O cantor deu uma entrevista divertida aos jornalistas, durante a qual falou sobre os shows no Brasil, o reality The Osbournes e da coluna que escreve na Rolling Stone EUA
Por Stella Rodrigues Publicado em 02/04/2011, às 12h00
Uma entrevista coletiva de imprensa com Ozzy Osbourne é praticamente um show de stand up - e dos bons. Na tarde desta sexta, 1, Ozzy, aos 62 anos, recebeu os jornalistas em um hotel da região da avenida Paulista, em São Paulo, trajando seus tradicionais óculos redondos, sobretudo preto e unhas pintadas da mesma cor. Seja pelo figurino ou pelo seu senso de humor indefectível, foi um encontro típico com o mito do rock - se for levado em conta que essa é sua versão "roqueiro limpo": pontual, sóbrio, sorridente e disposto a responder qualquer pergunta com toda a simpatia do mundo.
O engraçado músico, com seu jeito descontraído e meio bonachão, começou falando sobre toda sua vontade de fazer shows e discos, mesmo com a indústria musical sendo considerada "moribunda". Foi categórico: "Vou continuar fazendo turnês mesmo depois de morto!"
A empolgação que mostrou com a música ao longo de todo o seu discurso foi inversamente proporcional ao seus comentários sobre a TV, já que o popular programa The Osbournes, exibido pela MTV, foi lembrado mais de uma vez. Ao ouvir a tradutora citar a palavra "televisão" e antes mesmo que estivesse terminada a pergunta - que indagava se ele voltaria a dar as caras na telinha, de alguma forma - já respondeu com um sonoro "Não", que arrancou gargalhadas. "Rock and Roll Ozzy", complementou. "Eu na televisão? Não. Odeio isso!" Assim como já fez em diversas outras entrevistas, descreveu como terrível a experiência de participar do reality e ter uma equipe de câmeras acompanhando todos os problemas familiares pelos quais passou no período.
Quando o assunto foi Rock in Rio 1985, divertiu-se: "Eu lembro dele muito bem. Não me lembro de muitas coisas, mas disso eu lembro bem, porque foi algo muito grande". "Me recordo que foi um dos maiores palcos que já vi na vida. E a paixão por música nesse país é incrível", acrescentou.
Foi também bastante objetivo ao responder outra pergunta que ouve há anos. Voltaria com o Black Sabbath? "Existe a possibilidade? Sim. Quando? Não sei".
A ocasião teve oportunidade para alfinetadas, especialmente quando discorreu sobre a música no futuro. "Eu faço isso há 42 anos e nesse tempo vi tantas mudanças... Um amigo meu peguntou: quando a gente morrer, quem nos substituirá e quem será lenda da música? Eu não acho que Justin Bieber irá durar 40 anos", aponta, referindo-se ao cantor teen (a dupla chegou a gravar um comercial - saiba mais aqui). Não sobrou só para Bieber. Quando quiseram saber o que de atual ele ouve, o artista se atrapalhou, mas chegou a uma resposta: "Gostava daquela mulher, como é mesmo a porra do nome? Lady Gaga! Mas agora ela está chata para cacete."
A vida familiar de Ozzy não foi assunto somente quando se falou em The Osbournes. Quem acompanhou pelo menos um dos episódios do programa provavelmente se lembra da quantidade de cães que circulavam pela Maison Osbourne. Portanto, Ozzy arrancou muitos risos em seu show de comédia acidental ao explicar porque se sente tão bem no posto de roqueiro, melhor do que no conforto do lar - "Quando estou em casa, só recolho cocô de cachorro! Mas aqui sou um rei", brincou.
Durante os breve vinte e poucos minutos de bate-papo ainda deu tempo de mencionar os momentos da carreira dos quais se lembra com mais carinho e dos que gostaria de esquecer. Falou que a surpresa de ainda estar vivo já é uma ótima coisa, o ponto positivo. "Não bebo e não fumo mais. Meus anos de festa foram incríveis, eu não sei como estou vivo. Fico feliz por isso, mas é um mistério para mim. Hoje estou no controle da minha loucura". "E os ruins...?", lembra a tradutora. "Tem muitos momentos em que gostaria de apagar. Mas eu não lembro deles", se contradisse com seu jeito Ozzy de ser.
Coluna na Rolling Stone EUA
Um dos momentos mais impagáveis foi quando pôde-se observar a reação do cantor ao ser indagado sobre a coluna publicada pela Rolling Stone EUA, na qual escreve dicas de saúde e relacionamento. Ozzy contou: "Tinha um cara na Califórnia chamado Dr. Oz que falava um monte de besteira para donas de casa. E eu percebi que sabia todas as respostas, comecei a fazer de piada. Tipo: 'O que eu faço se eu não gosto mais transar com a minha esposa?' Eu respondo 'arrume uma namorada!' Se você ler a coluna, não leve a sério, ou vai acabar se matando".
Ozzy Osbourne no Brasil
O "Príncipe das Trevas" já passou por Porto Alegre na última quarta, 30, e ainda se apresenta em São Paulo (2/4), Brasília (5/4), Rio de Janeiro (7/4) e Belo Horizonte (9/4) - clique aqui para mais informações. Ozzy não revelou muito sobre o show durante a entrevista. Sobre a banda que o acompanha na turnê Scream, destacou o fato de que sempre é questionado na sua escolha de guitarristas pouco conhecidos: "Todo mundo quer guitarristas mais experientes. Eu gosto de contratar guitarristas mais novatos, porque eles têm fome, vontade de serem campeões, crescerem como guitarristas." Explicou ainda que teria que fazer uma apresentação de cinco dias para comportar um set list que comporte todas as músicas que as pessoas gostariam que ele cantasse, afinal, são mais de 40 anos de carreira. Quando indagado a respeito de eventuais surpresas nas datas restantes na turnê brasileira, contornou a pergunta reforçando mais uma vez a fama que ainda tem de músico "doidão" e cheio de esquisitices, com comportamento imprevisível: brincou que já será uma surpresa se chegar ao final da apresentação.
Blake Lively se pronuncia sobre acusação de assédio contra Justin Baldoni
Luigi Mangione enfrenta acusações federais de assassinato e perseguição
Prince e The Clash receberão o Grammy pelo conjunto da obra na edição de 2025
Música de Robbie Williams é desqualificada do Oscar por supostas semelhanças com outras canções
Detonautas divulga agenda de shows de 2025; veja
Filho de John Lennon, Julian Lennon é diagnosticado com câncer