-

HOTLIST #46

A coluna semanal com os lançamentos mais quentes da música brasileira, escolhidos pela Rolling Stone Brasil

Redação | Curadoria: Camilla Millan (@camillamillan), Isabela Guiduci (@isabelaguiduci), e Julia Harumi Morita (@the_harumi) Publicado em 14/03/2021, às 10h00 - Atualizado às 16h07

Composições feministas, discos potentes e singles que provocam questionamentos sobre a arte e a vida. Estes são apenas alguns exemplos dos lançamentos quentíssimos que formam a  HOTLIST #46.

Carol Biazin e Gloria Groove se juntaram para um clipe cheio de atitude, Jadsa divulgou mais um single hipnotizante antes de lançar o primeiro disco cheio da carreira e Djonga surpreendeu a todos com um novo álbum. 

Além dos nomes citados, a última semana também contou com novidades de Apeles, Ale Sater, RØKR, Rico Dalasam, Pablo Vermell, Mily Taormina, Enzo Banzo, Jon Jon, ALMAR, Keila, Mulamba, Chico e o Mar, Isadora, Pedro Pondé, Vanessa Krongold e Thiago Elniño.

Confira a lista completa:

Apeles - "Eu Tenho Medo do Silêncio"

O que acontecerá quando toda arte for consumida e mais nenhum artista conseguir sonhar? Talvez, nos restará apenas o silêncio. E esse é o temor de Apeles, que canta sobre a descartabilidade da arte em "Eu Tenho Medo do Silêncio". 

A canção foi lançada na última terça, 9, nas plataformas digitais pelo selo Balaclava Records. Mixada e masterizada por Zeca Leme, a faixa foi gravada ao lado de Leo Mattos, responsável pela percussão aflita que acompanha o canto, a guitarra e os sintetizadores de Apeles

Em certo ponto da canção, o cantor quebra a atmosfera soturna construída com um verso em reverse - uma breve tentativa de trazer um novo sentido para arte antes de ser tomado novamente pelos temores. [Texto: Julia Harumi Morita | @the_harumi]   


RØKR - 'Uz'

RØKR nos leva em uma viagem de estímulos sonoros amortecedora no mais recente EP da carreira, Uz, o qual foi disponibilizado nas plataformas digitais na última terça, 9, pelo selo Balaclava Records.

O projeto foi produzido, mixado e masterizado pelo próprio músico e ganhou uma arte incrível feita por Pedro (@ars.moriendee). 

Formado pelas faixas "Noir" e "Jamz", as quais apareceram nas edições #40 e #44 da HOTLIST, respectivamente, e as inéditas "Uz" e "EXT", o EP passeia por recortes de beats e sintetizadores pulsantes, que ganham tons mais emotivos até chegar em um lo-fi entorpecente. [Texto: Julia Harumi Morita | @the_harumi]   


Lori - "Choro na Cama"

Lori, cantora ítalo-brasileira, lançou na sexta, 12, o clipe para "Choro na Cama," segundo single do disco de estreia.

A faixa é bem pop, e o som apresenta referências modernas do estilo (com os instrumentos eletrônicos) e também resgata os elementos apaixonantes dos anos 1980, explosão pop, como uma batida puxada para o groove. 

O vídeo acompanha a vibe nostálgica - Lori aparece com uma maquiagem bem marcada ao lado de um globo de espelhos; deita em uma cama de cetim brilhante; usa roupas resplandecentes em purpurina. Os efeitos de câmera também lembram tempos mais glamourosos do pop.

"Choro na Cama" é um constraste com a bem menos lírica "Introestelar", single anterior. Mas combina com "Voltando Para Casa" (do EP Vênus em Virgem, 2020) na música pop de acordes circulares e no resgato do R&B. É cedo para entender o caminho musical de Lori, mas parece certa a perpectiva de ser algo para "dançar até cansar," como enfatiza.


Ale Sater - "Peu"

"Preciso te mostrar as idas vindas do oceano /Preciso te mostrar as ilhas ilhas ilhas /Preciso te buscar na escola às seis sem falta /Preciso te ensinar a não ouvir os outros," canta Ale Sater (Terno Rei) em "Peu", single lançado nas plataformas digitais na última quinta, 11, pelo selo Balaclava Records.

Com um conto bucólico e comovente sobre a relação de um pai e um filho, o músico continua a explorar a mistura de violões e sintetizadores, como fez anteriormente no single "Nós".

