longo dos meses seguintes.
A primeira colaboração do grupo em composição foi "Welcome to the Jungle" - Slash estava no porão da casa de sua mãe quando tocou o acorde principal para Axl. "Peguei minha guitarra, fiquei na frente do sofá com um joelho apoiado no chão e falei: 'Dá uma olhada nisto', e aquilo ficou na cabeça dele", conta Slash.
Posteriormente, McKagan escreveu a melodia acelerada e viajandona da faixa e Slash se lembra de quando Stradlin montou a ponte. "Axl era muito aberto", esclarece McKagan. "Ele não ficava: 'Sou o vocalista, tenho de escrever tudo'. Aquilo servia à música, não servia ao ego. Não tínhamos egos ainda."
"Nightrain" combinou um refrão de piada em homenagem à uma marca barata de vinho de que a banda gostava e um acorde tosco que Stradlin tinha introduzido. "Izzy tocava metade das notas", diz McKagan. "Era legal, era o estilo dele. Slash e eu tínhamos que descobrir o que ele tinha intenção de tocar."
Antes de assinar o contrato com a gravadora, a maior parte dos integrantes do Guns morava, ensaiava e compunha músicas em um espaço apertado e cheio de pragas, na esquina da Sunset com a Gardner Street. "Não me lembro de uma única noite em que nós, de fato, dormimos calmamente", comenta Slash. "Era mais o lugar onde nossas tralhas estavam e onde dava para desmaiar."
Na época, a banda se virava com uma ajudinha de suas amigas, as dançarinas exóticas. "Strippers eram nossa principal fonte de renda", Slash prossegue. "Elas pagavam a bebida. Era uma vida boêmia e cigana realmente ótima. Tenho grandes lembranças daquelas strippers renegadas que se arriscavam com a gente."
Naquele espaço, McKagan e Adler faziam ensaios próprios - passavam horas tocando canções funk de Prince e Cameo ("Word Up!" era uma das favoritas), seguindo direitinho a melodia e aprendendo a se sentirem confortáveis com os ritmos oscilantes que eram pouco comuns no hard rock. McKagan diz que a batida de "Rocket Queen" tem dívida específica com o Cameo.
A banda assinou com a Geffen em março de 1986, e depois de meses de inatividade, finalmente arranjou um empresário que seria capaz de suportar o Guns N' Roses - a figura rígida e inteligente do inglês Alan Niven, que também tinha trabalhado com o Great White. E, em uma sucessão rápida, logo encontrou um produtor também: Mike Clink, técnico de gravação que combinava habilidades técnicas extraordinárias com um nível de paciência fora do comum. Além disso, a banda tinha escrito uma última música: "Sweet Child o' Mine".
Na casa de Cecil B. DeMille, Slash estava brincando com o refrão da música como um "exercício pessoal meio idiota" e Stradlin começou a improvisar, acompanhando-o. Sem que nenhum dos guitarristas soubesse, Rose estava ouvindo de seu quarto no andar de cima, escrevendo letras. Slash conta: "Se Axl não estivesse lá escrevendo, é provável que a música jamais existisse".
A banda ensaiou com Clink durante semanas, daí entrou no estúdio Rumbo Recorders - de propriedade do Captain (famoso por ser metade da dupla pop-brega Captain and Tenille), em janeiro de 1987.
Foram duas semanas preparando as bases; Clink separava os melhores trechos com sua lâmina de barbear em punho e passou o mês seguinte trabalhando 18 horas por dia, com Slash fazendo overdubs à tarde e à noite, enquanto Axl Rose gravava os vocais até o sol nascer.
Slash passava horas com Clink, examinando e estruturando seus solos, até que ficassem tão pegajosos quanto as melodias vocais. Axl Rose - que, naquele ponto, praticamente só berrava no palco - mostrou alcance vocal incomum, adicionando um trecho de harmonia grave à abertura de "Paradise City" e um uivo de outro mundo, parecido com uma sirene de polícia, no começo de "Welcome to the Jungle".
"Tínhamos que canalizar todas aquelas vozes para descobrir o que funcionava", afirma Clink. "Com a introdução de 'Welcome to the Jungle', não foi o caso de ele simplesmente abrir a boca e aquilo acontecer; experimentamos várias e várias versões para ter certeza de que era o uivo certo." O orçamento total do álbum ficou em cerca de US$ 370 mil - soma extravagante para um disco de estréia na época.
