A coluna semanal com os lançamentos mais quentes da música brasileira, escolhidos pela Rolling Stone Brasil
Curadoria: Redação | Nicolle Cabral @NicolleCabral e Yolanda Reis @_ysreis Publicado em 15/11/2020, às 10h00
Chegamos a 30ª edição da HOTLIST, a coluna semanal da Rolling Stone Brasil com os grandes lançamentos da música brasileira. Nesta edição, reunimos os singles, clipes e discos que mais gostamos entre a chuva de novidades que rolaram ao longo dos últimos sete dias.
A começar por Urias, que lançou o single "Racha" com um clipe poderossímo e o hit "Rainha da Favela" de Ludmilla. Além das grandes artistas, você encontrará nomes como Black Alien, Drik Barbosa feat. Rashid, Djonga, Bruno Capinan, Gal Costa, YOÙN feat. Gilsons, Rodrigo Alarcon, NDK, Yá Rosa, Cyro Sampaio, Tolentino, Oliva, Raissa Fayet & Ju Strassacapa part. Maria Gadu, Chico Bernandes, The Big Odd, Velhas Virgens, O Grilo e Autoramas.
Força, irreverência e resiliência. Depois de participar de Não Para Não (2018), de Pabllo Vittar e se destacar com o EP autointitulado lançado em 2019, Urias lança "Racha", produção assinada pela Brabo — coletivo formado por Gorky, Arthur Marques, Zebu, Maffalda e Pablo Bispo.
Com uma batida glitch trap, a cantora exalta os corpos das mulheres trans. A faixa ganhou um clipe poderossímo em preto e branco, enquanto canta "Não me subestime não / Eu quero ver chegar até aqui / Te incomoda o poder da minha mão / O que te assusta é a potência do meu carro". A produção contou com a direção de João Monteiro. [Texto: Nicolle Cabral | @NicolleCabral]
"Procuro Alguém", faixa que integra o mais recente disco de estúdio, Histórias da Minha Área, do gigante do rap, Djonga, ganhou um clipe super emocionante na última sexta, 13. A produção, assinada pelo próprio rapper e Túlio Cipó, foi uma homenagem para a filha mais nova, Iolanda, que completou um ano em outubro. "As crianças dão mais melodia pra vida da gente", declarou Djonga.
Em setembro, o artista foi o primeiro brasileiro a ser indicado ao BET Hip-Hop Awards 2020. Djonga disputava na categoria de Melhor Artista Internacional, mas Stormzy, do Reino Unido, acabou levando a premiação. Ainda assim, o rapper seguiu fazendo história. [Texto: Nicolle Cabral | @NicolleCabral]
Na última sexta, 13, Gal Costa lançou dois singles que integrarão o novo disco, provisóriamente chamado de Gal 75, previsto para 2021. O primeiro, "Avarandado", é uma parceria com Rodrigo Amarante, enquanto "Nenhuma Dor" conta com os vocais de Zeca Veloso. Ambas as faixas são composições de Caetano Veloso, lançadas originalmente em 1967 no disco Domingo.
Além de Amarente e Zeca, o projeto terá nomes como Criolo, Rubel, Seu Jorge, Silva, Tim Bernardes, Zé Ibarra, António Zambujo e Jorge Drexler.
"Carta para Amy", uma das grandes faixas do premiado disco Abaixo de Zero - Hello Hell (2019) de Black Alien, ganhou um clipe na última quarta, 11. Com produção da Dois Mais Filmes e direção de Gabi Jacob, o registro, que narra a busca de Black pela sobriedade, é estrelado por André Ramiro (de belíssima atuação) e ilustra as oscilações desse processo de forma dramática e muito bonita.
