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Há exatos 50 anos, surgia o Rush

Mudanças de integrantes ao longo da trajetória não impediram que a banda se tornasse uma das mais importantes da história do rock

Paulo Cavalcanti Publicado em 18/09/2018, às 08h35

No dia 18 de setembro de 1968, o guitarrista Alex Lifeson, o baixista e vocalista Jeff Jones e o baterista John Rutsey se uniam na vizinhança de Willowdale, em Toronto, no Canadá, para formar uma banda de rock que eventualmente receberia o nome de Rush. Os adolescentes, que ensaiaram por semanas a fio, conseguiram se apresentar ao vivo pela primeira vez naquela ocasião, tocando um repertório repleto de covers do Cream, Jimi Hendrix e outros ícones da época. Mas logo após esta performance histórica, Jones saiu. No lugar dele entrou um jovem chamado Geddy Lee, assumindo as mesmas funções de Jones.

Levou um bom tempo até que os aspirantes ao estrelato se firmassem. O primeiro single saiu apenas em 1973 – um cover de “Not Fade Away”, clássico do pioneiro Buddy Holly e que também foi um hit para os Rolling Stones em 1964. No ano seguinte, saiu Rush, o álbum de estréia. Logo depois disto, Rutsey, que sofria de diabetes e também não gostava das extensas viagens necessárias para se fazer uma turnê, resolveu sair de forma amigável. No lugar dele entrou o fenomenal Neil Peart, assumindo as baquetas e, assim, formando a mitologia do Rush que conhecemos até hoje. Peart, que além de ser um baterista sem igual, também era um compositor único e de imensa criatividade, que trouxe ao espectro musical do Rush noções de ficção cientifica, fantasia e distopia. Aos poucos, o trio deixou as influências de Led Zeppelin para trás e esculpiu o som de prog metal que consagrou o Rush como uma das bandas lendárias do rock.

Neste momento em que são lembrados os 50 anos de formação do grupo, os fãs já sabem que infelizmente a banda agora faz parte apenas do passado. No último mês de janeiro, Alex Lifeson declarou que a jornada da havia chegado ao fim, afirmando que “não temos planos de nos apresentarmos juntos novamente. Está tudo acabado. Sentimos que tudo o que fizemos nestas décadas foi o suficiente.”

Estas cinco décadas do Rush marcam uma das jornadas mais fascinantes e surreais da história do rock. Lee, Peart e Lifeson conquistaram uma imensa base de fãs, o que permitiu que os álbuns se tornassem clássicos e campeões de vendas. Os músicos também protagonizaram shows lotados nos quatro cantos do planeta. Apesar de todo o sucesso, é preciso dizer que o peculiar mundo do Rush sempre foi espinhoso para os não convertidos. Aqueles que não gostam do trio e os evitam a qualquer custo, dizem que os som deles é muito intrincado (e portanto, empolado e pretensioso), e que a “nerdice” dos temas abordados nas canções ultrapassa qualquer tipo de bom senso.

Mesmo com a legião de fãs conquistada, o Rush sempre percorreu o mainstream pelas beiradas. Mas em 2010, parte da percepção sobre o trio mudou depois que foi exibido o documentário Rush: Beyond the Lighted Stage, dirigido por Sean Dunn e Scot McFadyen. O filme mostra os percalços e as glórias da longa trajetória da banda, aproveitando também para humanizar os seus integrantes.

Assim, os fãs e o grande público no geral puderam tomar conhecimento do que motivava Geddy Lee, Neil Peart e Alex Lifeson, concretizando e evidenciando o protagonismo que os três tiveram em um dos principais momentos da história do rock.

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