Cena de <i>Inferno</i> - Reprodução

Inferno, filme baseado na obra do escritor Dan Brown, completa trilogia de forma eficiente

Quem gostou de O Código da Vinci e Anjos e Demônios entrará de cabeça de novo nas aventuras do professor Langdon (Tom Hanks)

Paulo Cavalcanti Publicado em 13/10/2016, às 15h21 - Atualizado às 15h31

Nos blockbusters O Código da Vinci (2006) e Anjos e Demônios (2009), o foco eram as ameaças ao cristianismo e à Igreja Católica. Nesta quinta, 13, estreia Inferno, terceiro filme que completa uma trilogia baseada na obra do escritor Dan Brown. A situação é mais abrangente, já que a história é centrada na destruição da humanidade – ou pelo menos boa parte dela. Novamente o diretor Ron Howard coloca na tela os ingredientes que tornaram a literatura de Brown tão popular: teorias da conspiração, intrincadas citações à história antiga, referências literárias, obras de arte cridas por antigas civilizações e, é claro, um clima de fim do mundo.

Desta vez, Robert Langdon (Tom Hanks), professor de Harvard especialista em criptologia, simbolismo e história da arte, acorda em um hospital em Florença, na Itália. Ele aparentemente tomou um tiro de raspão na cabeça. Langdon não se lembra de fatos recentes, tem dores de cabeça e começa a ter alucinações apocalípticas, vendo cenas de danação, guerra, morte e destruição. No hospital, ele conhece a doutora Sienna Brooks (Felicity Jones), a médica responsável por seu tratamento. Além de tudo, por uma incrível coincidência – ou conveniência –, ela é versada nas mesmas áreas de atuação que o professor. Langdon ainda está grogue e com muitas dores, mas precisa fugir, já que o hospital é invadido e ele é o alvo de uma assassina profissional. Com a ajuda de Sienna, Langdon escapa e a dupla tenta juntar as peças do quebra-cabeça em que está metida. Ele quer entender como se meteu em uma encrenca tão grande e as pistas o levam ao multibilionário Bertrand Zobrist (Ben Foster), um bioengenheiro que havia morrido poucos dias antes e de maneira suspeita. Zobrist achava que o mundo estava superpopulado e plantou um vírus que iria dizimar metade da população do planeta. "A humanidade está doente. Inferno é a cura", diz o bioengenheiro.

Usando elementos da vida e da obra do poeta medieval italiano Dante Alighieri, Langdon e Sienna saem pelo mundo tentando decifrar as pistas que têm em mãos. Fica claro que o Inferno de Dante será colocado em prática, com todas as suas terríveis pragas e desgraças. A partir daí começa uma corrida contra o tempo para impedir que o vírus criado por Zobrist seja liberado em Istambul e contamine o planeta. Como não poderia deixar de ser, tem um monte gente perigosa no encalço de Langdon e Sienna, e as intenções dessa gente não são nada claras.

Assim como dois filmes anteriores, Ron Howard imprime um ritmo acelerado. Mas ainda assim é um filme repleto de diálogo – os personagens, em meio a toda essa correria e perseguições, têm que explicar o contexto e as motivações existentes no roteiro. Visualmente, Inferno é deslumbrante. As cenas nos museus italianos já valem a viagem. Tom Hanks incorporou definitivamente o professor Langdon que todos conheceram nas páginas de Dan Brown. Felicity Jones, que logo será vista em Rogue One – Uma História Star Wars, se sai bem nas cenas de ação. O elenco internacional de primeira linha também conta com o francês Omar Sy, a dinamarquesa Sidse Babett Knudsen e o indiano Irrfan Khan. Não é um filme para marinheiros de primeira viagem, já que muitos consideram a série pretensiosa e repleta de pseudointelectualismo diluído para as grandes massas. Quem gostou de O Código da Vinci e Anjos e Demônios, contudo, entrará de cabeça de novo nas aventuras do professor Langdon.

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