Produzida por Gustavo Schirmer, a segunda canção do EP Fantasmas ganhou um clipe dirigido por Gabriel Rolim, o qual utiliza paisagens de Minas Gerais para ilustrar a singela conversa sobre a vida. [Texto: Julia Harumi Morita | @the_harumi]   


Chico e o Mar - 'sdds'

Chico e o Mar faz um mergulho sincero, profundo, melancólico e sensível dentro das quatro fases de uma amizade no primeiro EP da discografia. Intitulado sdds, o projeto foi lançado em todas as plataformas digitais na última quarta, 11 de março. 

Inspirado na própria amizade dos integrantes da banda, o EP traduz sentimentos complexos que podem surgir das relações. As quatro canções, “acolher”, “foi mal”, “sdds” e “06:01”, narram as etapas do curioso e interessante relacionamento que se dá entre amigos.

Não apenas o lirismo das canções expõe as emoções, mas toda a composição sonora reflete sentimentos e vivências - e essa combinação é envolvente e singular. A Chico e o Mar leva o público para uma viagem prazerosa, significativa e delicada pelas sensações a partir das faixas de sdds. 

Nascida em novembro de 2018, em Belo Horizonte, a banda é formada por Daniel Moreira (voz/guitarra), Caio Gomes (bateria), Guilherme Vittoraci (guitarra/backing vocal) e Gustavo Vittoraci (teclado/backing vocal). 

Com uma sonoridade indie pop, a Chico e o Mar cria uma identidade musical sólida e certeira. Sdds é só o começo de uma discografia que promete ser brilhante. [Texto: Isabela Guiduci | @isabelaguiduci] 


Thiago Elniño - “Preta & Dengo”

Thiago Elniño é aquele artista que você não sabia que precisava até ouvir. Na última quinta, 11 de março, ele lançou o clipe “Preta & Dengo”, um vídeo de dois atos sobre as fases de um relacionamento - no entanto, o trabalho é muito mais.

Preta” é a faixa do disco Pedras, Flechas, Lanças, Espadas e Espelhos, lançado em 2019, enquanto Dengo é um novo lançamento, do próximo álbum, Correnteza. O trabalho é uma mistura de rap e samba-rock, mas transcende os gêneros musicais enquanto apresenta uma sonoridade fluida e muito afetiva.

Além de rapper, Elniño é pedagogo, por isso não surpreende o cuidado que tem com as palavras. Mais que música, a arte do cantor é poesia nas letras, melodia e clipe. O registro audiovisual é sensível, e a atuação de Izak Dahora e Késia Estacio desmancha os clichês do amor em uma narrativa emocionante sobre os relacionamentos para além dos clichês.

Se você ainda não conhecia Thiago Elninõ, é melhor conhecer: [Texto: Camilla Millan | @camillamillan]  


Carol Biazin e Gloria Groove - “Rolê”

Fãs de pop, podem comemorar. Carol Biazin e Gloria Groove lançaram na sexta, 12 de março, o single “Rolê”. Acompanhada de um clipe cheio de atitude, a faixa fala sobre a superação de um relacionamento tóxico e faz parte de Beijo de Judas, novo álbum de Biazin.

Rolê” foi produzida pelo coletivo Los Brasileiros, e tem uma letra chiclete que é difícil de esquecer - e nem queremos. O pop da canção é contagiante e enérgico, e o visual marcante do vídeo também se destaca. 

A criatividade na estreia de Beijo de Judas precisa ser enaltecida. Biazin foi pioneira ao  lançar o álbum em 2020 com algumas faixas escondidas na tracklist dos apps de música. Agora,“Rolê” está disponível, mas algumas canções do disco ainda estão bloqueadas. [Texto: Camilla Millan | @camillamillan]  


Jadsa e Luiza Lian - "Lian"

Jadsa surge vigorosa e hipnotizante em “Lian”, o último single disponibilizado nas plataformas digitais antes do lançamento do primeiro disco cheio da artista, Olho de Vidro, pelo selo Balaclava Records. 

A cantora e multi-instrumentista baiana homenageia a artista paulista Luiza Lian, que se tornou uma das referências artísticas de Jadsa ao chegar em São Paulo. Além da inspiração, Lian contribui para os vocais da faixa e cantou um trecho de "Mira", do disco Azul Moderno.

"Lian" mostra novamente a potência de Jadsa, que consegue criar uma poesia singular com poucas palavras, e nos deixa ainda mais ansiosos para Olho de Vidro. [Texto: Julia Harumi Morita | @the_harumi]   


Rico Dalasam - 'Dolores Dala, o Guardião do Alívio'

Na última sexta, 12, Rico Dalasam lançou nas plataformas digitais o disco completo Dolores Dala, o Guardião do Alívio, o qual teve metade das músicas divulgadas em um EP de mesmo nome em 2020.

