Funky Funky Boom Boom - Divulgação

"A ideia desta 'liberação' é também chamar atenção para as novas modalidades de consumo de música", diz Rogério Flausino, do Jota Quest

A banda lançou o disco Funky Funky Boom Boom primeiramente no Deezer e nesta terça, 5, o álbum estreou no iTunes

Stella Rodrigues Publicado em 05/11/2013, às 18h59 - Atualizado às 19h43

Chegou ao iTunes nesta terça, 5, Funky Funky Boom Boom, o novo álbum do Jota Quest. O sétimo trabalho de estúdio da banda mineira foi gravado entre março e agosto de 2013, no estúdio Minério de Ferro, em Belo Horizonte, e é o sucessor de La Plata (2008).

O disco, com produção do norte-americano Jerry Barnes, tem diversas participações especiais e foi lançado inicialmente no serviço de streaming Deezer. Leia abaixo a entrevista do vocalista Rogério Flausino a respeito da chegada do disco ao mercado.

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O que acharam da experiência de lançar o disco antes no Deezer? Ficaram acompanhando a repercussão?

Achamos a ação muito interessante! Estamos acompanhando bem de perto sim, pois estamos numa fissura louca de saber o que a galera está achando das novas músicas, e os resultados estão sendo surpreendentes. No primeiro, o álbum estava em 94º no ranking, ainda em espera. Agora, o FFBB é o 7º mais escutado e o Jota é o artista pop nacional nº 1 na Deezer. Isso é muito legal! Do primeiro dia da ação para cá, vimos nossos streamings gerais quadruplicarem! Além disso, tanto no Twitter quanto no Facebook os comentários e os compartilhamentos não param de rolar. É fato que ainda não sabemos como esta ação vai influir nas vendas físicas e digitais do álbum, mas assim como fizemos há cinco anos, quando disponibilizamos o álbum La Plata para audição, no antigo MySpace, por 4 semanas - e ainda assim acabamos por vender mais de 60 mil cópias físicas subsequentes - a ideia desta "liberação" é também chamar atenção para as novas modalidades de consumo de música. Novos formatos geram novas experiências, e provavelmente, novos fãs. FFBB é um álbum "novo" e acho importante que ele esteja disponível em novos ambientes.

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Poderia comentar um pouco as muitas participações? Mauro Refosco, Nile Rodgers, produção de Jerry Barnes, Pretinho da Serrinha, Adriano Cintra...

Seguindo a ordem de sua lista: Mauro Refosco conhecemos através de amigos em comum, que tocam com ele. Mauro trouxe uma percussão esperta e moderna pras cinco músicas em que tocou; o Nile Rodgers emprestou o suingue de sua guitarra inconfundível em duas faixas, entre elas "Mandou Bem", que já está há seis semanas no top 10, no Brasil. A assinatura de um cara como este é um presente divino, uma honraria de estado, para uma banda que começou a tocar funk, soul e disco há quase vinte anos. Estamos pirados de alegria! Sobre o produtor Jerry Barnes, a lista de importância é ainda maior. O cara é "da pesada" em todos os sentidos! Botou a gente para tocar junto de novo, ajudou arranjar e groovear as batidas, acompanhou e definiu os engenheiros para as mixagens, todas feitas na gringa, cantou e tocou. Mas, principalmente, levantou nossa moral diante de nossa obra e do repertório que tínhamos para o álbum. Jerry foi sábio, além de ser um cara extremamente profissional e de uma energia muito boa. O Pretinho da Serrinha colaborou demais em 3 faixas: produziu "JQ Convidou" e "É de Coração", e foi coletrista na divertida "Ela É do Rio". Por fim, trabalhar com o Adriano Cintra foi bem legal também! Ele trabalhou em duas faixas do CD: a de abertura, "Entre Sem Bater", e a nossa "Toxina Voyer". O mais bacana é que conseguimos fazer juntos algo moderno e totalmente integrado à onda do disco.

Dá para dizer que é um disco de voltar às raízes?

É sempre complicado a gente ficar tentando direcionar o entendimento de um trampo artístico. Afinal, cada um ouve, sente e interpreta um som de formas diferentes. O que dá pra dizer com certeza é que, desta vez, estávamos todos olhando para o mesmo lado, como no início da carreira. E este "mesmo lado" está muito ligado com o "groove". O álbum é dançante do início ao fim. Até as canções mais lentas têm o "groove" como fio condutor. Outra ponto muito semelhante ao início é o espírito leve e a despretensão que permeiam as faixas - sentimentos que nos acompanharam durante toda a gravação. Estávamos muito felizes fazendo o disco e agora estamos muito felizes com o resultado, pois conseguimos nos ver nele.

Capa de disco do Jota Quest é estampada por pop art do norte-americano Mel Ramos

O baterista Paulinho Fonseca comentou na entrevista pra RS (da revista) que há muitos potenciais singles. Já definiram o próximo?

Realmente, temos muitos singles em potencial neste CD. Temos várias opções de caminhos a seguir. Podemos dar continuidade a esta onda mais "disco" com faixas como "Ela é do Rio", "Entre Sem Bater" ou "Imperfeito"; ou pegar um caminho mais “brasuca” com "JQ Convidou" e "É de Coração". Ou uma onda mais pop-dançante com "Waiting For You", "Um Tempo de Paz", "Reggae Town" ou "Pretty Baby"... Acho que agora é deixar o som rolar e ver o que a galera vai eleger.

Quando começa a turnê do disco? Ele tem muitas participações internacionais – vão levar o show pra fora?

A turnê FFBB só começará mesmo em 2014. Até lá estamos promovendo o que estamos chamando de Ensaio Aberto, que serão uns shows especiais, de aquecimento mesmo, em lugares menores, para irmos pegando o jeito das músicas e ao mesmo tempo celebrando a chegada do álbum com a galera. As datas já definidas são: 8/11 em Curitiba (Teatro Positivo); 20 e 21/11 em Porto Alegre (Bar Opinião) e 28/11 no Rio de Janeiro (Circo Voador). É provável que façamos ainda em BH, SP e Floripa, mas as datas ainda não foram marcadas. Quanto ao lance de levar a turnê pra fora... Aí já são outros 500 [risos].

Jota Quest revive influências da black music em novo disco

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