"Recuperação é uma caminhada pessoal, intransferível e bem solitária. Os mesmos que batem palminhas, não entendem, nem têm consideração real por essa caminhada, incluindo pessoas próximas. Fora cuidados com o espiritual, de acordo com a escolha de cada um, e assistência médica especializada, nós adictos só temos a nós. A saúde mental, que é irmã de pai e mãe da saúde espiritual, é tão importante pro mundo que é só isso que pode salvá-lo agora. Saúde mental no fim das contas é amor", declarou o rapper em comunicado à imprensa.
Assista ao clipe abaixo: [Texto: Nicolle Cabral | @NicolleCabral]
Lançado na última quinta, 12, "Rainha da Favela" é o mais novo single de Ludmilla. A faixa veio acompanhada por um clipe gravado na Rocinha e conta com participações ilustres como Taty Quebra Barraco, Valesca Popozuda, MC Kátia A Fiel e MC Carol de Niterói. A proposta da artista era justamente reunir os nomes que foram fundamentais para que o funk feminino prosperasse no Brasil.
O clipe, dirigido por Felipe Sassi, fez referência a um episódio de 2009, quando um caminhão de refrigerantes tombou na Linha Amarela do Rio de Janeiro e virou notícia em todo o Brasil. As imagens viralizaram por ter pessoas tomando banho com a carga para amenizar o calor. [Texto: Nicolle Cabral | @NicolleCabral]
Para o lançamento de "Sobre Nós", a cantora Drik Barbosa recorreu os saberes ancestrais de usar a música como resistência e preservação da identidade de um povo e criou o novo projeto NÓS.
A faixa, que ganha participação de Rashid, foi o ponto de partida da nova empreitada da artista. Ainda estão previstos mais três novos singles para o projeto. A inicitiva será pensada no formato de uma audionovela.
O clipe, que também estreou na última quinta, 12, pela Laboratório Fantasma, joga luz sob as vivências de Drik e no que ela prospecta para o futuro. [Texto: Nicolle Cabral | @NicolleCabral]
Leão Alado Sem Juba é o quinto disco de estúdio do cantor e compositor Bruno Capinan. O projeto apresenta nove canções autorais que dissertam sobre o isolamento social e a violência policial contra negros, incitada pela morte de George Floyd, presente em "Tomorrow".
Bruno se reuniu com os produtores Diogo Strausz e Gustavo Ruiz, além dos músicos Kassin, Pedro Sá, Moreno Veloso, Felipe Guedes e Zé Manoel para colorirem o disco. Leão Alado Sem Juba chegou às plataformas na última quarta, 11, e contará com uma edição japonesa em vinil pela P-vine Records, programada para janeiro de 2021. A capa do álbum foi assinada pelo artista e inspirada pela Semana de Arte Moderna de 1922. Ouça Leão Alado Sem Juba: [Texto: Nicolle Cabral | @NicolleCabral]
Amparado pelos ritmos do jazz e afroxé brasileiro, YOÙN e Gilsons lançam o single e clipe de "Besteira". A faixa, segundo os artistas, foi inspirada nas linhas melódicas de Djavan, maior fonte criativa para eles. Com participações de Mwuakaa, Os22 do Passinho, Pedro Bonn, Rahiza Santos, Thaise Santos e WAGUIN, o clipe ressalta a ascentralidade da juventude negra por meio de danças, instrumentos e figurinos. "Besteira" foi lançada na última quarta, 11. [Texto: Nicolle Cabral | @NicolleCabral]
"Na Frente" é o primeiro single do disco ao vivo Vazio (Ao Vivo no Cine Joia) de Rodrigo Alarcon. A gravação da faixa foi feita na transmissão única do dia 8 de novembro no Cine Joia e, durante a live, muitos fãs comentaram sobre ela nunca ter sido lançada nas plataformas digitais. Agora, "Na Frente", está disponível para o público.
