David Benioff (à esquerda) e D.B Weiss, criadores de <i>Game of Thrones</i>, recebem o Emmy de Melhor Série Dramática - Vince Bucci/AP

HBO defende nova série sobre escravidão após críticas e protesto organizado na internet

Confederate, produção concebida pelos roteiristas de Game of Thrones, foi criticada por se aproveitar do tema

Rolling Stone EUA Publicado em 01/08/2017, às 11h01 - Atualizado às 11h54

David Benioff e D.B. Weiss, roteiristas de Game of Thrones, estão desenvolvendo uma nova série para a HBO chamada Confederate. E no último domingo, 30, – enquanto muitos fãs de GoT estão tão envolvidos com a série quanto com as reações no Twitter – um novo protesto ganhou espaço nas redes.

Confederate é ambientada em uma realidade alternativa em que o sul dos Estados Unidos foi o vencedor da Guerra de Secessão e a escravidão é legalizada em metade do país. A série especificamente gira em torno da série de eventos que desencadeia a “Terceira Guerra Civil Americana” e inclui representações de escravidão moderna.

Em resposta ao anúncio da série, April Reign, a mulher por trás do protesto “#OscarsSoWhite” em 2015 – que promoveu um boicote à premiação devido à falta de indicados negros nas principais categorias –, encorajou as pessoas a protestar contra a série pelas redes sociais, utilizando a hashtag “#NoConfederate”. No último domingo, 30, a hashtag estava entre os assuntos mais comentados no Twitter.

LEIA TAMBÉM

O Reinado de Game of Thrones - a série estampa a capa da edição 131 da Rolling Stone Brasil

Game of Thrones: tudo que você precisa saber antes de assistir à 7ª temporada

Game of Thrones: episódios da 8ª temporada podem ter duração de longa-metragem

“Que tipo de confiança devemos ter em dois cavalheiros que não conseguem discutir raça na própria série deles e tiveram sete temporadas para introduzir importantes personagens negros?”, April disse ao The Hollywood Reporter, referindo-se a Benioff e Weiss. Os sentimentos de April foram corroborados pela autora Roxane Gay em um artigo de opinião para o New York Times em que ela denuncia a série como “fanfiction de escravidão”.

“Minha exaustão com a ideia de Confederate é multiplicada pela percepção de que esta série é fruto de dois homens brancos que são encarregados de um programa que tem poucas pessoas negras e em que violência sexual costuma ocorrer de forma gratuita e tratada como algo comum”, Gay escreveu. “Eu estremeço ao imaginar o corpo negro escravizado pelas suas mãos criativas.”

A HBO divulgou um comunicado em resposta às críticas e em defesa da série. “Nós temos muito respeito pelo diálogo e preocupação sendo expressada acerca de Confederate. Temos fé de que [os roteiristas] Nichelle, Dan, David e Malcolm abordarão o tema com cuidado e sensibilidade. O projeto está atualmente em seu início, então esperamos que as pessoas reservem seus julgamentos até haver algo a ser visto.”

O produtor de Confederate, Malcolm Spellman, que é negro, disse que a série trará importantes reflexões sobre a questão racial nos Estados Unidos. “É algo muito pessoal, porque somos os filhos de nossa história”, ele disse ao Vulture. “Nós lidamos com isso diretamente e fizemos isso durante toda nossa vida. Lidamos com isso em Hollywood, no mundo real e nas nossas famílias e amigos. Eu acho que Nichelle e eu ambos sentimos urgência ao encontrar uma maneira de apoiar uma discussão que está permeando a sociedade mas não está acontecendo o suficiente.”

entretenimento game of thrones hbo televisão Séries racismo produção david benioff malcolm spellman DB Weiss confederate

Leia também

Alfa Anderson, vocalista principal do Chic, morre aos 78 anos


Blake Lively se pronuncia sobre acusação de assédio contra Justin Baldoni


Luigi Mangione enfrenta acusações federais de assassinato e perseguição


Prince e The Clash receberão o Grammy pelo conjunto da obra na edição de 2025


Música de Robbie Williams é desqualificada do Oscar por supostas semelhanças com outras canções


Detonautas divulga agenda de shows de 2025; veja