Cinquenta Tons de Cinza - Reprodução

Exibição de Cinquenta Tons de Cinza é proibida no Quênia

O Conselho de Filmes e Classificação do Quênia já havia banido O Lobo de Wall Street, em 2013

Redação Publicado em 12/02/2015, às 12h07 - Atualizado às 13h50

Logo após a estreia de Cinquenta Tons de Cinza durante o Festival de Cinema de Berlim, o longa continua a criar polêmicas ao redor do globo. Na última quarta-feira, 11, o Conselho de Filmes e Classificação do Quênia decidiu proibir a exibição da produção no país.

Crítica: sexo chocho e um Christian Grey sem carisma destroem o apelo de Cinquenta Tons de Cinza.Por Bruna Veloso

O órgão não apresentou nenhuma justificativa oficial para a decisão. No entanto, é comum que filmes com cenas de sexo tenham o conteúdo censurado no país, que é bastante conservador e tem forte influência religiosa na política. O mesmo aconteceu com O Lobo de Wall Street, em 2013, e com Stories of Our Lives, longa sobre experiências homossexuais no Quênia.

Cinquenta Tons de Cinza também já tinha sido proibido na Malásia. No Brasil, maiores de 16 anos poderão assistir ao filme desacompanhados; nos Estados Unidos, determinou-se 17 anos como a idade mínima necessária para ver a adaptação da obra de E.L. James, enquanto na França jovens de 12 anos já terão liberdade para ir ao cinema e ver o longa.

Crítica: adaptação de Cinquenta Tons de Cinza torna a história mais palatável para o público masculino, mas não faz milagre.Por André Rodrigues

Recentemente, a produção foi alvo de protestos através das redes sociais. Grupos de ativistas afirmaram que o longa estimula a violência doméstica e lançaram a campanha "50 dollars not 50 shades" - que apoia o boicote ao filme.

Em 2014, falando sobre as acusações de machismo que Cinquenta Tons de Cinza sofreu, o protagonista Jamie Dornan (Christian Grey) - em entrevista à revista Elle do Reino Unido - afirmou que o longa, na verdade, é uma história de amor. “O romance é mais importante do que o sadomasoquismo. Vamos narrar uma história de amor e não dá para ficar só no que acontece no quarto. Tem muito mais ao redor”, afirmou. O ator, que visitou clubes sadomasoquistas durante a pesquisa para o papel, disse que compreende as críticas, mas não concorda com elas.

Ainda que seja literatura barata, Cinquenta Tons de Cinza estimula o mercado a olhar para a pornografia voltada à mulher.

“Eu entendo quais são os motivos que fazem as pessoas pensarem que amarrar uma mulher é misógino. Mas, na verdade, os homens costumam ser mais submissos do que as mulheres nos relacionamentos. A cena é bem maior do que eu imaginava. Praticamente em todas as cidades do mundo você encontra pessoas que querem 'apanhar' com um chicote”.

Cinquenta Tons de Cinza fez a pré-estreia na última quarta, 11, durante o Festival de Berlim. O longa entra em circuito comercial no Brasil nesta quinta-feira, 12.

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