Durante CPI da Covid, o gerente-geral da Pfizer comentou sobre a recusa dos imunizantes, que atualmente estão 20% mais caros
Redação Publicado em 13/05/2021, às 14h14
Nesta quinta, 13, Carlos Murillo, gerente-geral da Pfizer, disse à CPI da Covid que o governo federal ignorou, há nove meses, oferta que garantiria 18 milhões de vacinas até junho de 2021. Conforme noticiado pelo G1, a proposta também previa 1,5 milhão de doses ainda em 2020.
A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) investiga a omissão do governo na pandemia, e a recusa das propostas da Pfizer gerou diversas críticas a Jair Bolsonaro. Em depoimento à comissão, Carlos Murillo explicou que diversas ofertas foram ignoradas pelo governo entre agosto e setembro de 2020.
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Apenas no auge da pandemia, em 19 de março de 2021, o Brasil fechou um contrato com a Pfizer. “Nossa oferta de 26 de agosto, como era vinculante, e como estávamos nesse processo com todos os governos [de outros países] tinha validade de 15 dias. Passados esses 15 dias, o governo do Brasil não rejeitou, mas tampouco aceitou,” explicou o gerente-geral da Pfizer.
Aqui está o CEO da Pfizer confirmando que o Brasil dispensou 18 milhões de vacinas até junho desse ano. 🤡 pic.twitter.com/kp0g97nvyC
— JaIrme's Vaccine Race 💉 (@jairmearrependi) May 13, 2021
No mês de agosto, a Pfizer fez três propostas ao país: uma em 14 de agosto, outra no dia 18 e a última em 26 do mesmo mês. Todas as ofertas garantiam ao Brasil doses até o fim de 2020, sendo 18 milhões até junho de 2021 e um contrato de 30 milhões ou 70 milhões de doses no total.
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No mês de setembro, as ofertas contavam com um preço por dose foi de US$10. No entanto, o valor não é mais o mesmo. Atualmente, para o fechamento de um segundo contrato com a Pfizer, o imunizante custa US$12, 20% mais caro do que o preço inicial, segundo o Metrópoles.
Carlos Murillo disse à CPI que enviou uma carta a Bolsonaro em 12 de setembro na qual reforçou o interesse em fazer negócio com Brasil. Contudo, o documento ficou dois meses sem resposta, conforme explicou o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten na quarta, 12.
“A carta foi enviada em 12 de setembro, assinado apelo nosso CEO global, e era dirigida ao presidente Jair Bolsonaro mais outras autoridades do governo com cópia para Hamilton Mourão, vice-presidente; para o [então] ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto; para o [então] ministro da Saúde Eduardo Pazuello; para o ministro da Economia, Paulo Guedes, e para o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nelsos Foster,” comentou Murillo.
Em depoimento, o gerente-geral da Pfizer também falou sobre as ofertas feitas ao Brasil em 11 e 24 de novembro, todas de 70 milhões de doses e também negadas pelo governo federal.
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