Cinco meses depois do lançamento, em dezembro de 1987, Appetite for Destruction tinha vendido 200 mil cópias, com um número mínimo de execuções no rádio. Executivos da Geffen disseram a Zutaut e Niven que o álbum tinha ido bem para a estréia de uma banda-bebê, mas que estava na hora de tirar o Guns da estrada e gravar a seqüência.
Zutaut implorou ao fundador da empresa, David Geffen, que usasse sua influência para fazer a MTV exibir o videoclipe de "Welcome to the Jungle". O canal acabou veiculando o clipe uma vez, às 4 horas da manhã, em um domingo.
O resultado foi o sonho de qualquer PR: as linhas telefônicas da MTV se encheram de pedidos - e, aparentemente, um garoto raivoso dos Estados Unidos foi até o shopping center e comprou uma cópia de Appetite.
Quando o vídeo de "Sweet Child o' Mine" saiu, cerca de seis meses depois, as fãs apareceram de todos os lados. "Eu me lembro de olhar para o meu monitor e pensar: 'Isto aqui é um saco, é comum demais'", diz o diretor Nigel Dick a respeito daquela filmagem. "E havia umas meninas da gravadora espiando por cima do meu ombro e uma disse: 'Isso aí é bom pra caralho'. Rapidamente, mudei minha opinião, porque, obviamente, elas achavam que era legal de verdade, e o resto, como se diz, é história."
Em seu verso final, a obscena "Rocket Queen", de repente, fica delicada:
"No one needs the sorrow /
No one needs the pain /
I hate to see you /
Walking out in the rain"
[Ninguém precisa de arrependimento /
Ninguém precisa de dor /
Eu detesto te ver /
Caminhando na chuva]
Axl Rose uiva, com a voz subindo uma oitava, e Slash entra com um solo choroso que parece uma bênção. A idéia, Rose já disse, era dar ao álbum um final feliz depois de tanta obscuridade.
Apesar de terem reinado durante os quatro anos seguintes como a maior banda do mundo, a história do Guns N' Roses original teve uma conclusão mais desastrosa. Adler foi o primeiro a partir, dispensado em 1990 pelos colegas de banda que o acusaram de uso descontrolado de heroína - até mesmo para os padrões deles. Matt Sorum, do The Cult, o substituiu.
Adler nunca superou essa traição e sofreu um ataque cardíaco induzido por drogas em 1995. "A coisa que mais me magoou foi Slash não ter me defendido", lamenta Adler, que hoje toca em uma banda chamada Adler's Appetite. "Éramos irmãos de sangue." Uma vez, Slash pegou um avião da Europa para ir à casa de Adler em Las Vegas e o fez participar de uma intervenção, tentando fazer com que largasse a cocaína. "Aquilo era amizade", diz Adler. "Aquilo era amor."
Stradlin saiu no meio da turnê do segundo álbum oficial da banda, Use Your Illusion I e Use Your Illusion II (dois discos diferentes lançados em 16 de setembro de 1991) - em parte porque tinha parado de usar drogas e não aguentava mais ficar perto de seus companheiros de banda. E, em meados da década de 1990, Axl Rose começou a fazer experiências com rock industrial no estúdio e a antiga banda começou a se desmantelar.
Rose - que é detentor dos direitos do nome do grupo - montou um novo Guns N' Roses e passou mais de uma década gravando Chinese Democracy, que até hoje não foi lançado. "É por causa de Appetite que é tão difícil para ele se desapegar de Chinese Democracy", explica Zutaut, que trabalhou por um breve período com Rose no álbum em andamento. "Ele deixou claro que estava tentando fazer um disco que transformasse o mundo tanto quanto Appetite, e que fosse ainda melhor."
Slash sente-se mais à vontade com o legado de Appetite for Destruction: "Quando era moleque, existiam aqueles álbuns que ficavam com a gente para sempre, que representavam alguma coisa na nossa vida. Podia ser a música de fundo da sua infância ou da sua puberdade ou de sei lá o quê - Dark Side of the Moon (1973), Sticky Fingers (1971), Rocks (1976), do Aerosmith, ou Led Zeppelin IV (1971). E nós fizemos um desses discos. Não posso desejar mais nada do que isso. Fico todo arrepiado. Isso é uma coisa que ninguém nunca vai tirar de mim."
* Matéria publicada na Rolling Stone Brasil em agosto de 2007.
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