Filme sobre o polêmico e visionário fundador da Apple chega aos cinemas nesta sexta, 6
Paulo Cavalcanti Publicado em 06/09/2013, às 14h27 - Atualizado às 14h36
O filme Jobs, dirigido por Joshua Michael Stern e protagonizado por Ashton Kutcher, chega aos cinemas brasileiros nesta sexta, 6, mostrando um recorte da vida do empresário norte-americano Steve Jobs, um dos maiores visionários das últimas décadas. O foco do longa são os primeiros anos da vida profissional de Jobs, quando ele fundou a Apple Computers em sua garagem em Los Altos (Califórnia). Na introdução, ele é mostrado em 2001, já mais velho, apresentando para uma plateia embasbacada um produto revolucionário chamado iPod. Depois, as imagens voltam aos anos 70, na época em que Jobs era um estudante californiano totalmente alienado, que não explorava seus talentos e preferia passar o tempo experimentado drogas lisérgicas e estudando o misticismo hindu.
Galeria: a história musical de Steve Jobs.
A formação da Apple é mostrada no filme, desde o momento em que Jobs pede ajuda ao amigo Steve “Woz” Wozniak (Josh Gad), um nerd e gênio da eletrônica, para resolver um problema de um jogo da empresa onde está trabalhando, a Atari. Jobs percebe que Woz está se dedicando a um aparelho, que ele diz ser um computador caseiro – “uma mistura de máquina de escrever com televisão”, descreve. Sempre de olho no futuro, Jobs alerta ao amigo que a nova invenção fará parte da vida das pessoas. Apesar de Woz a princípio não levar o colega muito a sério, os dois desenvolvem o projeto e o chamam de Apple, que também é o nome da empresa de fundo de quintal que criam com a ajuda de outros nerds e desajustados de muito talento. Aos poucos a Apple cresce, graças à audácia de Jobs, que consegue convencer o mercado (e os consumidores) que o computador caseiro se tornaria, em pouco tempo, indispensável no dia a dia de qualquer ser humano.
Enquanto a Apple se torna cada vez mais influente, Jobs fica milionário. Ele serve de inspiração para muitos, mas o espírito hippie não existe mais. Agora, o rapaz nascido em São Francisco é um playboy desagradável, que estaciona o carro na vaga de deficientes e não se preocupa com que está a seu lado. Até manda a namorada grávida embora e não reconhece a paternidade da filha que está para nascer. Jobs despede empregados sem motivo justo e nega benefícios aos antigos amigos que o ajudaram a desenvolver a Apple. Mas, tanta arrogância acaba tendo um preço. Depois de uma queda de braço com os outros sócios e acionistas da empresa, ele é dispensado do cargo de diretor da empresa que criou, embora continue como um acionista distante.
O roteiro, então, dá um salto de quase dez anos. Em 1996, Jobs está casado e mais sossegado. Apesar de ainda ter milhões na conta bancária, os projetos que desenvolve já não fazem muito sucesso. Em uma virada do destino, ele consegue voltar à Apple – e o resto é história.
Diversos feitos de Jobs, como o desenvolvimento do iPhone e o seu envolvimento com a Pixar, não são mostrados. A luta dele contra um câncer no pâncreas – que acabou levando Jobs à morte aos 56 anos, em 5 de outubro de 2011 – também é deixada de lado. Apesar da pouca profundidade em alguns momentos, intensificada pelos saltos no tempo, Jobs é fácil de assistir, e é imperdível para quem é fã de tecnologia – ou, mais especificamente, da Apple. Muita gente vai ficar de boca aberta com a recriação do escritório da Atari e com os antigos componentes eletrônicos dos computadores pré-históricos da Apple. O filme também é uma boa resposta para quem se pergunta o motivo pelo qual Steve Jobs foi (e ainda é) um nome tão importante na história da criatividade humana.
Relembre, em fotos, a trajetória de Steve Jobs.
Outra razão para ir aos cinemas é Ashton Kutcher, que nunca foi considerado um grande ator, mas que neste filme consegue se sair bem. Além da impressionante semelhança física, Kutcher passa um pouco da complexidade do homem que, como nenhum outro, mudou o mundo da tecnologia.
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