Show aconteceu em 19 de janeiro de 2001, há exatos 20 anos
Itaici Brunetti | @itaicibrunetti Publicado em 19/01/2021, às 18h45
Assim como nas duas primeiras edições do Rock in Rio, em 1985 e 1991, o público da terceira, realizada em 2001, era dos mais exigentes. Se algum artista desagradasse os fãs presentes, ouvia vaias, xingamentos e até ganhava "chuva" de garrafas plásticas. Aconteceu com Carlinhos Brown, Britney Spears e com o Queens of The Stone Age.
Escalado para tocar em 19 de janeiro, há exatos 20 anos, na "noite do metal" do festival junto com Iron Maiden, Rob Halford e Sepultura, o Queens of The Stone Age ainda não tinha cativado o coração dos roqueiros na época. Aterrissando pela primeira vez no Brasil, o grupo do vocalista e guitarrista Josh Homme estava sendo apontado como "revelação do rock" pela mídia especializada, mas era desconhecido do grande público tupiniquim.
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A estranheza veio logo no início com o baixista e também vocalista Nick Oliveri subindo ao palco completamente nu, apenas com o instrumento tampando - e somente às vezes - o seu órgão genital. O público não curtiu a ideia do músico e tampouco os canais Multishow e Globo que estavam transmitindo o show ao vivo.
Após a quarta música, Oliveri precisou vestir uma calça porque o Juizado de Menores ameaçou desligar a luz do show caso o baixista não se vestisse, segundo informou uma matéria da Folha de S. Paulo na época. Após sair do palco, o músico foi preso por "ato obsceno", levado para a delegacia e solto na mesma noite.
"As pessoas dançam assim no Carnaval, por que eu não posso fazer o mesmo?", perguntou Nick Oliveri na delegacia.
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Só que esse não foi o único problema da apresentação do Queens of The Stone Age no festival. Mesmo com um repertório focado em canções do elogiado álbum Rated R, de 2000, os headbangers pareciam não estar nem um pouco interessados em conhecer novos sons e qualquer nota virava tortura para seus ouvidos.
Na última canção, You Can't Quit Me Baby, percussionistas e dançarinos de capoeira se juntaram à banda para uma versão estendida e experimental da música que durou cerca de 15 minutos. Pense, o que já estava insuportável para o público, ficou pior.
Josh Homme pode ter pensando que a performance dos percussionistas poderia agradar os brasileiros. Puro engano. A atitude fez com que o público vaiasse, xingasse e levantasse os dedos do meio para a banda que, anos depois, viria a se tornar uma das mais requisitadas pelos roqueiros.
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Em 2015, o Queens of The Stone Age voltou ao Rock in Rio como uma das grandes atrações, tocando antes do System of A Down, e sem Nick Oliveri na formação.
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