Cantora, uma das maiores vozes feminina do rock, sofreu uma overdose em 1970
Da redação Publicado em 04/10/2010, às 14h23
Conseguir se destacar em um meio musical predominado por homens em plena década de 60 não é para qualquer uma. Mas Janis Joplin foi além. Tornou-se inspiração para milhares de mulheres interessadas em soltar a voz no rock 'n' roll e perpetuou seu grito rasgado e intenso, tornando-se uma das maiores figuras femininas do gênero musical até hoje. O talento da cantora, infelizmente, se foi cedo: ela morreu há exatas quatro décadas, aos 27 anos, em 4 de outubro de 1970.
Janis Lyn Joplin nasceu em 19 de janeiro de 1943, em Port Arthur, no Texas, e desde mais nova já mostrava duas características que lhe acompanhariam pelo resto de sua vida: o amor por música e seu engajamento social. Quando adolescente, posicionou-se a favor da integração dos negros na sociedade, no auge da tensão racial vivida nos Estados Unidos, sobretudo no conservador estado sulista. Entre suas paixões musicais estavam o jazz, o folk e o blues - este último seu favorito, tendo ela se inspirado na musa Bessie Smith e no pioneiro Leadbelly. Joplin começou cantando em pequenas cafeterias no Texas.
Em sua trajetória, junto à relação com a música, vinha seu envolvimento com a cultura beat dos anos 50. Janis também integrou o movimento hippie, que, nos anos 60, deu mais cores à contracultura dos beatniks, contestando os padrões instituídos e posicionando-se a favor de mudanças, fossem elas direcionadas ao pensamento da sociedade (visto pela juventude como retrógrado), fossem com relação ao fim da guerra no Vietnã.
Em 1966, a cantora entrou no grupo de rock psicodélico Big Brother and the Holding Company, que no mesmo ano assinou com a gravadora Mainstream Records. Em 1967, a banda lançou um álbum homônimo e no ano seguinte Cheap Thrills, cuja tracklist trazia os hits "Piece of My Heart" e "Summertime" (canção composta por George Gershwin, que já havia sido gravada por nomes de peso como Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Louis Armstrong e Sam Cooke). Em 1969, saiu da Big Brother e formou a Kozmic Blues Band, lançando I Got Dem Ol' Kozmic Blues Again Mama!, disco influenciado pelo seu amor pelo R&B característico dos artistas da gravadora Stax. Entre os momentos mais marcantes de sua carreira, claro, está a apresentação no festival Woodstock, no ano de 1969, que não só contou gigantes da música (como Joan Baez, Santana, Grateful Dead, Creedence Clearwater Revival, Sly & the Family Stone, Jefferson Airplane e Jimi Hendrix, entre outros), como reuniu ali, na cidade de Bethel, todo um conjunto de fatores que caracterizavam o "paz e amor" do movimento hippie.
Em fevereiro de 1970, Janis veio ao Brasil a fim de tentar se recuperar de seu vício em drogas e álcool, passando o carnaval no Rio de Janeiro ao lado de amigos - em seu retorno aos Estados Unidos, contudo, ela voltou a abusar de substâncias ilícitas. Com o fim da Kozmic Blues Band, formou outro grupo, o Full Tilt Boogie Band, com o qual passou a fazer suas turnês. Ainda em 1970, gravou Pearl, que teve lançamento póstumo, no ano de 1971, já que a artista morreu de overdose de heroína em outubro, em Los Angeles, pouco tempo depois do início das gravações.
Relembre a voz de Janis nos vídeos abaixo:
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