Produzido por Mahal Pita, Dinho Souza, Rafa Dias, Pedrowl, Moisés Guimarães, Netto Galdino e Wallace Chibatinha, o disco revisita memórias afetivas da vida e da carreira do músico "sob a perspectiva da afetividade preta", como foi descrito em nota à imprensa. 

Com elementos do pop, funk e mpb, o álbum também conta com a participação de Dinho, Moi Guimarães, RDD, Chibatinha, Mahal Pita, Netto Galdino, Pedrowl e Camilla Pellegrini. [Texto: Julia Harumi Morita | @the_harumi]   


Pablo Vermell e Mily Taormina - "Vitral" 

Na última sexta, 12, o músico Pablo Vermell disponibilizou nas plataformas digitais o single "Vitral", parceria com Mily Taormina que antecede o lançamento do primeiro EP solo dele,  intitulado de Fugaz

A canção de indie pop, lançada pelo selo Musikorama Music Records e gravada ao lado dos músicos Dreg e Pedro Bienemann, também ganhou um clipe intimista e ensolarado dirigido por Ana Mori e Danilo Paes. [Texto: Julia Harumi Morita | @the_harumi]   


Enzo Banzo - "Burrice de Amor"

Quem nunca se sentiu burro ao falar com aquela pessoa especial? Enzo Banzo mostra que sabe bem como é esse sentimento em "Burrice de Amor", single disponibilizado nas plataformas digitais na última sexta, 12, pela  Matraca Records.

Produzida por Saulo Duarte, a música também conta com um ótimo lyric video no Youtube, o qual foi criado por Daniel Minchoni. [Texto: Julia Harumi Morita | @the_harumi]   


Keila ft. Mulamba - “Revolução” 

Revolução” é um grito feminista, e como o título sugere, revolucionário. A impecável parceria entre Keila e Mulamba, banda brasileira formada inteiramente por mulheres, foi lançada no dia 8 de março e potencializa a importância do Dia Internacional da Mulher como uma data política. 

Com um beat incrível, que transcende a força do empoderamento feminino, a música arrepia o corpo todo e te convida para sair dançando. Combinada ao lírico, a faixa faz jus ao título e é uma completa revolução. 

As artistas cantam: “Machismo de merda, eu tô esperta, eu sei que não é minha culpa. Minha autoestima incomoda, minha segurança incomoda, eu passei anos oprimida e boto as garras de fora. [...] Revolução é feminista. Mulherada no poder. Grita bem alto na pista.” [Texto: Isabela Guiduci | @isabelaguiduci] 


Pedro Pondé - 'Simples Assim'

Lançado no dia 12 de março, Simples Assim é o sétimo álbum da discografia do baiano Pedro Pondé agora em carreira solo. Com mais de 20 anos na música, o artista esteve à frente de grandes bandas brasileiras como Scambo e O Círculo.

Original, autêntico e plural, Pedro Pondé traz músicas viciantes em Simples Assim. Ao longo das 11 faixas autorais, o músico passeia por diversos gêneros musicais como reggae, samba rock, cumbia, lambada, samba reggae, arrocha frevo, xote. 

Além da sonoridade deliciosa, a voz serena do cantor combina perfeitamente com o tom leve, romântico e solar proposto pelas canções de Simples Assim. É um disco encantador - perfeito para ouvir e relaxar. [Texto: Isabela Guiduci | @isabelaguiduci]


Jon Jon e ALMAR - “Amor em 150”

Lembra do Jonathan da nova geração? Há quatro anos, o músico Jonathan Costa adotou o nome artístico Jon Jon para a carreira como DJ - mas, claro, sem deixar o funk. Na última sexta, 12 de março, lançou o single “Amor em 150” - uma parceria maravilhosa com o ALMAR.

Duo formado pelos músicos Bruna Souza e Santino, ALMAR conta com canções incríveis na discografia, que falam constantemente sobre amor, romances e sentimentos de uma maneira leve - aquela vibe gostosa de ouvir, sabe? Não seria diferente na parceria com Jon Jon em “Amor em 150”.