Segundo Alarcon, "a canção foi composta há muito tempo [...]. É umamúsica que fala sobre crescer e estar tudo bem as coisas não estarem tudo no seu controle, e que acabamos aprendendo andando no escuro e batendo de frente na parede até aprender a pôr a mão e sentir que o caminho está livre, aumentando essa percepção". [Texto: Nicolle Cabral | @NicolleCabral]
Na última sexta, 13, a banda paulista NDK lançou mais uma faixa do terceiro disco de estúdio, O Selenita. Em "Netuno", o grupo se aproxima de uma instrumentação um pouco mais densa e narra situações do cotidiano e brinca com o conceito de "olho gordo". A faixa conta com os beats feitos pela mente criativa de NiLL, que, em agosto, lançou Good Smell, Vol. 2 com participações de Alt Niss, Ashira e Bivolt. Anteriormente, NDK já havia lançado "Saturno", "Éris", "Urano" e "Marte". [Texto: Nicolle Cabral | @NicolleCabral]
Yá Rosa lança "Varal", primeiro single do EP de estreia autointitulado. Com apenas três faixas, a artista de 21 anos reuniu alguns versos que escreveu sobre as relações afetivas e o berço familiar. Em "Varal", lançada pelo selo Lobotomia, Yá reúne as influências do R&B, sintetizadores e se ampara em nomes brasileiros como Luedji Luna, Déa Trancoso, Xênia França e Céu. A faixa também ganhou um clipe dirigido por Rafael Augusto. Lindíssima escuta. [Texto: Nicolle Cabral | @NicolleCabral]
Conhecido pelo trabalho com as bandas Menores Atos e Putz, Cyro Sampaio estreou a carreira solo com a canção “Apocalíptica”, pelo próprio selo, Flecha Discos. A faixa, inclusive, deu as caras por aqui na edição #26 da HOTLIST. Agora, o artista retorna com o lançamento do EP Nada Presta, em que focou no primeiro instrumento que teve afinidade na infância: o violão.
As canções foram compostas e produzidas durante o período de isolamento social e teve a mixagem e masterização realizada por Gabriel Zander. "Apocalíptica" e "Acidente" ainda ganharam clipes dirigidos por Gi Zambianchi, também responsável pela arte visual do novo registro. [Texto: Nicolle Cabral | @NicolleCabral]
Depois do pop soturno de "Vultures", Tolentino lança o projeto completo Caos. Com sete faixas, o EP foi inteiramente co-produzido pelo artista, Rodrigo Kills (metade do Cyberkills) e Érika Linq. Com pop intenso, experimental e, às vezes, oitentista, o artista faz boa estreia. Tolentino apareceu por aqui na edição #28 HOTLIST.
O primeiro single de Sara Oliveira, cujo nome artístico é Oliva, chegou às plataformas de streaming na última segunda, 9. A cantora integra o projeto Ressoa, que tem incentivado uma série de lançamentos de artistas da cena gaúcha. "Renascença" antecede o projeto Cartografia, que está em construção desde 2015.
Composta por Raissa Fayet e Ju Strassacapa, "Derrubar o Sistema" conta com a participação deliciosa de Maria Gadu. A faixa, que imagina um novo tempo onde as pessoas cuidam da terra, também ganha um clipe assinado por Lua Marinho com imagens do o Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Recife e mais. A produção exalta a calmaria das comunidades e florestas em contrates com as grandes cidades e o agronegócio, além dos depósitos de lixo. "Precisamos mudar nossos hábitos e focar a ação para aflorar um planeta para todes”, aponta Fayet.
Pensada antes mesmo do isolamento social, "Em Meu Lugar" de Chico Bernardes resgata as memórias e afetos que nos acometem quando nos vemos sozinhos. A faixa conta com a colaboração do arranjador Arthur Decloedt, Maria Beraldo (clarinetista), Felipe Pacheco Ventura (violinista), Rafael Cesário (violoncelista) e Amilcar Rodrigues (trompetista).
