Ísis Valverde e Fabrício Boliveira encarnam Maria Lúcia e João de Santo Cristo em adaptação da música eternizada pelo Legião Urbana
Stella Rodrigues Publicado em 30/05/2013, às 09h12
Logo em sua estreia em longas-metragens, o diretor René Sampaio escolheu como desafio não só a adaptação de uma música, tarefa que traz muitas escolhas difíceis de cara: ele aceitou o desafio de adaptar uma letra da Renato Russo, compositor que deixou um legado de fãs exigente e ferrenho ao defender a obra de seu ídolo. Basta lembrar das reações calorosas geradas pelo tributo organizado pela MTV, o ator Wagner Moura e os ex-integrantes do Legião Urbana, no ano passado, para se dar conta de que estar à altura das expectativas dos maníacos por Russo é arriscado.
Relembre a homenagem da MTV a Renato Russo com Wagner Moura no vocal.
René e os roteiristas Victor Atherino, Marcos Bernstein e José de Carvalho foram espertos ao levar Faroeste Caboclo, que estreia oficialmente nesta quinta, 30, para as telas. Isso porque o Legião Urbana é um caso que provoca paixões como poucos na música brasileira – tão forte quanto o amor que acomete os seguidores de Renato Russo é o desprezo sentido por quem não suporta Legião Urbana. Esses, de início, encaram com certo preconceito a proposta do filme, mas podem se surpreender. A adaptação foi competente em fazer das estrofes da clássica canção de Russo, gravada pelo Legião na década de 80, um roteiro que não se prende demais ao formato musical, destacando a porção romântica. Ao mesmo tempo, mantém a essência dos nove minutos de versos (ainda que os desobedeça, inverta e altere), de forma que não dá para esperar algo que não seja um fim trágico para João de Santo Cristo (Fabrício Boliveira).
Na saga de João e Maria Lúcia (Ísis Valverde), o vilão, com direito a bigode e tudo, é Jeremias (Felipe Abib), como sabe todo mundo que conhece a letra. Da mesma forma, ninguém se surpreenderá com o fato de que colaboram com Jeremias, como antagonistas coadjuvantes, o preconceito, a desigualdade social e a corrupção (simbolizada pelo personagem de Antonio Calloni, uma adição providencial de um papel que não existe na obra original). Na história, João chega a Brasília depois de uma infância difícil, trabalha como carpinteiro e traficante ao lado de um primo. Ele vê sua vida mudar ao conhecer Maria Lúcia, filha de senador, rica, deprimida e em uma busca angustiada por algum sentido na vida.
O romance deles acaba sendo o foco principal e se desenvolve cheio de tropeços, com nuances de Romeu e Julieta e algo de novelesco. Claro, a previsibilidade do final (ou pelo menos de partes do desfecho) é inevitável. Não somente porque a história de João não é inédita, mas também porque enredos envolvendo jovens pobres, imigrantes e sonhadores, infelizmente, tendem a ter finais semelhantes entre si.
Cada um cumpre muito bem o seu papel, principalmente o trio de protagonistas. Jeremias é um babaca da elite de Brasília que representa tudo aquilo de odioso que pode haver em um playboy. João é o garoto que tenta fazer as coisas direito, mas mais erra do que acerta – assim como a vida mais erra do que acerta com ele. E Maria Lúcia é a mocinha que se destaca da horda por fugir de pensar e agir da forma esperada, ainda que ela acabe sempre se vendo presa em alguma situação que parece lhe fugir ao controle.
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