A decisão do Ministério da Justiça veio sob a alegação de que o filme contém cenas relacionadas a “drogas” e a “sexo explícito”
Redação Publicado em 23/08/2016, às 17h37 - Atualizado às 18h14
Aquarius, que estreia nos cinemas brasileiros no dia 1º de setembro, recebeu do Ministério da Justiça a classificação indicativa "não recomendado a menores de 18 anos".
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O anúncio aconteceu na última segunda-feira, 22, sob a alegação de que o filme de Kleber Mendonça Filho (O Som ao Redor) contém cenas de “sexo explícito” e referência ao uso de “drogas”. Segundo o portal de notícias UOL, a distribuidora Vitrine Filmes entrou com recurso na Justiça, pedindo a revisão da classificação para 16 anos. No entanto, o pedido foi negado.
Assista ao trailer abaixo.
Pelo Facebook, o cineasta pernambucano comentou a situação: “Aquarius censura 18 anos. Incrível”. Na página oficial do longa-metragem na mesma rede social também há uma manifestação: “Surpresos com a censura ’18 anos’ dada a Aquarius pelo Ministério da Justiça. É incrível ver que Aquarius está se tornando o filme mais controvertido do ano, aparentemente por celebrar a vida de maneira generosa, por ter um ponto de vista social e político forte e ainda trazer como personagem principal essa coisa assustadora pra muita gente que é uma mulher forte, que não leva desaforo para casa. Com essa censura ’18 anos’, Aquarius torna-se, estranhamente, ainda mais forte!”
Não é a primeira vez que o filme estrelado por Sônia Braga gera polêmica. Na última sexta-feira, 19, o diretor criticou, em uma carta aberta ao jornal Folha de S. Paulo, o convite feito pelo secretário do Audiovisual ao jornalista Marcos Petruccelli para integrar a comissão que escolherá o longa brasileiro pré-indicado ao Oscar.
“O posicionamento estridente do senhor Petruccelli em relação a esse filme parece ter como base a sua insatisfação pessoal com o protesto democrático e que terminou sendo divulgado em mídia mundial, realizado por dezenas de trabalhadores do audiovisual brasileiro e pela equipe de Aquarius no Festival de Cannes, onde o filme teve sua première em competição. Foi naquele momento do mês de maio que, vale lembrar, o MinC passou alguns dias extinto – decisão do governo interino que, depois, voltou atrás, ressuscitando a pasta”, escreveu Mendonça Filho.
O diretor ainda declarou ao UOL não acreditar que a produção “pertença à mesma categoria de sexualidade que Love 3D ou Ninfomaníaca”, filmes com alto teor sexual, sendo que a exibição deste último foi proibida em países como a Turquia.
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