O registro vai de encontro com a sonoridade dos anos 1970 e reverberam na obra do artista, filho de Maurício Pereira e irmão de Tim Bernandes. A faixa foi mixada e masterizada por Gui Jesus Toledo e alçada pelo Selo RISCO. Ouça "Em Meu Lugar":
No último domingo, 8, o quinteto instrumental brasileiro The Big Odd lançou o disco autointiulado que mescla elementos do post-rock, rock progressivo e o jazz ao longo de 10 faixas. Com Gabriel Perpétuo na guitarra, Vicente França também na guitarra e trompete, Tiago Eiras na bateria, Antônio Vinícius Silva no baixo e Guilherme Peluci nos sopros, o grupo apresenta o resultado de um projeto construído ao longo de três anos.
Nomes como Joana Queiroz, Felipe José, Rafa Nunes, PC Guimarães, Bernardo Bauer, Paulo Fróis, José Paulo Ribeiro, Wagner Souza e Luana Aires também aparecem no disco.
Depois de seis anos de coletâneas, Velhas Virgens voltam ao estúdio para o lançamento de O Bar Me Chama. O trabalho, que estreou no dia 10, tem 10 faixas, duas delas são versões alternativas de outras - “O Bar Me Chama”, título do trabalho, e “Leprechaun”.
O trabalho é divertido, dinâmico e diverso. Nasceu para seu em EP, e virou um disco no meio do caminho. Os sons variam entre o blues (que batiza a faixa de abertura, “Mazzaroppi Blues”), um pouco de jazz, e o bom e velho rock n’ roll (“Leprechaun” é hard rock, daqueles esperados em qualquer disco dos Velhas Virgens - e “Não é Não”, uma ode setentista).
O humor de sexo, drogas e rock n’ roll é a alma do disco (afinal, ainda são os Velhas Virgens, e o título ainda é O Bar Me Chama). Mas tem uma ótima novidade: não tem sexismo. Se começaram nos anos 1990 com letras potencialmente ofensivas, a banda mostrou que sabe evoluir com o tempo e deixar para trás noções ultrapassadas. Em “Não é Não”, mostram isso. “Brechó Cintilante” também se destaca pela letra gostosa e bem arranjada. [Texto: Yolanda Reis | @_ysreis]
Em mais um passo para o aguardado disco de estreia, O Grilo lançou o single “Meu Amor” no dia 13. A faixa segue “Trela”, que chegou há umas duas semanas, na divulgação. A banda paulistana já tem um EP de 2017 (Herói do Futuro) e um hit dessa época (“Serenata Existencialista” tem mais de um milhão de plays no Spotify e mais um milhão no YouTube).
Em “Meu Amor”, destaca-se o vocal delicioso de Pedro Martins. Embora sempre delicado e equilibrado, aqui parece combinar impecavelmente com a melodia - e as variações no tom agradam os ouvidos. A guitarra de Felipe Martins também embala bem, abrindo a música com uma disco-music-oldschool, contrastada depois pela pegadinha mais rock do baixo de Gabriel Cavallari e bateria do Lucas Teixeira.
Mais uma vez, “Meu Amor” mostra o potencial da promessa da estreia de O Grilo. Esperamos que já, já, como pedem, tenha 10 mil cópias vendidas. Ouça a faixa no YouTube: [Texto: Yolanda Reis | @_ysreis]
Com uma proposta interessantíssima, Autoramas lançaram no dia 13 a coletânea B-Sides & Extras Vol 1. O disco é uma coletânea no melhor sentido da palavra: uma reunião de acústicos, faixas inéditas, perdidas por aí, ou ao vivos exclusivos. São 10 faixas ao todo, cada uma com a própria história:
A sonoridade não reserva surpresas. É o rock que esperávamos dos Autoramas. Uma curiosidade do disco é o cover de “Comida”, dos Titãs - no estilo da banda. Aquele disco de conforto para saudosistas e para quem ama o ‘bom e velho roquenrol’. [Texto: Yolanda Reis | @_ysreis]
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