Música que retrata história pessoal de Paul McCartney e John Lennon foi lançada em 1968
Clara Guimarães Publicado em 30/08/2020, às 11h00
Em um dia como este, há 52 anos, um dos maiores sucessos dos Beatles era lançado no Reino Unido. A composição que nasceu de uma experiência de Paul McCartney intimamente ligada à vida de John Lennon conseguiu conquistar o público, não só na época, mas também atual.
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Assim como o Nirvana tem “Smell Like Teens Spirit”, o Queen, “Bohemian Rapsody” e os Rolling Stones, “Satisfaction”, os Beatles têm “Hey Jude”. Óbvio que o FabFour possui um repertório grande de faixas que poderiam ser usadas como um símbolo da banda, desde “Yellow Submarine” até “Let It Be”, mas a composição de Paul McCartney e John Lennon definitivamente está entre as mais populares.
“Hey Jude” ficou no topo do Billboard Hot 100 de 1968 e foi nomeada ao Grammy de 1969 nas categorias: Disco do Ano, Música do Ano, e Melhor Canção Popular. A música, incluída no Hall da Fama do Grammy, conquistou o 8º lugar no ranking das 500 melhores músicas de todos os tempos da Rolling Stone EUA. Mas como esse hit dos Beatles foi criado?
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A música nasceu de uma experiência de Paul McCartney intimamente conectada à história de John Lennon. O cantor de “Imagine” havia acabado de deixar para trás a esposa, Cynthia Powell, e o filho, Julian, para ficar com Yoko Ono.
Macca visitou a esposa e o filho de John Lennon. O rapaz de Liverpool era como um tio para o menino, que se sentia trista por estar longe do pai. Por isso, durante a viagem, como forma de confortar e encorajar Julian, Paul começou a cantarolar os versos que viram a se tornar famosos mundialmente: “Hey Jules, don’t make it bad, take a sad song and make it better…”.
Assim nasceu a primeira versão do hit dos Beatles. Depois, por questões de sonoridade musical, como explicou Paul em entrevista ao The Guardian, o nome mudaria para Jude. Outra mudança também seria a incorporação dos próprios sentimentos do Macca na composição.
Paul McCartney percebeu durante o processo de composição que o encorajamento também servia para ele próprio. O artista tinha acabado de ser abandonado pela noiva, Jane Asher, depois dela descobrir uma traição do membro do FabFour.
E é nessa congruência de experiências de McCartney que “Hey Jude” apresenta um discurso de encorajamento romântico misturado com a declaração paternal. A interpretação da música, portanto, está no ouvido de quem escuta, o que a torna universal.
A faixa de quase sete minutos de duração é uma das mais longas dos Beatles. Em algumas partes é possível escutar a voz de John Lennon ou de Paul McCartney dizendo frases aleatórias - prováveis erros de gravações que foram propositalmente deixados como uma espécie de easter eggs para os fãs.
Por exemplo, aos 2 minutos e 58 segundos da canção, pode-se ouvir John Lennon dizer: “fucking hell!”. Paul McCartney também fala aos 5 minutos e 35 da canção, mas o conteúdo da frase ainda é alvo de discussão entre os fãs.
Alguns acreditam que o artista disse “pega o cavaquinho”, enquanto outros escutam: “The pain won’t come back, Jude”. Embora não saibamos a resposta, as inserções das vozes dos rapazes de Liverpool tornam a música ainda mais única e marcante para a história dos Beatles.
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