O longa estreia nesta quinta, 17, no Brasil
Mariane Morisawa Publicado em 16/11/2016, às 16h40 - Atualizado às 17h28
Faz nove anos que Harry Potter e as Relíquias da Morte, o último livro da série, foi publicado e cinco desde que a segunda parte de sua adaptação foi vista no cinema. Mas nem os fãs nem a escritora J.K. Rowling parecem ter se cansado do universo mágico. Estreia nesta quinta, 17, Animais Fantásticos e Onde Habitam, baseado no guia de criaturas assinado por Newt Scamander. O volume, livro didático em Hogwarts, foi escrito por J.K. Rowling, obviamente, e o lucro de suas vendas revertido para caridade. As sessões para o filme nas telonas brasileiras têm início às 0h01.
Animais Fantásticos e Onde Habitam, dirigido pelo mesmo David Yates dos últimos quatro filmes da saga Harry Potter, expande o universo ao mostrar Scamander (Eddie Redmayne), autoproclamado magizoologista, em sua jornada pelo mundo catalogando seres mágicos. Em uma parada em Nova York, em 1926, ele conhece as irmãs Porpentina (Katherine Waterston) e Queenie Goldstein (Alison Sudol), bem como Jacob (Dan Fogler), um “não maj” – o equivalente nos Estados Unidos para “trouxa” – que abre acidentalmente a maleta de Scamander e deixa as criaturas escaparem. Percival Graves (Colin Farrell), responsável pela segurança dos bruxos, fica encarregado de investigar o caso.
J.K. já declarou que gosta de escrever sobre personagens que se sentem excluídos. Foi isso que atraiu Redmayne, vencedor do Oscar por A Teoria de Tudo (2014). “Ele não é um herói tradicional, não segue as regras e fica mais feliz na companhia das criaturas do que na de outros seres humanos. Gosta de solidão”, disse o ator durante um dia de entrevistas em Los Angeles. “Só depois de conhecer Porpentina, Queenie e Jacob que baixa a guarda um pouco. Mas ele não é fácil nem alguém por quem você sente afinidade de cara.”
Como é costumeiro no caso de produções desse tamanho, Animais Fantásticos e Onde Habitam se manteve cercada de segredos antes do lançamento. Por exemplo, até a estreia não se sabia exatamente que papel teria Credence (Ezra Miller), filho de uma não maj que prega o extermínio dos bruxos. Ele vira peça de interesse para os planos de Graves, que é contra o estatuto que impõe segredo à existência dos bruxos. Algumas das poucas cenas liberadas previamente revelaram uma iconografia bastante similar à dos movimentos fascistas que surgiram na década de 1920 na Europa, por exemplo. Indagado sobre como os temas do filme se relacionariam com a atualidade, Redmayne brincou que essa era uma das coisas sobre as quais não podia falar, sob pena de ser ejetado da cadeira. Mas confirmou que o filme aborda a segregação – Scamander fica chocado ao ver o nível de separação entre não majs e bruxos na América. “Existem muitas coisas acontecendo no mundo, e uma das qualidades mais brilhantes de J.K. Rowling é incluir sutilmente temas contemporâneos, sem martelar a cabeça do espectador”, afirmou o ator.
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