Dessa vez, o duo canta sobre amor acompanhado de um beat de funk gracioso e potente. As vozes suaves de Souza e Santino se misturam e intensificam o tom doce e sensível de “Amor em 150”. Como faz para parar de ouvir? [Texto: Isabela Guiduci | @isabelaguiduci] 


Isadora - “Mulher 21” 

Revelação do R&B no Brasil e conhecida principalmente pelo hit “Sun Goes Down”, Isadora escolheu o Dia Internacional da Mulher, 8 de março, para lançar “Mulher 21”, a primeira faixa do projeto autoral homônimo, que busca homenagear as mulheres, e que deve ser lançado ainda no primeiro semestre. 

Repleta de empoderamento feminino, “Mulher 21” é uma música que fala sobre independência e autoestima da mulher em uma sonoridade, que transita pelo Pop, R&B contemporâneo e o Neo Soul. A composição da faixa é assinada por Isadora e Tállia.

Acompanhado de um belíssimo clipe, lançado no mesmo dia, o processo de criação da música e produção do vídeo contou com uma equipe predominantemente formada por mulheres. [Texto: Isabela Guiduci | @isabelaguiduci] 


Vanessa Krongold - “Dois e dois”

Na última sexta, 12 de março, Vanessa Krongold lançou o clipe de “Dois e dois”, segunda faixa do disco Singular, lançado em 2020. A artista é vocalista da Ludov, e mostra a potência musical no trabalho solo.

Além da força vocal, o clipe intenso dialoga diretamente com as letras em uma mistura de desejo e sensualidade. O vídeo empoderador mostra a relação de duas mulheres em uma cena de Shibari, técnica de amarração japonesa.

“Me mostra como dois e dois não somam perfeição/Pois quando eu quero eu posso, sem culpado ou confusão,” canta Krongold enquanto as performes Sansa Rope e Citera Kate, importantes figuras da cena BDSM, protagonizam as cenas sensuais e afetivas do clipe. Confira “Dois a dois”: [Texto: Camilla Millan | @camillamillan] 


Djonga - 'Nu'

Para quem achou que Djonga não continuaria a tradição de lançar um disco no dia 13 de março, Nu estreou para surpreender a todos. O quinto álbum de estúdio do músico é um trabalho de entrega, desabafo e reflexão -  e é com esse disco que o rapper tenta explicar que todos erram.

Para quem não lembra, em dezembro de 2020, Djonga sofreu diversas críticas ao realizar um show e causar aglomeração em meio à pandemia de Covid-19 - e Nu é uma resposta certeira aos acontecimentos. O disco traz grandes participações, como Coyote Beatz, Budah, Doug Now e outros, e traz nas 8 faixas diversas reflexões do rapper sobre a carreira e a vida. 

Além de rimas potentes, beats marcantes e flow diferenciado, Nu apresenta Djonga da forma mais “humana”, como canta na faixa “Eu”. Ainda, o rapper parece usar o disco para alertar sobre essa realidade tóxica de julgamentos - um exemplo é este trecho em “Vírgula”: “Disseram que eu perdi a minha essência, e quem falou não entendia nada de perfume”.

As canções de Nu vão da primeira faixa, “Nós”, à canção “Eu”, e desembocam em uma ponderação pessoal do músico: “Antes de ser eu, eu sempre quis ser nós, agora só quero ser ‘nós’ sem deixar de ser eu”. No disco, o rapper desapega da fama e do dinheiro por meio das músicas potentes e assertivas: é um reencontro de Djonga com ele mesmo - e é difícil sair do replay. [Texto: Camilla Millan | @camillamillan]

+++ SIGA NOSSO SPOTIFY - conheça as melhores seleções musicais e novidades mais quentes


+++ LAGUM: 'BUSCAMOS SER GENUÍNOS' | ENTREVISTA | ROLLING STONE BRASIL

música notícia Djonga Carol Biazin LISTA Mulamba jadsa gloria hotlist chico e o mar Thiago ElNiño Ale Sater apeles enzo banzo almar pedro pondé Mily Taormina isadora jon jon Pablo Vermell vanessa krongold rico dalasam rokr groove keila luiza lian

Leia também

Viola Davis receberá o prêmio Cecil B. DeMille do Globo de Ouro


Jeff Goldblum toca música de Wicked no piano em estação de trem de Londres


Jaqueta de couro usada por Olivia Newton-John em Grease será leiloada


Anne Hathaway estrelará adaptação cinematográfica de Verity de Colleen Hoover


Selena Gomez fala sobre esconder sua identidade antes das audições


Liam Payne: Harry Styles, Zayn Malik, Louis Tomlinson e Niall Horan se despedem do ex-One Direction em funeral